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quinta-feira, maio 24, 2007

Kaká e Inzaghi garantem ao Milan o hepta da Liga dos Campeões

- Final da Liga dos Campeões, temporada 2006-2007. Chance de redenção para o Milan e de nova glória para o Liverpool. Nem é preciso salientar o que ocorreu há duas temporadas atrás. Apesar de jogadores como Kaká terem dito que não pensavam em revanche contra os ingleses, o certo é que a equipe italiana entrou em campo querendo ao menos encobrir aquela histórica derrota. E a equipe mostrou ao longo da segunda fase, que mesmo com uma temporada difícil, chegava em igualdade para enfrentar o Liverpool. Os ingleses também se mostravam confiantes para a partida. Era a chance de chegar ao sexto título e ficar em igualdade com o Milan entre os maiores campeões do torneio. Era a oportunidade também do clube se sagrar como o rei do "mata-mata".
- Benítez, como é do seu feitio, já surpreendia a todos na escalação do Liverpool. Ele colocou apenas Kuyt no comando de ataque e deixou Gerrard em uma posição mais avançada. Para o lugar do capitão, o técnico espanhol escalou Pennant na meia direita. O Milan entrou com sua formação tradicional, que deu muito certo contra Bayern e Manchester United, com Inzaghi no comando de ataque e Kaká mais próximo da grande área. O escolhido para mediar a partida foi o árbitro alemão Herbert Fandel, que havia apitado a final da Copa da Uefa da temporada passada, disputada entre Sevilla e Middlesbrough.
Pennant, uma inesperada atuação. Inzaghi, um inesperado goleador
- Para quem esperava, como eu, um Milan dominante nos primeiros minutos, se enganou. Era o Liverpool quem mantinha a bola no ataque e agredia a defesa do Milan, principalmente com Pennant. Sim, foi ele mesmo quem aproveitou a frágil marcação no lado de Jankulovski e produziu as jogadas ofensivas mais claras do primeiro tempo. Foi assim aos 10 minutos de jogo. Pennant tomou a posse de bola de Jan, tabelou com Kuyt e bateu cruzado (na foto acima, ele finaliza marcado por Maldini: BBC). Mas Dida fez boa defesa. O Milan tinha dificuldades em usar a habilidade de Kaká e Seedorf, muito bem marcados e distantes um do outro no campo ofensivo. A primeira chegada do ataque italiano só aconteceu aos 17 minutos, em chute de Kaká bem defendido por Reina. O Liverpool além de conseguir marcar o ataque adversário, também dificultava a saída de bola do Milan, que insistia em usar apenas o lado esquerdo, o mais frágil da defesa. Aos 23, Mascherano iniciou o contra-ataque do campo de defesa e ligou em velocidade com Pennant. Ele virou o jogo para a esquerda na direção de Gerrard, mas o capitão se precipitou e chutou por cima do gol. Aos 27, outra chegada de perigo do Liverpool. Depois da finalização errada de Zenden e do desvio de Maldini, Xabi Alonso chutou rasteiro de fora da área, porém à esquerda do gol. Cinco minutos depois, novo chute de fora da área, desta vez de Riise, que também não encontrou a meta de Dida. As duas jogadas foram construídas por Pennant, que atrapalhava a saída de bola da defesa italiana e acelerava o jogo pela direita. Aos 36, o jovem meia inglês fez de novo. Jan saiu errado, Pennant tomou dele e passou para Gerrard. Kuyt recebeu no meio da área, mas finalizou em cima da zaga. O Liverpool era visivelmente melhor e o Milan não dava mostras de que poderia reagir, pelo menos não no primeiro tempo. Mas a dupla Kaká e Seedorf, tímida e bem vigiada pelos ingleses, mostrou porque foi a responsável por fazer de um desacreditado Milan, que por pouco não passou do Celtic nas oitavas-de-final, um time finalista de Liga dos Campeões. Seedorf, pela primeira vez no primeiro tempo, dominou a bola e teve a chance de fazer um passe preciso para Kaká. O brasileiro, artilheiro da liga com 10 gols, dominou na entrada da área e sofreu falta de Xabi Alonso. Pirlo cobrou no canto do goleiro, mas, no meio do caminho, a bola encontrou o tronco de Inzaghi, que desviou a bola para o canto esquerdo do gol. Não foi como em 2005, quando o Milan abriu o placar com menos de 1 minuto de jogo com Maldini, o gol mais rápido em final de Liga dos Campeões. Foi mesmo aos 45, quando o Milan não atuava bem. Por enquanto, tudo diferente de Istambul.
Persistência X Pertinência
- O Liverpool continuou com a mesma postura do primeiro tempo: procurava marcar a saída de bola do Milan e usar o lado direito. Mas a tática já não era mais tão original assim. O Milan conseguia sair do bloqueio na saída de bola, impor uma marcação mais forte no meio-campo e sair com mais velocidade com Kaká, já não mais tão bem marcado como na primeira etapa. A equipe continuava esperando o Liverpool no campo de defesa, mas também atacava com mais inteligência. A partida ganhou muito em emoção e qualidade. Aos 13, Benítez, vendo que Pennant já não jogava como na primeira etapa, investiu na meia esquerda, trocando Zenden por Kewell. O australiano voltou a atuar nas rodadas finais da Premier League e aparecia pela primeira vez na liga desta temporada. Além de atuar melhor pelos flancos que o holandês, Harry Kewell é melhor marcador. E realmente a mudança surtiu algum efeito no Liverpool. Aos 17, Gerrard aproveitou o erro de Gattuso e invadiu a área pela esquerda. Para a sorte de Dida, ele não finalizou como queria e facilitou a defesa do brasileiro. O Liverpool tentava chegar ao empate em cruzamentos para a grande área e em chutes de longa distância, mas estava evidente que faltava uma referência no ataque. Peter Crouch, que entrou aos 33 minutos no lugar de Mascherano, poderia sanar esse problema. Mas a insistência dos ingleses de nada adiantaria. O Milan estava com a arma do contragolpe previamente carregada para usá-la no momento certo. Para ser mais preciso: aos 37 minutos da segunda etapa. Kaká carregou pelo meio, esperou a movimentação de Inzaghi e fez um belo passe para o italiano invadir a área, passar pelo goleiro Reina e ampliar o placar para 2 a 0 (na foto acima, Inzaghi toca na saída de Reina: BBC). Kaká foi perfeito na hora exata. Não fez uma partida brilhante, mas apareceu nos momentos decisivos. Inzaghi, então, vive de momentos assim. É tímido durante os jogos, tem seu nome pouco falado pelos locutores de TV. E então, aparece nos momentos oportunos, para colocar a bola no fundo das redes. O Liverpool até tentou mostrar que não estava com as esperanças perdidas e diminuiu o placar com Kuyt, aos 44. Isso pode até ter deixado os italianos com uma pontinha de desespero, que com certeza se lembraram da final em Istambul. Mas o destino reservou a glória e a redenção para o Milan.
Superação em meio à aflição

