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domingo, maio 25, 2008

Gigante Guga

Nunca me esqueci do primeiro título do Guga em Roland Garros. Estava na segunda série e, na hora do almoço, me sentei em frente à TV para assistir ao Globo Esporte. A reportagem que fechou aquela edição do programa mostrava um jovem tenista brasileiro, que vestia uma camisa absurdamente colorida e que segurava um troféu prateado, reluzente, com aparência de importante. Era o primeiro título de Guga em Roland Garros, o torneio Grand Slam de tênis mais charmoso do mundo.

E não me sentei em frente à TV por acaso. Deveria escrever um texto sobre alguma reportagem de jornal, trabalho valendo nota na matéria de Português. Claro, escrevi sobre Guga, aquele menino loiro, de cabelos grandes, sustentados por uma enorme faixa azul que ocupava toda a fronte; de corpo franzino, magro, alto, mas que inspirava rara confiança. Guga era o maior. Guga é o maior. Se despediu hoje das quadras de areia no mesmo lugar que o apresentou ao mundo: a quadra central do torneio, Phillipe Chartier. Foi o dono daquele lugar outras duas vezes. Dono do mundo por 43 semanas. Dono de paralelas mortais e smashes indefensáveis, de uma garra inconfundível e de um espírito de luta inspirador.

Lutou como pôde contra a dor e teve uma despedida forçada pelo desconforto físico. Mas Guga nunca perdeu; era vencedor mesmo nas piores derrotas. Hoje, o placar mostrou 3 sets a 0 para o francês Paul-Henri Mathieu: eliminação na primeira rodada de Roland Garros. Para mim (e para outros muitos fãs da raquete), Guga venceu, começou vencedor e terminou vencedor (foto: AP). Sets, games, break points, forehands e aces ganham títulos, e isso Guga conseguiu com maestria. Mas a estatística não considera entrega, devoção e amor incondicional ao esporte. Invencível Guga, Gigante Guga.

quinta-feira, maio 22, 2008

Império Vermelho

Terry teve a bola do jogo, escorregou, e o título ficou nas mãos do agora tricampeão Manchester United

O jogo mais esperado do ano (foto acima: GettyImages/BBC). Dois gigantes se enfrentaram no estádio Luzhniki, em Moscou, para decidir o título mais importante do continente. O Chelsea entrou em campo querendo seu primeiro troféu, enquanto o Manchester buscava o tri. Foi um jogo equilibrado: o Manchester foi melhor no primeiro tempo e o Chelsea tomou as rédeas da partida no segundo. Foi um jogo duro, com muita discussão, faltas duras, oito cartões amarelos (quatro para cada lado) e um vermelho - Drogba, no segundo tempo da prorrogação, deu um tapinha no rosto de Vidic e saiu de campo antes das cobranças de pênalti. Foi um jogo aberto: pouca cautela na marcação e muita disposição ofensiva. Dois gols no primeiro tempo, Cristiano Ronaldo e Lampard, e duas bolas na trave do Chelsea no segundo. Foi um jogo extenuante: o segundo tempo da prorrogação parecia um campo de batalha em fins de guerra; jogadores ao chão, lutando para se manter em pé. Foi um jogo decidido em uma dramática disputa de pênaltis: 6 a 5 para o Manchester (6 + 5= 11, n° da camisa de Giggs, agora recordista em partidas pelo clube: 759). Cristiano Ronaldo errou sua cobrança, Terry, que teve a bola decisiva, pisou mal com o pé esquerdo e chutou para fora, à direita de Van der Sar. Pouco tempo depois, o goleiro agarrou a penalidade de Anelka: Manchester tricampeão da Europa. Choro de Ronaldo, que comemorou sozinho, deitado de bruços no campo, enquanto todos os outros jogadores correram em direção a Van der Sar, o herói. Choro compulsivo e incontrolável de Terry, o capitão que salvou o Chelsea no segundo tempo, mas que falhou quando não podia. Um inconsolável Terry e um interminável Manchester. Eterno. Imortal. Imperial pela terceira vez.

