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sábado, fevereiro 23, 2008

Be strong, Eduardo!

O atacante brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, do Arsenal, teve sua perna esquerda fraturada na tarde de hoje, em jogo contra o Birmingham (foto abaixo: PA/BBC). A lesão aconteceu na parte inferior da perna, que já passou por cirurgia, como informa o site do Arsenal. Eduardo lesionou-se ao levar uma entrada dura (mas não maliciosa) do capitão dos blues, Martin Taylor, aos dois minutos de jogo. Ele ficou em campo, paralisado, com muitas dores, por oito minutos, até ser finalmente colocado na maca e retirado de campo. O prognóstico da contusão não é nada animador: o croata vai ficar de fora de toda a temporada européia, consequentemente, também da Eurocopa. Um dos principais artilheiros do clube, Eduardo será um desfalque importante no ataque do Arsenal. A terrível contusão causou comoção nos jogadores, e talvez o resultado do jogo reflita isso. O empate de 2 a 2 contra o Birmingham, que luta como pode contra o rebaixamento, deixou o Manchester encostar na tabela. Os rivais golearam o Newcastle, fora de casa, por 5 a 1, e estão a três pontos dos líderes.

Rodeado de muitas dúvidas e olhares desconfiados, Eduardo chegou ao Arsenal no início desta temporada para suprir a saída do maior artilheiro da história do time, Thierry Henry. Ganhou a confiança de Wenger e pouco a pouco foi cavando espaço entre os titulares. Hoje é peça fundamental no ataque, ao lado do goleador Adebayor. Antes de chegar a Londres, o brasileiro-croata (ou croata-brasileiro) jogou por mais de cinco anos no Dinamo Zagreb, da Croácia. Chegou no país com apenas 15 anos, depois de ser descoberto em um campeonato de favelas da CBF realizado no Rio de Janeiro. Naturalizou-se croata em 2002 e, recentemente, ajudou sua nova seleção a se classificar para a Euro 2008 (até marcou gol contra a Inglaterra na fase de classificação).

Eduardo é jovem, completa 25 anos nesta segunda, e tem plenas condições de se recuperar plenamente da contusão. Um desconhecido que saiu da favela para defender um dos clubes mais importantes do mundo certamente não se dará por vencido.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

!!!

- O tempo passou incrivelmente rápido nos últimos três anos. Exatamente no ano de 2005, estava em Goiânia, observando meu primo mexendo no computador em algo chamado blog. Já sabia o que era, uma espécie de página pessoal, que poderia ser construída e modificada à maneira de seu autor. Tinha 15 anos e resolvi ter o meu próprio espaço na internet. Desde aquele dia nunca mais parei. Foi através da atividade de "blogueiro" que descobri o que eu queria fazer pelo resto da vida: ser jornalista.
- No início, redigi uma infinidade de posts sobre temas diversos, sem uma verdadeiro foco temático. Com o passar dos meses, arrisquei escrever sobre futebol, principalmente o europeu, minha paixão desde criança. E deu certo. Hoje, três anos mais velho e cursando o terceiro semestre de Jornalismo (incrível como o número '3' aparece com frequência!), percebo a importância do mundo dos blogs para a minha futura profissão. E o crescimento não vem apenas do convívio semanal com a análise esportiva, mesmo que esta seja completamente autônoma e independente. Tive a oportunidade de conhecer muitos outros blogs, e compartilhar experiências e conhecimentos que não teria senão através da internet. No último ano, em especial, ganhei novos parceiros, principalmente de Portugal, um país que também respira jornalismo esportivo diariamente.

O nome Hesselink
- Para quem não sabe, o nome contido na url do blog, Hesselink, é do jogador holandês Jan Vennegoor of Hesselink, atacante do Celtic e que participou da última Copa do Mundo. Você pode estar imaginando se sou fã dele... Não, na verdade, acho ele um atacante nada mais do que regular. Escolhi o nome por puro acaso. Achei bastante curioso e até relacionado com o ambiente virtual (por causa das últimas quatro letras) e, como não tinha nenhuma outra opção em mente, resolvi deixar por um certo tempo . Até hoje ainda não achei um outro termo para substituí-lo. E torço para que a dúvida permaneça por longos anos.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Craque de vidro