- Foi o sétimo título da Liga dos Campeões. O quinto para Maldini (na foto abaixo, ele levanta ergue a taça do hepta: BBC). O quarto para Seedorf. Ancelotti apenas reforçou a marca de ser um dos cinco homens a conquistarem a competição como jogador e técnico. Foi o seu segundo no comando da equipe. Kaká terminou como artilheiro da competição, com incríveis 10 gols em 13 partidas. Mas a equipe foi mais que apenas números e marcas históricas. O Milan renasceu com o título da Liga dos Campeões, em um ano que tinha tudo para ser um dos piores da história do clube. Na temporada passada, o clube esteve envolvido no Calciocaos, escândalo que envolveu dirigentes e árbitros de várias equipes, que supostamente escolhiam os mediadores mais favoráveis para as suas partidas. O Milan começou a Serie A desta temporada com menos 8 pontos e ainda quase perdeu a vaga nesta edição da liga. As previsões não eram nada favoráveis. E a equipe, sem Shevchenko, vendido ao Chelsea, teve um primeiro turno nada satisfatório. Mas a equipe encontrou forças na Liga dos Campeões. Não foi brilhante na primeira fase, exceto pelas belas atuações de Kaká, como no hat-trick contra o Anderlecht. Nas oitavas, enfrentou a rígida equipe escocesa do Celtic. Não passou de um 0 a 0 no tempo normal das duas partidas e só conseguiu a partida na prorrogação, com um gol espetacular de Kaká. Chegou às quartas um pouco desacreditado para enfrentar o Bayern, que também não vinha em uma boa temporada. O primeiro jogo em Sansiro terminou 2 a 2, com gosto de derrota. A equipe vencia por 2 a 1 até os segundos finais de partida, quando Van Buyten apareceu na grande área para igualar o marcador. A equipe vinha jogando aos trancos e barrancos. Mas Kaká, Seedorf e companhia começaram a fazer a diferença na segunda partida, em Munique. Saíram de lá com uma vitória convincente por 2 a 0 e a vaga para a semifinal. Enfrentaram o Manchester, que havia massacrado a Roma e tinha tudo para fazer o mesmo com o Milan. Mas não. O setor defensivo se acertou, muito pela atuação de Gattuso, e o Milan conseguiu a vaga para a final. Kaká marcou três no confronto e foi decisivo, assim como Seedorf, que atuou de forma brilhante. A superação e a competência foram marcantes na campanha do Milan. O Liverpool também teve seus méritos, chegou à final com uma campanha irrepreensível. E tinha um time melhor do que aquele de 2005. Enquanto o Milan, desde aquele fracasso, entrou em uma profunda crise. Coisas que só acontecem no futebol.

domingo, maio 20, 2007

Drogba garante ao Chelsea o tetra da FA Cup

O retorno de um gigante
- A final reuniu Manchester e Chelsea, primeiro e segundo colocados da Premier League. Fato que acontece apenas pela terceira vez na história do futebol inglês. O United chegou para aumentar ainda mais seus números positivos na competição: ganhar o 12° título, Ferguson se sagrar como maior campeão do torneio, com 6 conquistas e Giggs para alcançar o mesmo recorde do treinador. O Chelsea entrou em campo buscando ganhar mais uma copa nacional e terminar a temporada com certo brilho. A equipe foi a última a ser campeã no Wembley, em 2000. Depois daquela final, as finais das copas britânicas se mudaram temporariamente para o estádio Millennium. O Wembley era previsto para voltar a funcionar em 2003, mas atrasos na reforma adiaram a volta do belo e histórico palco de futebol à ativa para o fim desta temporada. Apesar de já ter sido reaberto, com uma "partida-teste" entre as seleções sub-21 da Inglaterra e Itália, a final da FA Cup, ou Copa da Inglaterra, é o primeiro jogo oficial do estádio depois da longa reforma (na foto abaixo, o novo Wembley, um primor da arquitetura moderna: BBC).