terça-feira, maio 20, 2008

Grupo B - Euro 2008

Áustria - Debutantes e anfitriões
Josef Hickersberger chegou ao comando da seleção austríaca no início de 2006, com o objetivo de montar um time forte para a disputa da primeira Eurocopa do país. Desde o Mundial de 1998, na França, a Áustria não participava de uma competição entre seleções. E só vai para a Euro porque é co-anfitriã ao lado da Suíça. Nem de longe, o atual time lembra o de 10 anos atrás, aquele do artilheiro Polster, que chegou a estar entre as 20 melhores seleções do mundo pelo ranking da FIFA. Mas o time atual tem lá suas qualidades, principalmente na defesa. Vai jogar em casa, e a torcida certamente comparecerá em peso para empurrar o time contra os adversários do grupo: Alemanha, Polônia e Croácia. Mesmo assim, não será fácil para os calouros conseguir uma vaguinha na segunda fase.
Virtudes - Hickersberger dá prioridade tática à defesa e escala sua equipe com quatro beques, estratégia que deu certo em amistosos recentes. Os principais defensores são Emanuel Pogatetz (Middlesbrough) e Martin Stranzl (Spartak), dois dos quatro zagueiros que atuam fora do futebol austríaco. A retaguarda é segura, mas deve jogar seu melhor futebol para conter Alemanha e Croácia na primeira fase.
Fraquezas - O contido ataque e a falta de qualidade no meio-campo são deficiências latentes em um time de poucas qualidades. O destaque na frente é o atacante Roland Linz (Sporting Braga), que foi bem na atual temporada européia. Hickersberger aposta em jovens qualidades no meio, principalmente na proteção à zaga: Joachim Standfest (Austria Viena) e René Aufhauser (Salzburg). Os meia ofensivos mais interessantes são Ümit Korkmaz (Rapid Viena) e Martin Harnik (Werder Bremen). É pouco em termos de proficiência técnica.
Destaque individual - Nascido em Hamburgo, na Alemanha, Martin Harnik (foto acima: GettyImages), de 20 anos, é reserva no Werder Bremen e na seleção austríaca, mas pode despontar como boa alternativa para o carente de opções Hickersberger. Desde o juvenil, Harnik sempre jogou no futebol alemão, pelas categorias de base do Werder Bremen. Poderia jogar pela Alemanha, mas optou por defender o país onde nasceu, e jogou em todas as seleções de base. Ele estreou pela seleção principal da Áustria em um amistoso diante da República Tcheca, em agosto do ano passado. Os tchecos venciam por 1 a 0 e Harnik, com pouco mais de cinco minutos em campo, marcou o gol de empate a 12 minutos do fim. Debutante na Euro, como sua seleção, Harnik deseja ser importante de novo.

Alemanha - Gigante adormecido
Tricampeã mundial e européia, a Alemanha chega a esta Eurocopa com o espírito vencedor de sempre, e é virtual favorita ao título. As desclassificações na primeira fase nas duas últimas Euros não desanimam os alemães, que, mesmo sem grandes times, chegaram entre os três primeiros nos dois últimos mundiais. Na Copa de 2006, jogada em casa, a Alemanha mostrou um futebol alegre e solto, que calou a boca dos que rotulam o futebol alemão de rígido e não mais do que eficiente. O carismático Klinsmann, que vai dirigir o Bayern, deixou o comando da seleção para seu assistente, Joachim Löw, um fiel seguidor do ex-técnico. A Alemanha pode voltar a reinar na Europa com grande estilo.
Virtudes - O elenco experiente e consistente, do goleiro ao atacante, e a variedade de boas opções. A qualidade da defesa é incontestável, e talvez seja a melhor desta Eurocopa. Lahm (Bayern), que pode atuar nos dois flancos (mas deve ficar no esquerdo), e o miolo de zaga composto por Metzelder (Real Madrid) e Mertesacker (Werder Bremen) são titulares absolutos. Jansen (Bayern) e Friedrich (Hertha) disputam vaga na lateral-direita. Mais à frente, o capitão Ballack (Chelsea) é o cérebro do time, e deve se dividir entre armar e defender, já que Schneider (Leverkusen), armador pela direita, não jogará a Eurocopa por problemas físicos. Frings (Bremen), como volante, fornece qualidade na saída de bola e muita força nas subidas ao ataque. Schweinsteiger é o homem da velocidade e do chute potente de fora da área, também titular abstoluto. Hitzlsperger (Stuttgart) e Odonkor (Bétis) são boas opções no banco para as meias. O ataque alemão é recheado de ótimas opções. Kuranyi (Schalke 04) não foi ao Mundial 2006, mas fez uma excelente temporada e deve dividir espaço com Klose (Bayern). Podolski (Bayern) e Mario Gomez (Stuttgart) são excelentes alternativas.
Fraquezas - Difícil achar fragilidade em um time tão consistente. A Alemanha tem um excelente elenco e um técnico de qualidade, mas, talvez, a condição física de alguns jogadores pode atrapalhar o desempenho do time. Ballack, por exemplo, ainda disputa a final da Liga dos Campeões contra o Manchester, no dia 21, e precisa de descanso até a Euro. Frings ficou machucado boa parte da temporada, voltou a jogar em março, e, como Ballack, não deve estar 100% para a Euro. Para conquistar o continente, a Alemanha precisa primeiro de força para vencer o cansaço.
Destaque individual -
Michael Ballack (foto acima: DR). Há seis anos ele é o homem mais importante da seleção alemã, e se tornou jogador-símbolo de futebol disputado e brigado. Mas Ballack não é só força, é também técnica, muita técnica. Atua como meia, chuta com as duas pernas e é excelente na marcação. A Alemanha precisa de seu capitão em forma para ser dona da Europa pela quarta vez.

