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terça-feira, setembro 29, 2009

O dínamo de Kiev

A casa em reformas ininterrutpas e infindáveis, o que significa também ficar sem TV a cabo, está prejudicando a periodicidade de posts. A Internet 3G que instalei no notebook não suporta mais do que 10 minutos de streaming. Logo, não vejo um jogo completo de qualquer campeonato europeu há um bom tempo.

No jornal em que trabalho (estagio, hehe), fui movido de lugar e ficou mais difícil acompanhar as partidas da Liga dos Campeões. Hoje mesmo, em plena rodada, só pude conferir o que aconteceu em compactos na Internet.

E num desses apanhados de melhores momentos, o PVC lembrou dos tempos áureos, brilhantes de Andriy Shevchenko no Dynamo Kiev de dez anos atrás (à esquerda: crédito-link). No jogo de hoje, Sheva, 32 anos (à direita: AP via Daily Mail), fez pouco para ajudar o clube ucraniano contra o Barcelona, no Camp Nou. O Barça venceu (2 a 0), claro, mas o Dynamo teve boas chances de gol, desperdiçadas talvez pela falta do talento daquele jogador magro, veloz e de finalização imprevisível de uma década atrás. Comparações são sempre injustas, mas aquele Sheva lembrava muito o que é hoje o Nilmar, candidatíssimo a uma vaguinha na seleção de Dunga para 2010.

A partida a qual PVC se referiu em seu comentário foi um 4 a 0 aplicado pelo Dynamo no próprio Barcelona, na temporada 1997/98, na mesma Liga dos Campeões - e sim, no Camp Nou.

Era também fase de grupos, quarta rodada. Na anterior, 3 a 0 para os ucranianos, em casa (aqui). Na volta, incríveis 4 a 0, em território espanhol, ou melhor, catalão (e aqui).

Dois jogos que apresentaram ao mundo um dos maiores atacantes da década posterior àquela (nem preciso comentar o que ele fez no Milan e o que deixou de fazer no Chelsea).

quarta-feira, setembro 09, 2009

Inglaterra e Espanha garantidas (e anexos)

Com vitórias convincentes, as duas seleções já estão lá (em 2010)

Eu juro nunca mais me referir a Capello como um técnico retranqueiro, retrógrado etc. Nunca, mesmo. O italiano tem feito um trabalho incrível à frente dos ingleses, e hoje, jogando por uma vaga em 2010 no Wembley, a história não poderia ser outra. Goleada britânica, aplaudida por 87 mil, em cima da Croácia, tantas vezes algoz em partidas passadas (o gol croata foi de Eduardo). A classificação é da Inglaterra.

Já é de praxe dizer isso, mas, novamente, a Inglaterra está na Copa, e como uma das favoritas ao título. Quem sabe desta vez, em que pouco se fala do English Team como em outras oportunidades, a Inglaterra (foto: AP/IG) não apronta de vez, hein? Ainda mais com um técnico eficiente como esse (100% de aproveitamento, 8 jogos, 8 vitórias), o único que vi conseguir fazer Gerrard e Lampard jogarem bem juntos.

A Espanha (foto: Marca) fracassou na Copa das Confederações e talvez tenha deixado desconfiados os que nela apostavam como favorita ao Mundial. Hoje, o 3 a 0 tranquilo sobre a Estônia apagou a pífia participação no torneio pré-2010 com a garantia da classificação. Bósnia e Turquia empataram, e devido a esse resultado, vaga antecipada para a La Furia Roja. E não tenho dúvidas de que a seleção espanhola ainda é a melhor européia do momento, uma das melhores do mundo e favorita ao Mundial. O problema é que o hype excessivo costuma atrapalhar o desempenho na hora em que é preciso vencer. Desta vez, parece que o deslize na Copa das Confederações trouxe um benefício gratuito e utilíssimo: o foco mudou e a seleção do momento, agora, é o Brasil. Um presentinho que pode fazer o futebol espanhol funcionar no ano que vem, sem badalação, sem pressão, sem aperto da mídia

Eis os anexos apontados no título:

A França é segunda do seu grupo, o 7, e, hoje, impediu a classificação antecipada da Sérvia ao conseguir o empate. A Sérvia, porém, vai, sim, se classificar. A França é favorita no grupo, mas à repescagem.