A tática azul prevalece
- O Chelsea entrou em campo com desfalques consideráveis: Ballack, Shevchenko e Ricardo Carvalho, todos por contusão. Já o Manchester jogou sem Gary Neville e Saha, ambos também machucados. Os primeiros minutos de jogo foram marcados por muita cadência, com as equipes rodando a bola no meio-campo, principalmente o Manchester, e arriscando pouco no ataque. O time de Ferguson tinha a posse de bola no campo ofensivo, mas sofreu com a forte marcação do Chelsea, que até se arriscava a sair pelos flancos. Aos 22, a primeira chance efetiva de gol na partida. Drogba recebeu pelo meio, encontrou espaço e chutou de fora da área, errando por pouco o gol de Van der Sar. A equipe não mostrou lá muito brilho, mas jogava muito bem dentro da sua proposta tática: esperar o Manchester no campo de defesa, adiantar a marcação no meio-campo, induzindo o Manchester ao lançamento em impedimento de Scholes, como aconteceu por duas vezes com Rooney, e tentar sair com alguma velocidade, ponto não explorado nos primeiros trinta minutos.

Despertador atrasado
- Se os primeiros trinta minutos foram de muita cadência e lentidão, os 15 minutos finais do primeiro tempo foram de pura agitação, principalmente pelo Chelsea. Aos 30, Paulo Ferreira passou pela direita por Heinze e fez bom passe para Lampard. Mas o meia finalizou nas mãos do goleiro. Ronaldo respondeu para o Manchester cinco minutos depois, dominando bola lançada por Scholes, porém chutando sem direção. Enquanto o Manchester, quando tinha a posse de bola, dependia apenas do lançamento centralizado de Scholes, o Chelsea conseguia variar pelos lados do campo com mais rapidez. Bridge passou para Lampard e o inglês chutou com perigo, por cima do gol de Van der Sar. Aos 40, Rooney recebeu o terceiro lançamento de Scholes, mas, como das três vezes anteriores, dominou em impedimento.

Um Ronaldo discreto, um Rooney audacioso
- O Manchester tinha enormes dificuldades em quebrar o bloqueio do Chelsea por uma razão: falta de movimentação. Ronaldo seria o homem para mudar esse panorama. Ele foi o termômetro da equipe durante toda a temporada. O United até arriscou variar mais no fim do primeiro tempo, com as boas participações de Giggs, o próprio Rooney e Scholes, que se adiantava para o campo ofensivo para tentar o lançamento. Mas Ronaldo pouco ajudou. E também pouco faria de interessante na segunda etapa. Já Rooney, o outro talismã da equipe, fez diferente. Do lado do Chelsea, Mourinho tirou Joe Cole e colocou Robben, que ainda está em recuperação. Logo aos 2, foi o Manchester quem atacou primeiro na segunda etapa. Rooney recebeu pelo meio e chutou forte. Cech defendeu e, no rebote, Giggs, mesmo em impedimento, finalizou para o gol, parando novamente no goleiro adversário. Agora era o Chelsea quem tentava trabalhar a bola no campo de ataque e o Manchester quem procurava sair em velocidade, principalmente pelo lado esquerdo. Aos 11, Scholes fez um belo lançamento para Giggs pegar de primeira, errando a meta rival por pouco. O lado direito do Chelsea mostrava insegurança defensiva e era por ali que o Manchester criava as melhores chances do jogo. Drogba respondeu para o Chelsea aos 15, cobrando falta na trave direita com muita inteligência. Instantes depois, Rooney contra-atacou pela esquerda, invadiu a área, passou por Essien, que novamente foi sacrificado atuando na zaga, mas acabou sendo desarmado por Cech. O fim do tempo normal chegava ao fim e as equipes até tentaram, sem muita disposição, o gol da vitória. O Manchester teve boas chances com Cristiano Ronaldo e Vidic, porém o 0 a 0 levou o jogo para o tempo extra.
Um homem de decisão
- A prorrogação começou melhor para o Manchester, que aproveitou o cansaço visível do adversário e mantinha a bola no ataque. Aos 14 da etapa inicial, Rooney cruzou rasteiro da direita, Giggs não finalizou como queria e Cech segurou a bola já dentro da meta. O árbitro Steve Bennett deu prosseguimento à partida, não vendo que o goleiro havia sofrido falta de Giggs. A bola entrou, mas o gol não valeria. Robben, sem nenhuma condição de continuar na partida, saiu para a entrada de Ashley Cole no início da etapa final do tempo extra. Aos 5, Rooney tentou passa por Cech novamente, mas o goleiro tomou a bola do atacante com rara destreza. O Chelsea responderia com Kalou. Ele recebeu de Drogba, avançou e chutou colocado, à direita do gol. A equipe azul enfim mostrou que estava na partida, enquanto o Manchester já pensava na disputa de pênaltis. Porém o Chelsea não ficaria apenas na tentativa. Decidiria a partida minutos depois. Drogba recebeu de Mikel na entrada da área. Ele tabelou com Lampard, que devolveu a bola para o marfinense com um toque genial. Drogba saiu na cara de Van der Sar e desviou para as redes (na foto acima, Drogba decide a partida: BBC). O único jogador regular do Chelsea na temporada, artilheiro da Premier League, foi também o mais decisivo nas conquistas da equipe. Na Copa da Liga, marcou os dois gols que deram ao Chelsea o título da competição. E ontem, foi decisivo quando o Chelsea mais precisou. O clube não conquistou o tetra de forma brilhante, assim como foi a temporada, mas se saiu muito bem nos momentos decisivos (na foto acima, Terry levanta a taça ao lado de Lampard e Makelele). Graças a Drogba. Já o Manchester não teve esse espírito de decisão. Aconteceu nas semifinais da Liga dos Campeões diante do Milan. Aconteceu ontem na final da FA Cup diante do Chelsea. Faltou algo para que a temporada fosse mais brilhante ainda. Faltou Cristiano Ronaldo no fim da campanha.