Polônia - Liderança eficiente
Depois da eliminação precoce na Copa de 2006, a Polônia mudou de técnico. Saiu Paweł Janas e entrou Leo Beenhakker. E a seleção polonesa foi revigorada. Apesar do começo ruim nas Eliminatórias para a Euro (uma derrota e um empate), a equipe venceu seis jogos consecutivos, e terminou a fase de qualificação em primeiro lugar, à frente de Portugal. Campanha incontestável, em um grupo que ainda tinha Sérvia e Bélgica, equipes que poderiam brigar por vaga. Beenhakker tem apostado em jogadores novos e conseguiu montar um bom time para a disputa da primeira Eurocopa da história da Polônia. Com a competência de seu técnico, a equipe quer repetir a campanha das Eliminatórias.
Virtudes - Por incrível que pareça, os melhores jogadores da Polônia ou são goleiros ou meias avançados e atacantes. O rodado (e não muito confiável) Jerzy Dudek (Real Madrid) ficou fora dos 26 pré-convocados de Beenhakker, nada que deixe o gol polonês sem arqueiros de qualidade. O excelente Artur Boruc (Celtic) deve ser o titular; Thomas Kuszczkac (Manchester United) e Lucas Fabianski (Arsenal) são boas opções no banco. No meio-campo, os destaques são o meia Krzynowek (Wolfsburg) e o brasileiro naturalizado polonês Roger Guerreiro (Légia Varsóvia); os dois devem figurar na lista final dos 23. Na linha de frente, Smolarek (Racing Santander), Matusiak (Wisla Cracóvia) e Zurawski (Larissa/GRE) são as opções mais interessantes.
Fraquezas - A falta de experiência do time, que jogará em um ambiente de muito mais cobrança e pressão daquele encontrado na fase qualificatória da Eurocopa. Foi o que aconteceu na última Copa do Mundo. Na primeira rodada, perdeu para o Equador, equipe estreante em Copas, um jogo que definiu a eliminação da seleção no torneio. Nas rodadas seguintes, foi derrotada para a Alemanha, um resultado já esperado, e ganhou da já eliminada seleção da Costa Rica. Na Euro, contra Croácia e Áustria, a equipe não pode vacilar.
Destaque individual - Euzebiusz Smolarek (foto acima: Eurosport/Yahoo), 27 anos, jogador da seleção polonesa desde 2002, é a grande esperança de Beenhakker nesta Euro. Nas Eliminatórias, o astro do time foi o goleador da Polônia e do grupo A, com nove gols. Marcou três gols em uma partida duas vezes e conquistou a confiança do técnico. Beenhakker gostou tanto do que viu que deve escalá-lo no ataque.

Croácia - Dez anos depois, perigosa novamente
Em 1996, a Croácia, já separada da Iugoslávia, enviou sua seleção para a disputa de sua primeira Eurocopa, na Inglaterra. Foi eliminada nas quartas-de-final, pela Alemanha. Dois anos depois, no Mundial de 1998, na França, a equipe deu o troco na Alemanha também nas quartas-de-final, goleando por 3 a 0, e ficou com o inesperado terceiro lugar. Após a façanha, a maioria dos jogadores daquele mundial se aposentou, e o país ficou fora da Eurocopa de 2000, organizada por Bélgica e Holanda. Voltou às competições entre seleções, mas em todas foi eliminada na primeira fase (Copas de 2002 e 2006 e Euro 2004). Nas Eliminatórias da Euro 2008, a Croácia voltou a surpreender e teve um desempenho impressionante: terminou como líder do grupo E e tirou a poderosa Inglaterra da competição, batendo os favoritos na última rodada por 3 a 2, no mítico estádio Wembley. Na Euro, mesmo sem o craque da seleção, o brasileiro-croata Eduardo da Silva, lesionado desde o início do ano, a Croácia quer impressionar os adversários como fez em seu passado recente.
Virtudes - O técnico Slaven Bilic, ex-zagueiro e integrante do time de 1998, já divulgou a lista dos 23 convocados para a disputa da Euro. A espinha dorsal do time está no bom meio-campo. A estrela do time, na ausência de Eduardo, é o jovem, mas com bagagem, Niko Kranjcar (Portsmouth). Luka Modric (Tottenham), Ivan Rakitic (Schalke 04) e o estreante Nikola Pokrivac (Mônaco) são também jovens promessas do atual elenco croata. O experiente capitão Niko Kovac (Salzburg), remanescente da seleção de 1998, é o porto-seguro de Bilic.
Fraquezas - Os irregulares atacantes disponíveis: Ivan Klasnic (Werder Bremen), Ivica Olic (Hamburgo), Igor Budan (Parma) e Mladen Petric (Borussia Dortmund). A esperança de qualidade na frente é o jovem goleador de 20 anos Nikola Kalinic (Hajduk Split/CRO), que nunca atuou pela seleção principal da Croácia. Eduardo vai fazer falta...
Destaque individual - No último sábado, Niko Kranjcar (foto acima: Eurosport/Yahoo) ajudou o Portsmouth a conquistar um título (a Copa da Inglaterra) depois de mais de 50 anos de jejum. E ele chega com moral para a Euro 2008, tendo atuado com muita regularidade e competência desde que chegou à seleção principal da Croácia, em 2004. Kranjcar é um jogador de boa técnica, tem qualidade no passe e finaliza muito bem. É o reduto de criatividade no meio-campo, e será essencial para que a Croácia vá bem na Euro.

