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sexta-feira, junho 18, 2010

A zebra veio para ficar

Primeiro, a Sérvia aplicou uma derrota à Alemanha, em jogo desafortunado da arbitragem. Klose levou dois cartões amarelos e foi expulso ainda no primeiro tempo. O mediador espanhol Alberto Undiano Mallenco pesou a mão no bolso e distribuiu oito cartões amarelos, além do vermelho para o atacante polonês da seleção tricampeã do mundo. Um exagero daqueles. Fora os erros, Jovanovic fez 1 a 0. Podolski teve mais do que uma chance para igualar e ainda perdeu um pênalti, defendido por Stojkovic. E, dos dois lados, as bolas insistiam em acertar o travessão. No fim, deu zebra, deu Sérvia. O futebol germânico exibido contra a Austrália precisa reaparecer contra Gana, que joga pela liderança amanhã contra a Austrália. Os africanos agora são favoritos para o primeiro posto do grupo D.

A quase-zebra foi a Eslovênia, que vencia os Estados Unidos até os 37' do segundo tempo. Com um comportamento defensivo comprometido em sair jogando com a bola no pé, os eslovenos abriram 2 a 0 com facilidade, enquanto os norte-americanos só conseguiam chegar perto da área adversária através da velocidade de Findley. Aos 13', Birsa dominou a quatro passos da meia-lua e chutou colocado, à meia-altura do gol defendido por Howard. Depois de três chances perdidas pelos ianques, os eslovenos marcaram de novo, agora com Ljubijankic, em contra-ataque. Parecia que os europeus iriam assumir a liderança isolada do grupo C, peitando a Inglaterra. Mas a badalada seleção norte-americana, que ontem deve ter assistido ao espetacular jogo 7 da final da NBA, vencida pelo Los Angeles Lakers (83 a 79 no Boston Celtics), voltou ferozmente para o jogo. Donovan, aos 2', aproveitou erro imperdoável de Cesar no lado direito do ataque, avançou e disparou com raiva na direção das redes guardadas por Handanovic. O vibrante time norte-americano, atacado em contra-ataques liderados por Birsa e companhia ofensiva, chegou ao empate a oito minutos do fim. Altidore lutou pela posse da bola à esquerda da área e a bola sobrou para Michael Bradley, filho do ousado técnico Bob Bradley, que mudou a cara da equipe na etapa final, empatar. E à virada com Mo Edu. Pena que o árbitro Koman Coulibaly, de Mali, invalidou, equivocadamente. A última rodada vai ser frenética, com a Eslovênia diante da Inglaterra e os Estados Unidos com alguma tranquilidade contra a Argélia.

Aliás, não dá para dizer que a delegação norte-americana vai ter um encontro lá muito fácil contra os argelinos. Eles seguraram bravamente o 0 a 0 contra os ingleses, em mais um jogo que deve ter aporrinhado apostadores e boleiros ao redor do globo. A Inglaterra, com o pedante David James no lugar de Green -- o que significa mais inseguraça --, deixou muito claro que está completamente perdida nesta copa. Lampard e Gerrard não falam a mesma língua e parecem não se contentar com o espaço que lhes é reservado na linha de quatro meias que Capello escala. Gerrard está desconfortável à esquerda, e Lampard (foto: AP/Telegraph) é um homem a menos no english team. Rooney e Heskey também não se entendem -- e a culpa é dos dois: Heskey é uma peça imóvel na grande área e se atrapalha todo quando tenta armar alguma coisa fora de lá; e Rooney, talvez um pouco chateado com a inexistência de um meio de campo, não é nem sombra do artilheiro do Manchester United. E olha que a Argélia não é um time tão ruim assim e deu alguns sustos em James. Só perdeu para a líder Eslovênia por causa da falha do goleiro -- e ele, por sua vez, vai colocar a culpa na Jabulani pelo resto da vida, claro. Enfim, eu não esperava, você não esperava, nem mesmo os dois milhões de eslovenos esperavam que a equipe nacional ocupasse o topo de um grupo com Estados Unidos e Inglaterra. Seria um absurdo dizer isso antes da copa, mas Inglaterra x Eslovênia promete ser um evento imperdível.

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