Dinamarca, Alemanha, Suíça e Eslováquia (pode pegar vaga inédita) poderão garantir vaga no dia 10 de outubro, data da próxima rodada de partidas das Eliminatórias Européias.

A Itália, graças aos gols de Fabio Grosso e Iaquinta, ficou perto da vaga. Abriu quatro pontos para a Irlanda, recuperou a confiança e, enfim, marcou gols - perdeu para Egito e Brasil, na Copa das Confederações, empatou com a Suíça por 0 a 0 e venceu a Geórgia, no sábado, com dois gols contra de Kaladze (aquele zagueiro-lateral do Milan).

Portugal, no grupo 1, continua a sonhar com uma vaguinha na repescagem (oito segundos colocados disputam-na). No confronto direto com a Hungria, venceu por 1 a 0, graças ao tento de Pepe marcado logo no início da partida. A dois da Suécia, vice, e a cinco da Dinamarca, líder, Portugal terá que lutar e torcer contra muita gente para garantir vaga direta. A repescagem está mais fácil, já que, na próxima rodada, Portugal re-enfrenta a Hungria, mas em casa.

E confira um resumo da campanha das 11 seleções classificadas para o Mundial da África do Sul no levantamento do Esporte Fino (deste blog, recomendo leitura diária).

terça-feira, setembro 01, 2009

A manha brasileira não vinga nos campos de lá

Eduardo da Silva foi a prova cabal de que engalfinhar-se no meio de zagas rivais e cair dramaticamente em grandes áreas alheias não convence de jeito nenhum os juízes europeus, até mesmo os wordy mediadores britânicos - do agitado Howard Webb ao raquítico Mike Riley, isso sem deixar de contemplar aqui o mítico Graham Poll, auto-aposentado pelos três amarelos levantados ao lateral-direito croata Simunic, na Copa de 2006. Ou melhor, se convence, nada que um vídeo pós-jogo transforme encenação em punição - o sono faz isso, você escrever uma coisa no começo de um parágrafo e ter que desmenti-la algumas linhas depois.

Então, corringindo e acrescentando: talvez convença os juízes europeus, mas não as autoridades invisíveis orwellianas do futebol de lá.

Falando em croatas ou, mais especificamente, em croatas-brasileiros, como é o caso de Eduardo, houve maciez do espanhol Mejuto González, que viu pênalti na queda do atleta que se lançou ao chão após tabelar com Eboué, passar por um defensor e depois constatar que iria parar nas placas de publicidade. Como Boruc, afoito, não aceitou o intruso nos limites de sua pequena área, jogou-se nos pés do brasileiro-croata, porém sem maldade. O atacante do Arsenal, esse sim, foi manhoso, espertinho, "liso", como diria um tio meu, e tentou lograr o mediador. Tentou e conseguiu o pênalti-gol que abriria a contagem (veja aqui). O Arsenal venceria por 3 a 1, avançaria à fase de grupos e o Celtic amargaria a já esperada eliminação.

Eduardo só não esperava que, dias depois - hoje, para ser exato -, o Comitê Disciplinar da Uefa, aquela de caráter orwelliano, o impediria de jogar por duas partidas em torneios europeus, punindo-o pelo mergulho de braços elevados acima da cabeça que injustiçou Boruc e escondeu de Mejuto a verdade do lance.

Aqui, divers podem fugir à vista dos nossos árbitros e à revista do STJD. Mas lá é diferente. Mergulhadores afundam-se em punições.