sexta-feira, maio 09, 2008

Grupo A - Euro 2008

Suíça - Anfitriã quer surpreender
Há muito tempo o futebol suíço não vivia um momento tão bom. Participou da última Copa do Mundo, chegou às oitavas-de-final e saiu da competição sem sofrer nenhum gol. E neste ano, abriga, junto com a Áustria, a Eurocopa, a maior competição entre seleções depois da Copa do Mundo. A Suíça só não quer repetir as duas únicas campanhas em eurocopas: em 1966 e 2004 caiu na primeira fase. E, contra Portugal, Turquia e República Tcheca, a equipe dirigida pelo técnico Jakob (ou carinhosamente Kobi) Kuhn, desde 2001 e que se aposenta após a competição, aposta na força do sistema defensivo.
Virtudes - A excelente defesa, cuja maior parte joga no futebol alemão, exceto os jovens Senderos e Djorou, do Arsenal. O meio-campo, que tem características defensivas, também é destaque, principalmente pelos meias Gygax (Metz), Barnetta (B. Leverkusen) e Fernandes (Man. City). As laterais também contam com jogadores aplicados defensivamente, mas que também sabem sair jogando com qualidade: na esquerda, Behrami (Lazio) e na direita, Magnin (Stuttgart).
Fraquezas - O maior defeito é exatamente a maior qualidade da Suíça: a cautela defensiva. O time costuma se arriscar pouco e procura jogar em velocidade pelas laterais; as jogadas são pelo alto, procurando os bons cabeceadores Frei (B. Dortmund) e Streller (Basel). Reflexo disso foi o amistoso contra a Inglaterra, em fevereiro, quando a equipe jogou melhor ao sair da rigidez defensiva mas acabou sofrendo gols por atuar muito recuada.
Destaque individual - Tranquilo Barnetta (foto acima: Reto Stauffer/JPN) tem 22 anos, é meia atacante e tem origens italianas. Joga na seleção suíça desde 2004 e participou da última Copa do Mundo, sendo o principal destaque de sua seleção. Após o mundial, foi indicado ao prêmio de Melhor Revelação do torneio, vencido pelo alemão Lukas Podolski. Barnetta é veloz, finaliza bem de média distância e pode atuar em qualquer posição do ataque. É o reduto de criatividade e criação de jogadas do time suíço.

República Tcheca - Menos favoritismo e mais eficiência
O experiente estrategista Karel Brückner recolocou os tchecos nas competições entre seleções e tornou a seleção de seu país uma das mais fortes do continente (em 1996, participou pela primeira vez da Euro e terminou como vice-campeã, perdendo para a Alemanha). A equipe chegou como favorita na Euro 2004 e como favorita-debutante no Mundial de 2006, mas acabou amarelando nas duas competições: nas semifinais da Euro, perdeu para a Grécia, eventual campeã; na Copa do Mundo, caiu na primeira fase. Depois dos fracassos, os importantes meia Pavel Nedved e Karel Poborsky anunciaram aposentadoria da seleção nacional. Mas a seleção sub-20 foi vice-campeã mundial em 2007 (perdeu para a Argentina), e Brückner pôde garimpar alguns bons talentos. Aliás, força nas categorias de base tem sido um ponto marcante do futebol tcheco. Em 2002, quando Brückner chegou ao comando tcheco, a seleção sub-21 havia sido campeã européia no mesmo ano, em competição realizada na Suíça. Talvez um sinal de que a Euro 2008 traga bons resultados para a seleção principal.
Virtudes - Já diria o clichê futebolístico: Um bom time começa com um bom goleiro. E ele bem se encaixa ao time tcheco. Petr Cech (Chelsea) é uma verdadeira muralha debaixo do travessão e ainda é ajudado pelos excelentes zagueiros Kovac (Spartak Moscou) e Rozenhal (Lazio). As laterais são o ponto forte de saída de bola para o ataque, com os eficientes apoiadores Grygera (Juventus), na direita, e Jankulovski (Milan), na esquerda. O ataque também vale a pena ser destacado. Milan Baros (Portsmouth), goleador da Euro 2004, e o gigante Koller são goleadores e fortes em jogadas aéreas. Os novos talentos descobertos no mundial sub-20, o beque Kadlec (Sparta Praga) e o atacante Fenin (E. Frankfurt), são armas de Brückner que podem aparecer com importância.
Fraquezas - O meia Rosicky (Arsenal), capitão e principal jogador de meio-campo, anunciou, nesta sexta, que não disputará a Eurocopa. O motivo é uma lesão no joelho direito, sofrida no primeiro bimestre, que será operado na próxima semana. A armação de jogadas está seriamente comprometida e esse papel terá que ser dividido entre os laterais e os meias ofensivos Plasil (Osasuna), Galasek (Nuremberg) e Jarolim (Hamburgo), que não são da mesma qualidade de Rosicky. A ausência do capitão pode ainda dar insegurança ao time, que costuma dar azar em jogos decisivos. Resta saber como a equipe vai se comportar na primeira fase com essas dificuldades.
Destaque individual- Com a perda de Rosicky, Jankulovski (foto acima: AP) assume o papel de jogador mais criativo da equipe. Além de lateral, ele pode atuar também como meia ofensivo aberto pela esquerda. Tem muita disposição física e ótima finalização de média/longa distância. Além disso, é um bom marcador, que sabe desarmar o adversário e sair com qualidade de passe para o jogo. A República Tcheca precisa dele inspirado para fazer boa campanha na Euro.