quinta-feira, maio 10, 2007

Inter e Barcelona dão vexame nas copas nacionais

- Os atuais campeões italianos viajaram até Roma e saíram de lá goleados pelo tenebroso placar de 6 a 2. Em Milão, a Inter terá que vencer pelo placar de 4 a 0 para se sagrar tricampeã do torneio. A Roma se vingou das duas últimas finais, quando perdeu o título para os interistas. Na Espanha, pelas semifinais da Copa do Rei, o Barcelona, que havia vencido o primeiro jogo por 5 a 2, com o gol à Maradona de Messi, viajou a Madrid e foi humilhado pelo placar de 4 a 0. E olha que, mesmo sem Messi, os catalães atuaram com Ronaldinho e Eto'o entre os titulares.
Jogando à Manchester
- Quem não se lembra da avassaladora goleada do Manchester United sobre a Roma por 7 a 1? Pois é. A Roma não chegou a repetir aquele marcador histórico, mas passou perto. E olha que o adversário era, nada mais, nada menos, que o atual campeão italiano.
- Jogando em casa, os donos da capital italiana logo foram abrindo o placar no primeiro minuto de jogo. Panucci tocou para Taddei pelo lado direito e o brasileiro passou para Totti marcar o primeiro, à frente da linha do pênalti (na foto abaixo, Totti finaliza e marca: Sports.it). Quatro minutos depois a Roma ampliaria para 2 a 0. Depois do escanteio do lado esquerdo, Mexés pegou de primeira e a bola desviou em De Rossi, morrendo no fundo das redes do goleiro Toldo, que vem sendo usado como titular da meta da Inter na Copa Itália. O terceiro veio aos 15. Pizarro fez belo passe para Chivu, que apareceu pelo lado esquerdo. O romeno avançou e tocou em profundidade para Perrotta desviar para as redes. A Inter estava completamente perdida em campo, mas encontrou um gol cinco minutos depois de sofrer o terceiro. Figo tentou ligar com Maicon pela direita, mas acabou entregando de graça para Pizarro, ex-jogador da Inter. O chileno dominou, mas pressionado por Maicon, tentou recuar para a zaga. E acabou recuando mal, pois Crespo apareceu na grande área, se livrou de Doni e diminuiu o placar. Nada que atrapalhasse o dia de brilho da Roma. Aos 30, Panucci cruzou da direita, Toldo não afastou a bola da grande área por completo e o brasileiro aproveitou a falha do experiente goleiro italiano para fazer 4 a 1. Em apenas meia hora de partida, incríveis cinco gols marcados. Mas ainda havia os 45 minutos finais do segundo tempo. Logo aos 10 da etapa final, Pizarro cobrou escanteio e Panucci fez o quinto com uma bela cabeçada. Dois minutos depois Crespo fez o segundo da Inter, em nova falha da zaga romana. Cassetti tentou fazer lançamento do campo de defesa e Maicon aproveitou a falha para avançar pelo lado direito e colocar a bola na cabeça do atacante argentino. Mas a Roma ainda não havia parado a contagem e marcou o sexto e último gol no final do jogo. Totti cobrou falta de muito longe, Toldo espalmou mal, para o meio da área, e Panucci só teve o trabalho de tocar para o gol.
- O retrospecto das duas equipes na temporada agora está empatado. A Inter venceu duas vezes, a primeira na Supercopa da Itália e a segunda na Serie A, na capital italiana, com gol de Crespo. E a Roma também saiu vencedora por duas oportunidades: na Série A, venceu a partida que poderia dar o título a Inter, no estádio Giuseppe Meazza e ontem construiu uma avassaladora vitória sobre o time comandado por Roberto Mancini. Mas, quem viu a disputa da Supercopa da Itália, torneio de jogo único que abre a temporada no país, sabe que, mesmo com a diferença de gols da primeira partida, nada está acabado para a Inter. Naquela oportunidade, jogando em Milão, a Inter reverteu um placar desfavorável de 3 a 0. Já a Roma mostrou que tirou coisas boas daquela goleada sofrida em Old Trafford e porque é a equipe que tem apresentado o futebol mais agradável de se assistir na Itália: solto, ofensivo, inovador e, principalmente, imprevisível.
Total humilhação e vergonha
- Dezoito de abril. O Barcelona venceu o Getafe em casa pelo placar de 5 a 2, com direito a gol espetacular de Lionel Messi, como Maradona em 1986. Hoje, 10 de maio. O Getafe goleia os catalães por 4 a 0 e se garante na final, que será disputada no Santiago Bernabéu. Dá pra acreditar? Quase que não. Mas foi isso o que aconteceu.
- O primeiro gol foi marcado aos 37 minutos, por Casquerro. Depois do cruzamento da direita e do desvio da grande área, ele acertou um belo chute com a perna direita, que foi no ângulo esquerdo do goleiro Jorquera (na foto acima, Casquerro comemora com seus companheiros: Reuters). Seis minutos depois, a equipe madrilenha ampliaria, em nova jogada pelo lado direito. Depois do levantamento, Zambrotta cortou mal e Guiza fez o segundo do Getafe. Os jogadores do Barcelona foram para o vestiário atônitos. Mal sabiam que o Getafe, oitavo colocado no espanhol, ainda tinha mais duas cartas na manga. Aos 25, depois da falta cobrada pelo lado esquerdo, Vivar Dorado fez o terceiro, placar que já daria a vaga a final. Guiza ainda deu números finais à partida três minutos depois, depois de receber passe em profundidade e tocar na saída de Jorquera.
- Na final, a equipe madrilenha enfrentará o Sevilla, que passou com muita facilidade pelo La Coruña nas semifinais, com um placar agregado de 5 a 0. A equipe tem chances de terminar a temporada com espetaculares três títulos, sem contar a Supercopa da Europa, quando goleou o Barcelona por 3 a 0: o Campeonato Espanhol, onde ocupa a terceira posição, quatro pontos atrás do líder Barcelona, com ainda quatro rodadas a jogar e a Copa da Uefa, onde é atual campeão e tem grandes chances de conseguir o bicampeonato, enfrentando o compatriota time do Espanyol. Ao Barcelona restou apenas lamentos e pedidos de desculpas à torcida, como fez o técnico Frank Rijkaard. "Esta foi uma das piores noites que já experimentei. Quero pedir desculpas à torcida, que, com certeza, está muito desapontada". Enquanto o Barcelona se concentra na disputa do Campeonato Espanhol, o Getafe, cuja torcida e região estão pleno estado de euforia, tem um difícil desafio diante do Sevilla.

