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quinta-feira, agosto 21, 2008

Almas cintilantes

O placar mostra 1 a 0 para as estadunidenses. E daí? Da outra vez foi 2 a 1. E daí? As deles são bicampeãs olímpicas. As nossas são bi-vice-campeãs olímpicas. E daí? Medalha diz pouco. O ouro diz pouco. Coração vale mais. Luta vale mais. Vontade vale mais. Talento vale muito mais. A história, o número, o quadro de medalhas... mostra prata, enumera prata, evidencia prata. Pra mim é ouro. O segundo ouro. O ouro de Marta, Cristiane, Daniela, Formiga. O ouro de todas elas. A medalha de ouro é mero detalhe, adereço, enfeite. Mais vale aquele amarelo da camisa. Mais vale o suor incolor, fluído da vontade incontrolável, do esforço sobrehumano. Mais vale o urro do desabafo. Mais vale o torpor diante do azar. Mais vale o choro contido no fim do teste, gemido lancinante, penetrante. É a legião das sensações exaladas e do dom sem medida. Estadunidenses de prata no pescoço. Brasileiras de alma dourada. De coração que vale mais que todo o ouro que possamos imaginar (foto: Getty Images/Terra).

domingo, agosto 17, 2008

Primeiro impacto

Felipão e Murtosa, na foto (Getty Images/BBC), pareciam mais torcedores do que membros da comissão técnica do Chelsea na estréia do time na Premier League. 4 a 0. Vitória fácil, facil... ou melhor, goleada massacrante sobre o Porsmouth, que costuma endurecer diante dos grandes. No último fim de semana, na disputa da Community Shield (a Supercopa dos ingleses), o pompey segurou o Manchester no 0 a 0 no tempo normal, e só perdeu o simbólico título de abertura da temporada inglesa nos pênaltis (3 a 1).

Hoje, os blues mostraram a Ferguson que com Felipão o time continuará na disputa por títulos. O treinador dos red devils andou falando mal do rival e seu novo técnico aos cotovelos na pré-temporada; típico de Ferguson, um estrategista com mais de 20 anos na direção de grandes times a frente do Manchester, mas com a língua de um jovem e prepotente técnico.

O Chelsea mostrou que chega a essa temporada mais forte do que nunca. Reforçado, com um técnico de extrema competência, acostumado a grandes desafios e com um elenco experiente, que manteve a base vencedora dos tempos de Mourinho (Cech, Terry, Lampard, etc). O melhor campeonato do mundo deve ficar ainda melhor nesta temporada.

sábado, agosto 09, 2008

Epopéia olímpica

Nada melhor que prestigiar meu post de número 300 falando do maior espetáculo televisivo em todos os tempos: a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim (foto: Reuters). E olha que vi pouco do show realizado no estádio Ninho de Pássaro: assisti a um pedaço no intervalo da aula e ao final da cerimônia, que valeu muito a pena. Os chineses brindaram o mundo com um show rico em complexidade de cores, sons e movimentos. Espetáculo para os sentidos, mas também para a alma. Um show arrebatador.

A abertura mais longa da história teve também a mais extensa queima de fogos. A China mostrou sua grandiosidade esportiva logo na festa de abertura. E o que eles querem agora é terminar a competição em primeiro no quadro de medalhas. Foi uma demonstração orgulhosa de patriotismo e nacionalismo. Uma verdadeira epopéia histórico-cultural digna de uma das nações mais poderosas da história da humanidade.

Passei a madrugada de sexta para sábado sem dormir, acompanhando as competições freneticamente com o controle na mão. E minha rotina noturna será assim pelos próximos 15 dias.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Analisando: Mourinho

Ele chegou na Itália (foto: The Times) com a língua afiada, preparada para disparar contra tudo e todos. Hoje, ele debochou de Claudio Ranieri, técnico da Juventus, e de sua mentalidade de trabalho, que, segundo ele, é obsoleta e nunca levou o treinador italiano a títulos importantes: "Ele é velho e nunca ganhou nada". A resposta de Mourinho (45 anos) foi mais do que suficiente aos comentários de Ranieri (57 anos) na semana passada, que cutucou o português ao dizer que, diferente dele, "não precisa ganhar títulos para ter segurança no trabalho que realiza".

Mourinho, que se auto-intitula de "The special one" (nem precisa traduzir) desde os tempos de Chelsea, chegou a Internazionale com a mesma soberba de sempre. A cada final de treino, a cada conferência com a imprensa ele manda ver em seus depoimentos. E faz questão de dizer que continuará sendo sempre o mesmo Mourinho de sempre. Ou seja, aquele que fala o que pensa. Ou melhor, aquele que não pensa e fala em demasiado. Foi assim na Inglaterra, com Ferguson, Wenger e Benítez... E será assim na Itália com Ancelotti (Berlusconi e Galliani também não devem ficar de fora), Ranieri, Spalletti. Fora dos gramados, a Serie A já começou quente.