Turquia - Reviver é preciso
Copa do Mundo de 2002: a Turquia chega às semifinais, perde para o Brasil pela segunda vez no mundial, mas fica com o 3° lugar da competição ao vencer a Coréia do Sul, uma das anfitriãs. Era a revolução turca no futebol... que foi abafada por resultados ruins nos anos seguintes. A seleção não participou de nenhuma competição oficial desde então, mas quer retomar a história que foi esquecida no tempo. O caminho até a Euro foi conturbado, no entanto a Turquia conseguiu se classificar em segundo no grupo D das eliminatórias, atrás da Grécia. O time é bem diferente daquele surpreendente de seis anos atrás, mas é forte defensivamente e conta com a direção de um técnico muito respeitado no país, Fatih Terim. Ex-zagueiro do Galatasaray e capitão da seleção turca, ele foi o homem que levou a Turquia para a disputa da Euro 1996, disputada na Inglaterra, depois de décadas de ausência em competições interclubes (a última tinha sido a Copa do Mundo de 1954). Na base da disciplina e disposição, a Turquia deseja supreender novamente.
Virtudes - O rígido sistema defensivo, que fornece várias opções: Cetin (Galatasaray), Zan (Besiktas), Boral (Fenerbahçe), Toraman (Besiktas) e Aşık (Ankaraspor). E os consistentes meio-campistas marcadores: Emre (Newcastle), Mehmet Aurelio (Fenerbahçe) e Hamit Altintop (Bayern de Munique). Trancar a defesa e atacar quando possível é a tática da Turquia, uma postura que pode dar certo contra as seleções ofensivas da República Tcheca e Portugal, concorrentes no grupo A.
Fraquezas - O enfraquecido ataque, aterrorizado por lesões recentemente. Basturk (Stuttgart), remanescente de 2002, Tekke (Zenit St. Petersburgo) e Nihat (Villareal) não devem estar 100% até a Euro. O eterno Hakan Sukur (Galatasaray), Tuncay Sanli (Middlesbrough) e o irmão gêmeo de Hamit, Halil Altintop (Schalke 04) passam a ser as peças ofensivas mais interessantes.
Destaque individual - Sempre ele, Hakan Sukur (foto acima: GettyImages). Mais de 100 jogos e 50 gols pela seleção turca. Um ícone do esporte nacional e autor do gol mais rápido de todas as Copas do Mundo. Contra a Coréia do Sul, na disputa do terceiro lugar do Mundial de 2002, ele abriu o placar exatamente aos 10,8 segundos de bola rolando. Em uma seleção com muitos problemas e poucas estrelas, o goleador Sukur aparece como figura essencial de segurança e esperança de bons resultados.