terça-feira, maio 08, 2007

A taça da Premier League volta à casa de seu melhor anfitrião: o Manchester United

- O Manchester United entrou em campo no sábado para enfrentar seu rival local, o Manchester City, no derby da cidade. Com 5 pontos à frente do Chelsea, bastava uma vitória e um tropeço dos blues para que o título da Premier League voltasse para as mãos do United. Coisa que não acontece desde 2003, quando Beckham ainda estava por lá.
Nada de balançar as redes em casa
- E a equipe de Ferguson tinha tudo para derrotar os rivais, comandados por Stuart Pearce, também técnico da seleção sub-21 da Inglaterra. O City, atuando no City of Manchester Stadium, marcou apenas 10 gols. Isso mesmo! E a última vez que a equipe balançou as redes em casa foi no dia 1° de janeiro. Se continuar assim, a equipe baterá o recorde negativo de gols marcados em casa. O Sunderland, em 2003, e o Arsenal, em 1913, ano de seu rebaixamento, marcaram apenas 11 gols em seus domínios durante todo o Campeonato Inglês. Fácil para o Manchester? Nada disso.

Ausência de gols, abundância de violência
- Ferguson contou com a importante volta de Ferdinand à zaga e ainda escalou Alan Smith entre os titulares. Cristiano Ronaldo, eleito jogador da temporada inglesa, já começou a partida sendo, literalmente, caçado em campo. Logo aos 2, o lateral-esquerdo Ball fez falta e ainda deixou o pé no peito do português. Mas o árbitro Rob Styles nem sequer paralisou o jogo. O City marcava forte e não deixava o Manchester atuar no campo de ataque. A principal arma do time da casa era a jogada em velocidade com o atacante Vassell, atuando pelo lado direito. Mas o Manchester superou a forte pressão inicial e levou perigo ao gol de Isaksson. Aos 10, Giggs cruzou da direita, depois do desvio do escanteio, e Vidic acertou o travessão. Azar dele que o juiz viu falta sobre o zagueiro Dunne, deslocado na cabeçada do sérvio. Aos 23, foi a vez do outro zagueiro do United, Ferdinand, acertar o travessão, depois da saída de gol atrapalhada do goleiro sueco Isaksson. Mesmo já dominando a posse de bola, era o City quem finalizava mais ao gol, mesmo com a ausência do importante meia Barton, suspenso até o final da temporada pelo próprio clube. O inglês, que até já foi chamado para defender a seleção inglesa, se envolveu em uma briga com o francês Dabo, na terça-feira. Ele simplesmente desfigurou o rosto de seu companheiro de clube e tomou a devida suspensão da diretoria. Mas o United abriria o placar com Cristiano Ronaldo, decisivo como tem sido durante a temporada. Ele pedalou pra cima da zaga e foi derrubado por Ball. Sim, aquele mesmo que deixou Ronaldo estatelado no gramado, no começo do confronto. Ele mesmo cobrou a penalidade e abriu o placar para o Manchester United (na foto acima, ele celebra com vigor: BBC/GettyImages).
- Pearce modificou o City na segunda etapa, colocando o atacante Dickov e o meia Sinclair em campo. A equipe passou a ser mais presente no campo ofensivo e tentou chegar ao gol de Van der Sar como pôde. E conseguiu, de forma efetiva, através de um pênalti. Ball, o açougueiro da primeira etapa, invadiu a área e foi derrubado por Brown. Darius Vassell foi para a cobrança, mas acabou cobrando mal, rasteiro, nos pés de Van der Sar (na foto acima, a defesa do goleiro holandês: BBC/GettyImages). O retrospecto em casa é tão ruim para o City, que nem cobrando pênalti consegue balançar as redes. Com a vitória no derby, restava esperar o resultado do clássico de Londres entre Arsenal e Chelsea. O jogo no Emirates Stadium, no domingo, acabou empatado em 1 a 1, mesmo resultado da partida em Stamford Bridge, na primeira parte do campeonato. O empate significou o título para o Manchester, que agora acumula incríveis 9 títulos do Campeonato Inglês, se levarmos em conta o formato da Premier League, utilizado desde 1992. No total, são 16 conquistas, duas atrás do Liverpool.

