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domingo, janeiro 25, 2009

Alguém segura o Barça?

Dos principais campeonatos europeus, um já parece ter dono. O Barcelona voltou a ser brilhante e eficiente nesta temporada, e os 12 pontos que o separam do vice Real Madrid mostram que a atual temporada já é dos blaugranas

Se Kaká foi o melhor do mundo em 2007 e Cristiano Ronaldo em 2008, 2009 só poderá ser de... Messi (na foto, ele disputa bola contra marcador do Numancia; dois gols na goleada por 4 a 1: AP/Terra). É, o camisa 10 do Barcelona tem feito uma temporada de consagração de seu futebol, que pode ser abrilhantada pelo título espanhol (e quem sabe, com um triunfo na Liga dos Campeões). E ele não é a única estrela pulsante no Camp Nou. Henry e Eto'o tem feito gols como nunca e formado uma poderosa e prolífica dupla de frente. Messi ainda possui o apoio na criação do coadjuvante, mas talentoso, Bojan (que já é um futuro Messi, diga-se de passagem...).

Os três, aliás, formam o trio goleador do time. Dos 63 gols do Barça na Liga Espanhola, 45 são do ataque. Eto'o encabeça a artilharia do campeonato com 19 gols, Messi já marcou 14 e Henry foi às redes 12 vezes. Não só o ataque, como a defesa, liderada por Puyol, é espetacular. Foi vazada apenas 14 vezes e é a melhor da Espanha.

E aí, será que alguém alcança o Barcelona? Acho que não. O Campeonato Espanhol já tem dono. Os outros 19 clubes que disputem entre si para ver quem termina mais próximo do melhor time do país do melhor futebol do continente europeu.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Os guardiões

A honrosa posição de goleiro ganhou um ranking pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, que considerou os melhores da história desde 1987

Quando criança, ser goleiro é sinônimo de não saber jogar futebol como os colegas. Os desajeitados sempre são deslocados para uma posição em campo que não parece ser tão importante quanto as outras: pois a tarefa principal do goleiro é evitar gols. O futebol evoluiu, os goleiros também, e nos jogos que presenciamos ou vemos pela TV o goleiro aparece como uma figura imponente, o guardião das redes, o protetor da equipe. Não é necessário ser um gigante de dois metros para ser um bom goleiro. O que importa é ter habilidade com as mãos ("ou com os pés", diria Fernando Henrique, do Fluminense), saber repor a bola com inteligência e ter características de liderança na defesa.

Sempre fui fascinado por goleiros. A começar pelo uniforme, com cores, tons, linhas e formato diferente de seus companheiros. As luvas, os gestos, a comemoração solitária pelo gol que ele nem mesmo pôde ver com nitidez, mas percebeu pelo nebuloso balançar das redes ao longe e pela euforia da torcida. Taffarel, 10º colocado no ranking, foi um goleiro clássico. Exemplar dentro e fora de campo. O homem do tetracampeonato, três Copas do Mundo como titular, principal responsável pelo único título europeu de um time turco: a Copa da Uefa, vencida pelo Galatasaray sobre o Arsenal, em 2000. Cláudio André Mergen Taffarel foi um gigante de apenas 1,83 (não muito maior do que eu), o goleiro que mais disputou jogos pelo Brasil (101) e que embalou tantas alegrias dos brasileiros. A imagem, não se engane, é de Taffarel: ele ainda jogava no Parma, temporada 91/92 do Campeonato Italiano. Ganhei de um amigo, há anos atrás, a coleção quase completa de cards da Serie A daquela temporada. E lá estão vários brasileiros, como Branco, com a camisa do Genoa, Dunga, na Fiorentina, e também Taffarel, ainda com cabelo, no Parma.

E o que dizer dos três primeiros da lista?: 1) Gianluigi Buffon, 2) Petr Schmeichel e 3) Iker Casillas. Buffon merece estar no topo. O goleiro mais importante da última década, sem dúvidas. Schmeichel, o goleiro mais importante da década passada. E Casillas, o símbolo de um dos maiores clubes do mundo, o Real Madrid, e peça fundamental na conquista da Eurocopa pela Espanha, no ano passado.

Mas o meu preferido está escondido na 40º posição: Marcos. Como fiel palmeirense, seria um pecado não citar o maior goleiro da história do clube neste texto. Ele é o goleiro do penta, o goleiro da Libertadores de 1999, o goleiro que parou Marcelinho Carioca. É, também, o goleiro que fui ao fundo do poço em 2003, disputou a segunda divisão e ajudou a reerguer o Palmeiras nos anos seguintes. Marcos não é Santo, mas é um dos maiores seres humanos que já tive a oportunidade de assistir em um jogo de futebol.

domingo, janeiro 11, 2009

Perto do topo

Juventus vence apertado, Inter tropeça em casa, e bianconeros ficam mais próximos da liderança

A Inter tem mostrado dependência extrema no vigor de Maicon e no poder de fogo de Ibrahimovic para jogar bem e vencer suas partidas. Ontem, empatou com o Cagliari (13º) em casa por 1 a 1, resultado que deu chance para vice-líder Juventus se aproximar do topo. E os bianconeros não desperdiçaram o presente. Venceram, com muita dificuldade, o Siena, atuando em casa, e agora estão a apenas quatro pontos da Inter. Graças à cobrança de falta precisa de Del Piero (foto: AP), o grande jogador da equipe nesta temporada, a Juventus está em forma na luta pelo título.

Para quem esperava uma Inter ainda mais esmagadora nesta temporada, sendo dirigida pelo falante, mas talentoso José Mourinho, se enganou. É um belo time, com um poderio ofensivo impressionante, e que tem condições de conquistar os títulos que disputa. Mas que mostra uma irregularidade de jogo incomodante. Não falo de uma regularidade de resultados, mas sim da falta de um padrão de jogo confiável, uma estratégia de jogo realmente eficiente e uma organização tática que não deixe o time sempre à mercê de substituições de emergência. Para a sorte da Inter, Mourinho talvez seja um dos poucos técnicos no mundo que saiba mexer no time durante o jogo com inteligência. Os nerazzurri são um time de segundo tempo, e essa pequena falha pode fazer a diferença nesta parte final da temporada.

A quatro pontos de distância na corrida pelo título está a Juventus. Ela não tem nenhum grande craque do momento, como, por exemplo, um Ibrahimovic da rival Inter, ou um Kaká ou Ronaldinho do também rival Milan, mas, ainda assim, é segunda colocada e, no momento, o melhor time da bota. O técnico não é nenhum gênio, o elenco não é estelar, mas o futebol é vistoso, equilibrado: algo a ser imitado. Mas é claro que há talentos individuais. Del Piero é experiente, vibrante, e joga como um craque em ascensão. E Amauri cabeceia como um atacante de longa trajetória, e marca gols com frequência. A defesa é sólida e o meio também exala segurança. A Juventus se redescobriu nesta temporada e pode acabar também redescobrindo o título.