Portugal - Sede por título
Felipão assumiu a seleção lusitana para colocar o time no caminho das vitórias, após o inesperado fracasso no Mundial de 2002, caindo na primeira fase. Não conseguiu títulos, mas fez de Portugal uma das cinco seleções mais fortes do continente europeu. Chegou a final da Euro 2004, mas perdeu para a Grécia, jogando em casa. Na Copa do Mundo de 2006, parou nas semifinais, diante da vice-campeã, França. Na Euro 2008, a seleção portuguesa chega ainda mais sedenta pelo título. E leva para a competição um elenco cheio de novidades, e com jogadores que têm se destacado muito em seus clubes. O craque Figo e o goleador Pauleta se aposentaram após a Copa de 2006, e agora cabe a Cristiano Ronaldo a tarefa de liderar Portugal à conquista de um inédito título europeu.
Virtudes - A enorme variedade de opções disponíveis a Felipão, especialmente no meio-campo e no ataque. Cristiano Ronaldo (Manchester United) e Deco (Barcelona) são intocáveis, enquanto vários jogadores disputam outras posições. Na proteção à zaga, os prováveis titulares são Maniche (Internazionale) e Costinha (Atalanta), mas os jovens Raul Meireles (Porto) e Miguel Veloso (Sporting) ameaçam à titularidade dos mais experientes. Na armação de jogadas, Tiago (Juventus), Nani (Manchester United) e João Moutinho (Sporting) são opções interessantes. E ainda há o habilidoso Quaresma, que pode atuar no ataque, e o velocista Simão Sabrosa (Atlético de Madrid). Nuno Gomes (Benfica) deve ser o centroavante, mas Makukula (Benfica) e Hugo Almeida (Werder Bremen) fizeram boas temporadas em seus clubes e podem despontar como surpresas. O futebol de Portugal é riquíssimo em jogadores habilidosos e criativos. O problema de Felipão é decidir quem vai começar jogando ou não. O poderio ofensivo lusitano é avassalador.
Fraquezas - A defesa é boa: Ricardo Carvalho (Chelsea), Jorge Andrade (Juventus), Ricardo Costa (Porto), Ricardo Rocha (Sporting), Bruno Alves (Porto), Pepe (Real Madrid) e Fernando Meira (Stuttgart) são os jogadores disponíveis. Mas a forma como Portugal joga prioriza pouco a proteção à zaga: Costinha fica um pouco mais, enquanto Maniche é quase um meia. Os laterais, Paulo Ferreira (Chelsea) na esquerda e Bosingwa (Porto) ou Miguel (Valencia) na direita, são de características mais ofensivas e pouco eficientes na marcação dos meias adversários. A inconsistência defensiva pode ser decisiva nas fases de mata-mata.
Destaque individual - Não poderia ser outro: Cristiano Ronaldo (foto acima: GettyImages). Duas vezes eleito o melhor do Campeonato Inglês, nesta temporada o jogador lidera o Manchester United a dois títulos: o bi do Inglês e o bi da Liga dos Campeões. E é bem provável que consiga as duas taças. Ronaldo chega a Euro após a melhor temporada de sua vida, e certamente não ligará para o cansaço pós-temporada que geralmente atrapalha a condição física de muitos jogadores. Tudo o que ele quer é conquistar uma taça por Portugal.

sábado, maio 03, 2008

Prova de sobrevivência

A temporada européia está terminando e muitos clubes ainda lutam para permanecer nas principais divisões de elite

Inglaterra
A rodada de hoje, a penúltima, foi decisiva para a definição dos rebaixados a 2ª divisão (lá, chamada de Championship). O Derby County, rebaixado há muitas rodadas, até abriu o placar diante do Blackburn, fora de casa, mas acabou derrotado por 3 a 1, e permanece com míseros 11 pontos na lanterna do campeonato. No confronto direto entre o penúltimo e o antepenúltimo, o Fulham bateu o Birmingham, em casa, por 2 a 0, e saiu da zona de rebaixamento, onde estava desde dezembro do ano passado (McBride, à direita, fez o primeiro: GettyImages/BBC). A equipe está com 33 pontos, um a mais que os rivais de hoje, e mandou o Reading, também com 33 pontos, para a primeira posição da zona da degola. O pequeno Reading, que chegou a Premier no ano passado e ficou em oitavo na tabela de classificação, agora corre sérios riscos de voltar a Championship. O Bolton venceu o Sunderland por 2 a 0 e também respirou na tabela, mas ainda tem chances, ainda que remotas, de cair. A equipe está com 36 pontos e um saldo bem melhor que o do 'líder da zona', Reading (-18 a -29). Middlesbrough e Wigan, equipes que chegaram a essa rodada com chance de rebaixamento, venceram e estão livres do sufoco da última rodada.
Confrontos da última rodada: Birmingham x Blackburn (precisa vencer e torcer contra o Reading e Fulham); Chelsea x Bolton (um empate tira qualquer possibilidade de descenso); Portsmouth x Fulham (a vitória basta; um empate e Reading e B'Ham não podem vencer); Derby County x Reading (precisa vencer; se empatar, torce contra Fulham e B'Ham).
Palpites:
Birmingham e Fulham perdem e caem juntos. Reading vence e permanece na Premiership.