Uma gloriosa campanha. Um poderoso time. Um incrível Ronaldo
- Alguns diziam que a versão 2006-2007 do Manchester United igularia o feito da tríplice coroa daquele da temporada 1998-1999. Isso não aconteceu, é verdade, pois o Manchester foi massacrado pelo Milan nas semifinais da Liga dos Campeões. Mas o título da FA Cup, ou Copa da Inglaterra, ainda é uma meta para esta temporada. A final será contra o Chelsea, já derrotado no Campeonato Inglês e que busca vencer outra taça nesta temporada, além da Carling Cup, ou Copa da Liga Inglesa. Mas o feito principal do Manchester neste ano foi ter vencido a Premiership de forma tão brilhante. Depois de ter perdido a hegemonia nos últimos três anos para o Arsenal (campeão invicto em 2004) e para o Chelsea (bicampeão em 2005 e 2006) os red devils voltaram a apresentar um futebol grandioso, imponente e, principalmente, com postura de campeão. O time apresentou qualidade em todas as posições. Van der Sar enfim deu tranquilidade a Ferguson no gol, coisa que não havia em Old Trafford desde a saída de Schmeichel, no fim da década passada. A zaga contou com a ótima presença de Vidic, que chegou no começo do ano passado e se firmou como titular absoluto nesta temporada, além de Ferdinand, zagueiro de qualidades indiscutíveis. As laterais foram bem servidas por Evra, Heinze, Gary Neville e O'Shea, o último, que de tão polivalente que é, foi usado até no gol, em uma ocasião em que Van der Sar saiu machucado de campo e o Manchester não tinha mais substituições disponíveis, em partida contra o Tottenham. No meio-campo, Scholes voltou a jogar com regularidade e, sobretudo, com muita eficiência. Apoiado pela belíssima contratação de Michael Carrick (na foto acima, ele é apresentado ao clube, ao lado de Sir Alex Ferguson: BBC), a quinta contratação mais cara da história do clube, ele ajudou a formar um meio-campo sólido, marcador e ao mesmo tempo com qualidade ofensiva, coisa que o Manchester não tinha até esta temporada. Pelas meias, Giggs e Ronaldo atuaram fantasticamente bem, abastecendo o melhor ataque da competição. Ataque este que não se abateu com a saída de Nistelrooy para o Real Madrid e contou com um Wayne Rooney em mais uma temporada inspirada e com coadjuvantes cruciais, como Saha, Larsson e Solskjaer.
- Mesmo com um time desses, havia alguém que brilhava mais. Esse era Cristiano Ronaldo. Conhecido apenas por suas firulas com a bola no pé e colocado em xeque depois da polêmica da Copa do Mundo passada, quando se envolveu na expulsão de Rooney, nas quartas-de-final, o português passou a ser o homem mais importante de Ferguson. Atuando de maneira muito mais objetiva e marcando gols, ele liderou a equipe para a conquista do título inglês. Além da conquista pelo clube, ele ainda levou os prêmios de melhor jogador da temporada e de melhor jogador jovem da temporada. Honras mais do que merecidas.
- Depois da "Revolução Russa em Londres", a "ditadura" de Abramovich entrou em declínio, é verdade. O Chelsea foi assolado por várias contusões nesta temporada, principalmente na zaga, e não teve um meio-campo tão consistente como nas duas últimas campanhas vitoriosas. Ainda assim, sai desta temporada com um título e com reais chances de conquistar outra taça. Os blues enfrentam o Manchester amanhã, em partida atrasada da 34ª rodada do Inglês, e vão procurar tirar uma casquinha da taça adversária. Mas nada pode manchar a irrefutável campanha do Manchester.
- E a próxima temporada promete. O Arsenal formou uma boa base de jovens jogadores, que estarão muito mais maduros no próximo ano. O Chelsea vai querer retomar sua hegemonia e prestígio, assim como José Mourinho. O Liverpool, mais uma vez, teve um espetacular fim de temporada e chegará forte para, realmente, disputar o título inglês. Já o Manchester terá a missão de manter o poderio retomado neste ano. Quem tem a crescer com isso são os fãs do futebol, que terão a oportunidade de assistir a uma Premier League ainda melhor.

domingo, maio 06, 2007

O Milan goleia o Manchester e busca revanche na final

- Debaixo de muita chuva em Milão, Milan e Manchester protagonizaram a partida de volta das semifinais da Liga dos Campeões. O resultado de 3 a 2 na primeira partida dava certa vantagem aos visitantes, mas o Milan, jogando em casa, acabou saindo vencedor pelo surpreendente e contundente placar de 3 a 0. O Manchester agora se volta às competições nacionais que ainda disputa, a Premier League e a final da Copa da Inglaterra, que será contra o Chelsea. Já o Milan só pensa em esquecer, definitivamente, aquela tenebrosa final de 2005, saindo de Atenas com o heptacampeonato.
- Os italianos entraram em campo com Inzaghi no lugar de Gilardino, que atuou na partida em Old Trafford. Além da mudança ofensiva, Ancelotti trocou o Maldini por Kaladze, devido a problema de contusão no joelho do capitão da equipe. Alex Ferguson contou com a volta de Vidic à zaga, enquanto Ferdinand, não totalmente recuperado, assistiu à partida do banco de reservas. Evra também não atuou, suspenso, deslocando Heinze para a lateral esquerda.