Itália
Ainda faltam três rodadas para o fim da Serie A e as desprezíveis vagas para a Série B ainda não têm donos definidos. Livorno e Parma, 30 e 31 pontos, respectivamente, são os candidatos mais sérios ao rebaixamento. Ainda têm chances matemáticas de se livrarem, mas o retrospecto recente não ajuda. Nas últimas seis rodadas, as duas equipes conquistaram apenas dois pontos. O Livorno faz uma campanha inesperadamente ruim, devido às boas colocações das últimas três temporadas: subiu em 2004-05 e ficou em oitavo, em 2005-06, terminou em sexto e se classificou para a Copa da Uefa, e em 2006-07, fechou o ano em 11°. Já o Parma, que se salvou da degola na temporada 2004-05 pelo confronto desempate, contra o Bologna, nesse ano também não deve escapar (depois daquele susto, fez duas boas campanhas: 7° e 12°). Um pouco acima de Parma e Livorno aparece a Reggina, com 33 pontos. O Empoli tem a mesma pontuação, mas possui um saldo melhor e ocupa a 16ª posição. Acima dele estão: Torino, 34, Cagliari, 35 e Catania, 35. Até Siena, 39, e Atalanta, 42, têm chances matemáticas de cair.
Palpites: A situação não deve mudar no fim do campeonato. Parma (do meia Dossena: Grazia Neri) tem adversários mais indigestos nas rodadas finais (Genoa, Fiorentina e Inter) e segura a lanterna. A Reggina enfrenta Empoli e Cagliari (na última rodada) e não escapa do descenso. O Livorno precisa vencer seus três jogos para ainda ter chances (Atalanta, Torino e Empoli), mas não tem futebol para vencer os concorrentes Torino e Empoli, equipes que merecem posições melhores na tabela.

Espanha
Abaixo da 13ª posição, todas as equipes têm chances morais de cair para a segundona. Bétis, Athletic Bilbao (equipes que passaram por sustos na temporada passada), Mallorca, Espanyol e Almería podem ser matematicamente rebaixados, mas só um desastre tira alguma dessas equipes da divisão de elite do futebol espanhol. Getafe, 42 pontos, o 13° colocado, está a apenas dois pontos do Osasuna, 18° colocado. Murcia, 30 pontos, e Levante, 25, têm poucas esperanças de permanecer na primeira divisão. O cenário não aponta nenhum favorito para ocupar a indesejável vaga restante para a disputa da Série B na temporada que vem. Mas algumas equipes parecem estar trabalhando para isso... O Osasuna vem de duas derrotas consecutivas. Valencia e Recreativo são muito irregulares e também inspiram pouca confiança. O Getafe, mesmo antes dos fracassos na Uefa e na Copa do Rei, não conseguia bons resultados, e hoje faz um final de campeonato muito ruim: dos últimos 18 pontos disputados, conquistou apenas 3. Apenas Valladolid (ganhou 10 dos últimos 15 pontos que disputou) e Zaragoza (8 dos últimos 12, contando a vitória de hoje sobre o La Coruña, conseguida no último minuto graças a Ayala, no centro: AS) parecem estar em melhor forma na reta final de campeonato.
Palpites: (1) O que vai decidir a última vaga do rebaixamento serão os confrontos diretos: 36ª rodada- Valencia x Zaragoza, 37ª- Valladolid x Getafe, e 38ª- Recreativo x Valladolid; (2) e os confrontos com os líderes: 35ª- Villareal x Getafe, Barcelona x Valencia, Osasuna x Real Madrid (o Atletico Madrid goleou o Recreativo por 3 a0), 36ª- Recreativo x Villareal, 37ª- Zaragoza x Real Madrid, e 38ª- Valencia x Atletico Madrid. Levante e Murcia enfrentarão Real Madrid e Barcelona na última rodada. Belo presente de despedida da serie A.

quinta-feira, maio 01, 2008

Moscou em azul e vermelho

Chelsea e Manchester fazem a primeira final entre clubes ingleses na Liga dos Campeões, dia 21 de maio, na capital russa

Nos jogos de volta das semifinais, Manchester e Chelsea atuaram em casa e asseguraram vaga para a grande final em dois jogos inesquecíveis (fotos acima: GettyImages e PA). Em Old Trafford, Scholes deu a vitória aos red devils com um lindo chute de média distância, ainda no primeiro tempo. Os blaugranas pressionaram, liderados por Messi e Henry, mas não conseguiram o empate, que classificaria o time. O jogo entre Chelsea e Liverpool foi recheado de ainda mais emoção. Em Starmford Bridge, onde o Chelsea dificilmente é batido, o jogo caminhou para a prorrogação depois do empate em 1 a 1 no tempo normal (Drogba para o Chelsea e Torres para o Liverpool). O Chelsea fez dois gols ainda no primeiro tempo extra, com Lampard, de pênalti, e Drogba, levando a torcida ao delírio. Babel descontou para o Liverpool a quatro minutos do fim, mas a vaga inédita para a final ficou com o Chelsea. Não importa quem seja o campeão, a Inglaterra já pode celebrar o melhor momento de seu futebol em todos os tempos.

Manchester United - 100% em finais
Hino:
Glory, Glory, Man United (clique e ouça)

Bicampeões do torneio (1968 e 1999) e com o melhor futebol da Europa no momento, o esquadrão de Ferguson, carinhosamente apelidado de diabos vermelhos, chega a final como favorito ao título. E não só pela tradição e pelo futebol de Cristiano Ronaldo & Cia. O Manchester vai para Moscou disputar sua terceira final de Liga dos Campeões e possui a importante marca de nunca ter perdido uma decisão do torneio.

Em 1968, o adversário era o Benfica, de Eusébio e do técnico brasileiro Otto Glória. O jogo terminou 1 a 1 no tempo normal mas terminou 4 a 1 a favor dos ingleses. O lendário Bobby Charlton (que terá seu recorde de partidas pelo clube batido por Giggs), marcador do gol do time no tempo normal, George Best, o pupilo do futebol inglês naqueles tempos, e Kidd marcaram os gols que deram a Inglaterra a primeira conquista do principal interclubes do continente. Trinta e um anos depois, no estádio Camp Nou, o Manchester disputou sua última decisão européia, contra o Bayern de Munique. Os bávaros venciam por 1 a 0 até os acréscimos da etapa final, quando, em duas jogadas de escanteio, cobrados por Beckham, os diabos vermelhos viraram o jogo e conquistaram o título (Ferguson multicampeão em 1999: Liga dos Campeões, Copa da Inglaterra e Liga Inglesa; fotos: GettyImages/BBC). O primeiro a marcar foi Sheringham, aos 46. Solskjaer fez aos 48 o gol da virada mais espetacular dos últimos tempos. No dia 21 de maio, o atual time do Manchester, que deixou escapar a chance de alcançar a final na temporada passada, ao perder para o Milan, tem agora a oportunidade de fazer história mais uma vez.

O Chelsea é adversário da decisão e também desafiante do título inglês. No último sábado, o Chelsea venceu o Manchester e se igualou em número de pontos aos atuais campeões (o time de Ferguson lidera pelo saldo). Faltam duas rodadas e o Manchester precisa vencer os jogos restantes para garantir o bicampeonato. A campanha do clube nas duas competições em que ainda tem chances de título é irrepreensível. Parte do inesquecível ano de 1999 pode se repetir em 2008. Resta saber se, nos momentos decisivos, Cristiano Ronaldo & Cia não deixarão os torcedores na mão. Três vitórias, levando em conta a final européia, separam o elenco de Ferguson do eterno reconhecimento ou do inevitável esquecimento.

Chelsea - A europa é o alvo
Hino: Blue is the Colour (clique e ouça)

Apesar de ser apenas primeira vez que o clube chega a final da Liga dos Campeões, o retrospecto mostra que os londrinos têm aparecido com força na competição. Nas últimas cinco temporadas, considerando a em andamento, o time chegou a quatro semifinais. Em 2004, foi eliminado pelo Monaco, vice-campeão daquele ano, e nos outras três vezes enfrentou o Liverpool. A vitória de ontem mostrou que a saída de Mourinho não afetou a estrutura do clube e que o técnico israelense (e amigo de Abramovich) Avram Grant tem suas qualidades.

Grant sucedeu Mourinho no Chelsea e promoveu ajustes importantes (na foto, ele estréia no Chelsea perdendo para o Manchester no inglês: GettyImages/BBC). Desde a chegada de Ballack ao clube, na temporada passada, Lampard não conseguiu repetir o bom futebol dos dois primeiros anos da chegada de Mourinho. Deslocado para a meia-esquerda, o jogador se viu obrigado a dividir espaço com o alemão. No antigo esquema, ele tinha toda a intermediária livre para articular o ataque. Grant deslocou o volante Essien para a lateral-direita (atuações inseguras de Paulo Ferreira e Belletti), posição problemática desde os tempos de Mourinho, recuou Ballack e lançou Joe Cole, este, um genuíno ponta de lança, para o flanco esquerdo. As mudanças deram certo e Lampard hoje revive o bom futebol que o consagrou há dois anos atrás. Além do mais, Grant alcançou a final da competição mais importante do continente, coisa que Mourinho, em mais de três temporadas, não conseguiu. O israelense ainda tem chances de levar a Premier League, e para isso precisa vencer as duas rodadas restantes e torcer por tropeços de Ferguson.

Especialmente para o Chelsea, Moscou será o palco perfeito para a disputa do título. O russo Roman Abramovich, empresário, investidor e dono do clube, é o homem responsável pela montagem da estrutura que o time hoje possui. Seu grande sonho, desde que chegou ao clube, é conquistar a Europa. Mesmo com toda a desconfiança sobre a origem de tanto dinheiro, o astronômico investimento estrangeiro transformou o Chelsea rapidamente em um grande clube (antes, estava no mesmo nível de Tottenham, Everton e Aston Villa). Os capítulos mais importantes dos 103 anos de história do clube foram escritos nas últimas quatro temporadas. Se o título vier, o capítulo de 2008 deve ser redigido também em russo.