Um exuberante Milan
- A equipe da casa, impulsionada pela torcida que compareceu em massa ao estádio Sansiro, logo começou a partida no ataque, acuando os visitantes. No primeiro minuto de jogo, Kaká avançou pelo lado direito, invadiu a área e chutou cruzado, levando perigo ao gol de Van der Sar. Diferentemente da formação tática das últimas três partidas na liga, Kaká começou ocupando o lado direito do meio-campo, enquanto Seedorf continuou pela esquerda. A mudança possibilitou uma variação de jogadas ofensivas muito mais ampla. Aos 3, a jogada começou com a falta de Pirlo cobrada pela direita. No rebote da zaga, Seedorf acertou um belo chute da entrada da área, porém Van der Sar espalmou com maestria. O Milan, além de usar e muito o lado direito com Kaká e as subidas de Oddo, marcava muito bem a saída de bola do Manchester. Gattuso foi o principal perseguidor de Cristiano Ronaldo, que não conseguiu atuar como na fase anterior. Com a atuação ineficiente de Fletcher e Scholes, o meio-campo do Milan tinha total controle da partida. Aos 11, Seedorf desviou para a entrada da área o lançamento que veio do campo de defesa e Kaká apareceu para finalizar com o pé esquerdo, abrindo o placar. O Manchester só conseguiu levar perigo real ao gol de Dida aos 20 minutos. Giggs avançou pela direita e chutou rasteiro para a boa defesa do goleiro. Após a tentativa, a equipe mostrou que sairia um pouco mais para o jogo, principalmente através de Cristiano Ronaldo. Sem sucesso. O Milan, aproveitando o grotesco erro da defesa adversária, ampliaria o placar aos 30 minutos. Depois de receber passe de Heinze, Vidic, pressionado por Kaká, tentou afastar mas acabou entregando a bola nos pés de Pirlo. O italiano cruzou da direita, Vidic novamente cortou mal e Seedorf ficou com a sobra. O holandês passou maravilhosamente por Fletcher e Vidic e chutou no canto esquerdo de Van der Sar (na foto acima, Seedorf finaliza e marca: AP). Dez minutos depois, Inzaghi quase fez o terceiro, porém finalizou à direita do gol, depois de nova jogada pela direita, desta vez com Oddo. O Milan fez um primeiro tempo quase perfeito: marcou com veêmencia e ímpeto e atacou com muita qualidade e objetividade. Já o Manchester esteve irreconhecível mais uma vez.
O golpe final
- O Milan continuou jogando em ritmo forte na segunda etapa e por pouco não ampliou com Kaká. Aos 7, ele partiu pela direita, deixou Vidic no chão, mas parou em Van der Sar. Mas a tática do time comandado por Ancelotti seria outra, semelhante àquela usada na partida em Old Trafford: esperar o Manchester no campo de defesa, roubar a bola no meio-campo e sair com velocidade pelos lados do campo. O United até passou a dominar a posse de bola. No entanto, com a forte marcação imposta pelo Milan, sobretudo por Gattuso, estava difícil chegar ao gol de Dida. Aos 17, Fletcher recebeu pelo lado direito da grande área de Rooney, mas acabou finalizando mal, à esquerda do gol. Sem organização, sem velocidade e toque de bola no ataque, o Manchester não conseguiria se desvencilhar da forte marcação pelo meio e chegar ao empate, resultado que daria a vaga para as finais. E o Milan sabia usar bem a arma do contragolpe. Aos 33, Gilardino foi lançado por Ambrosini e tocou na saída de Van der Sar, acabando com qualquer chance de reação dos ingleses (na foto acima, o Milan comemora a vaga para a 10ª final de sua história: AP).

Chance de redenção ou de nova decepção
- O Milan, desde a emocionante e sofrida classificação contra o Celtic, nas oitavas-de-final, começou a jogar um futebol diferente e, sobretudo, de muita qualidade. Comandado por Kaká e Seedorf, a equipe passou pelo tradicional Bayern na fase seguinte, vencendo na casa do adversário com muita autoridade. Na semifinal, fez duas partidas espetaculares contra o Manchester, um gigante que era cotado para a consquista do título, principalmente após a contundente goleada de 7 a 1 sobre a Roma. A marcação e a objetividade ofensiva mostradas pelos rossoneros são fatores que qualquer time campeão deve ter. E se o Milan se sagrar heptacampeão em Atenas, no dia 23, o título terá um gosto ainda mais especial. Há dois anos, a equipe estava em Istambul disputando a final da competição e saiu com um espetacular placar de 3 a 0 para o intervalo. No segundo tempo, o Liverpool surpreendentemente empatou a partida e bateu os italianos nos pênaltis. Agora, as equipes se enfrentarão novamente em uma final. Se o Milan for campeão, garantirá sua sétima conquista, além de uma revanche histórica contra os ingleses. Já o Liverpool, se igualará aos italianos no número de títulos e poderá se gabar diante de seus rivais Chelsea, Arsenal e Manchester (o United, a única equipe britânica campeã além do Liverpool, nos anos de 1968 e 1999).

quinta-feira, maio 03, 2007

Deu Liverpool de novo!

- Depois de uma partida de ida nada boa para a equipe de Benítez, a decisão em Anfield Road foi marcada por muito drama e emoção. O Livepool saiu vencedor no tempo normal por 1 a 0, mas o resultado não foi suficiente e o jogo caminhou para as cobranças de pênalti. Gerrard e Cia foram mais felizes e fizeram a festa dos torcedores do Liverpool, que agoram sonham com o hexacampeonato em Atenas, na sétima final disputada pelo clube. Restou ao Chelsea mais uma decepção. No último fim de semana, a equipe viu o Manchester se distanciar na liderança da Premier League e agora perde a chance de chegar a uma final inédita de Liga dos Campeões.
- Benítez, insatisfeito com a produção ofensiva do time na primeira partida, optou por colocar Crouch entre os titulares, no lugar de Bellamy. O treinador ainda sacou Arbeloa e Xabi Alonso do time, dando oportunidades para Finnan e Pennant. Já Mourinho teve problemas com jogadores machucados. Shevchenko e Ricardo Carvalho não tinham condições de jogo e foram substituídos por Kalou e Essien, que voltava de suspensão e jogaria recuado pela zaga central.
Competência de sobra
- Os momentos iniciais de partida foram marcados por muitas faltas e muita marcação. O Liverpool tinha maior tempo de posse de bola, enquanto o Chelsea saía como podia para o ataque, sempre com as descidas rápidas de Kalou pelo lado esquerdo. O cenário era perfeito para lances casuais, em jogadas de bola parada. E o Liverpool mostrou porque é uma das melhores equipes do mundo nesse quesito. Depois de falta feita por Joe Cole pelo lado esquerdo, Gerrard cobrou para a entrada da área e Agger colocou a bola com muita categoria no cantinho esquerdo de Cech (na foto acima, Agger coloca o Liverpool na frente: BBC). O Chelsea passou a ser mais incisivo no ataque depois do gol, aproveitando os erros do meio-campo adversário. Aos 32, Mascherano errou passe pelo meio e Mikel lançou Drogba pela direita. O marfinense dominou, invadiu a área mas finalizou para a boa defesa de Reina. Oito minutos depois, outra boa chance. Lampard cobrou escanteio, Drogba desviou, mas Essien concluiu sem precisão para o gol. No minuto final do primeiro tempo, Lampard apareceu novamente, desta vez em falta do lado esquerdo, que Reina interceptou com segurança. Apesar das melhores chances para o lado azul, o Liverpool fez um primeiro tempo seguro, muito melhor do que apresentou na partida de ida.
Drama, o sinônimo de Liverpool na liga
- Com as duas equipes buscando o resultado, o Liverpool porque o 1 a 0 levaria o jogo para a prorrogação e o Chelsea porque o empate dava a vaga a final, a partida ganhou muita qualidade e, sobretudo, emoção. Aos 11, Pennant cruzou da direita e Crouch cabeceou no canto direito, porém a finalização parou nos pés de Cech. O Liverpool continuou pressionando e mantendo o Chelsea preso no campo de defesa. Poucos minutos depois do lance de Crouch, Kuyt acertou o travessão, depois de cruzamento de Riise da entrada da área. Novamente, a equipe trabalhou muito bem a bola pelo lado direito e, desta vez, virou o jogo para o esquerdo, conseguindo uma bela chance de ampliar o placar. Porém o Chelsea também levou muito perigo ao gol dos donos da casa. Aos 30, Mikel fez lindo lançamento para Ashley Cole pela esquerda. Ele cruzou rasteiro para a pequena área, mas Carragher tirou dali antes que Drogba chegasse para igualar o marcador, naquela que foi a melhor chance do Chelsea no jogo. O equilíbrio da partida levou os clubes para a disputa do tempo extra, acrescentando ainda mais emoção ao confronto. A superioridade física do Liverpool estava clara e a equipe teve duas grandes chances de sair vencedor, ambas com Kuyt. Na primeira ele parou em Cech e finalizou na zaga, porém havia impedimento no lançamento de Mascherano que deu origem ao lance. Na segunda e última da primeira etapa da prorrogação, ele aproveitou o rebote de Cech no chute de Alonso e completou para as redes. No entanto novo impedimento foi marcado, pois, na finalização de fora da área, o holandês estava ligeiramente a frente da linha defensiva azul. Kuyt ainda teve nova oportunidade a dois minutos do fim da partida, mas parou em Cech. A partida seria decidida mesmo nas cobranças de pênalti. É apenas a sexta vez que um confronto da segunda fase é decidido nas penalidades, e este jogo marcou a primeira semifinal a ser decidida assim. A última decisão foi exatamente naquela memorável final entre Milan e Liverpool, onde os ingleses saíram vencedores. E o Liverpool repetiria a dose.
- Zenden foi o primeiro a cobrar e não desperdiçou. Na vez do Chelsea, Robben, que havia entrado na prorrogação, parou em Reina. Na sequência, Xabi Alonso, Lampard e Gerrard converteram suas penalidades. Na vez de Geremi, Reina apareceu novamente, deixando o Liverpool perto da final. A responsabilidade da cobrança decisiva estava nos pés de Kuyt e o holandês não decepcionou os torcedores em Anfield Road, garantindo os reds em mais uma final de Liga dos Campeões (na foto acima, a cobrança indefensável de Kuyt: BBC).
A tradição faz frente à badalação
- Mais uma vez, o Chelsea morre na praia. E mais uma vez diante do Liverpool. Os azuis chegaram com certo favoritismo para as semifinais e eram cotados até para a conquista do título. Mas a tradição e a experiência do Liverpool na competição falaram mais alto que a recente ascensão do Chelsea no futebol mundial (a equipe figura entre os grandes desde a chegada do investidor russo Roman Abramovich, em 2003). Porém, nem só de história vive um time como o Liverpool. A equipe não dispõe jogadores brilhantes como o Chelsea, exceto por Gerrard, mas possui um elenco experiente, forte, disciplinado e muito competente. Além disso, tem no comando um técnico especialista em competições mata-mata, Rafael Benítez. Ele tem no currículo duas taças européias, uma Copa da Uefa com o Valencia em 2004 e uma Liga dos Campeões com o mesmo Liverpool em 2005. Benítez ainda conquistou a Copa da Inglaterra na temporada passada, também de forma dramática, contra o West Ham. O jogo terminou empatado em 3 a 3 e a equipe se sagrou campeã nas cobranças de pênalti. O Liverpool agora busca o hexacampeonato na final em Atenas, no dia 23 de maio.