- Era para ser um jogo qualquer entre Milan e Livorno, pertencente à 16ª rodada, que aconteceu somente ontem por causa da disputa do Mundial de Clubes pelo clube rossonero. Mas não foi. O empate de 1 a 1 não causou surpresa alguma, até pelo futebol absolutamente dependente de Kaká do Milan, ausente da partida de ontem, como Pato e Seedorf (machucou-se no aquecimento). A quarta-feira não foi desafortunada somente para o rubro-negro, mas principalmente para um rubro-negro.
- Ronaldo, que reencontrou o bom futebol e o equilíbrio pessoal em Milão, entrara em campo aos 11 minutos da etapa derradeira, quando o Livorno se encontrava à frente no placar, graças ao chute indefensável do aniversariante do dia, Pulzetti. Ancelotti viu sua equipe com sérios problemas ofensivos e também mandou para campo, além do 'Fenômeno', o regularmente sortudo Inzaghi, nos lugares de Gilardino e de Paloschi (o "Patoschi"). Ronaldo participava apenas de sua quinta partida na temporada, devido a seguidas lesões musculares, que o vinham acompanhando desde o fim do último verão.
- Não ficou mais do que dois minutos de pé. Ele se movimentava na ponta direita da pequena área, quando um cruzamento da direita de Oddo, que enfim acertara o pé, ia em sua direção. Ronaldo saltou e imediatamente foi ao chão, em pesadas e, visivelmente, dolorosas lágrimas (foto: AP/Gazzetta Dello Sport). Lágrimas que sentiam o rompimento do tendão patelar do joelho esquerdo (exatamente a mesma contusão sofrida em 2000, só que no joelho direito). Lágrimas que reconheciam a gravidade do momento, talvez o último de sua carreira.
- A atenção dos jogadores, porém, não foi para o número 99. Vidigal estava na marcação de Ronaldo, exatamente atrás do atacante, e colocou as duas mãos na bola. Um lance ridículo e desnecessário, que resultou, claro, em pênalti, muito bem assinalado pelo juiz Christian Brighi. Só depois da confirmação da infração, é que todos, inclusive os responsáveis pela transmissão via TV do jogo, se voltaram para Ronaldo. Ele foi levado, de maca e com um cobertor sobre o joelho esquerdo, para fora de campo. Pirlo cobrou o pênalti e igualou o marcador. O fim do segundo tempo ainda estava bastante distante. Mas o clima de jogo acabara ali.
- Depois da segunda lesão grave sofrida no joelho direito, há sete anos, em mim sempre ficou a sensação de que outro infortúnio daquele poderia acontecer. Sempre quis acreditar que não. Mas a fragilidade muscular do atacante e o condicionamento físico sempre desestabilizado, deixava a impressão de que a carreira de Ronie, no Milan, não iria muito além de três temporadas. Na segunda, aconteceu o que muita gente temia.
- Ronaldo entrou no lugar de Gilardino, aos 11 da etapa final. E saiu aos 14, para dar lugar a Serginho. Estes dados podem ser os últimos de Ronaldo enquanto atacante de futebol. Ele viajou hoje a Paris, para ser operado pelo médico Gérard Saillant, que já o tratou outras duas vezes. O período de recuperação é de no mínimo 9 meses. Ronaldo tem 31 anos e um contrato com o Milan até junho. O ponto final da carreira do maior artilheiro de todas as Copas do Mundo pode ter sido escrito ontem.
- Fragilidade é uma palavra que define de maneira muito incisiva a carreira de Ronaldo. Superação também. Esta última não pode ser esquecida.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Recomeços

- A seleção inglesa entrou em campo para enfrentar a Suíça, em partida amistosa, disputada no estádio Wembley, em um dia atípico. A quarta-feira foi marcante para o english team, mas não apenas pela estréia do italiano Fabio Capello no comando técnico, fato que inicia um novo período na seleção inglesa. Exatamente há 50 anos atrás, em Munique, aconteceu a maior tragédia do futebol britânico, lembrada e lamentada em todos os cantos da Inglaterra.

O fim trágico de uma geração
- O Manchester United viajava de volta à Inglaterra depois de uma partida em Belgrado, na antiga Iugolásvia, onde havia empatado com o Estrela Vermelha e conseguido a classificação para as semifinais da Copa dos Campeões (hoje chamada de Liga dos Campeões). O avião, que levava 44 pessoas a bordo, fez uma parada para reabastecer em Munique, na Alemanha. Na saída, o avião teve dificuldades em levantar vôo, e o piloto teve que tentar colocar a aeronave no ar por mais duas vezes. Na terceira tentativa, o avião não conseguiu altura suficiente, saiu da pista e se chocou com uma construção abandonada. Vinte e três pessoas morreram, sendo oito delas atletas e três membros da comissão técnica (na foto ao lado, o memorial, no Old Trafford, em homenagem aos mortos da tragédia).
- Aquela equipe dos red devils vinha de duas conquistas consecutivas no Campeonato Inglês e tinha um dos melhores elencos do mundo. Entre os craques estavam Bobby Charlton, que sobreviveu à tragédia, e o talentoso Duncan Edwards, que morreu duas semanas após o acidente. Edwards era considerado o grande jogador do futebol britânico, um nome importante nos anos em que Matt Busby comandou o Manchester United. A equipe foi reconstruída durante a década de 60, com jogadores como Denis Law e George Best. O bom trabalho no início da década culminou na conquista do título da Copa dos Campeões, em 1968. A seleção inglesa, que tinha como base jogadores do Manchester United, também se reformulou e conseguiu seu único sucesso em Copas do Mundo no ano de 1966, oito anos após a tragédia de Munique.

O começo da Era Capello
- Os tempos são outros no english team. Fora de campo, não acontecem mais tragédias. Mas, em compensação, dentro dele, a Inglaterra vem acumulando dolorosas perdas. Depois de Sven Goran Eriksson, que comandou a seleção em duas Copas do Mundo, veio Steve Mclaren. O ex-técnico, desde o começo de seu trabalho, teve sua capacidade seriamente discutida. E os críticos estavam certos. A Inglaterra fez uma campanha bastante irregular nas Eliminatórias da Euro 2008 e não se classificou para a maior competição entre seleções do continente. A Federação Inglesa decidiu, então, colocar no comando técnico inglês um estrangeiro acostumado a vencer: o italiano Fabio Capello (em destaque na foto ao lado: GettyImages/BBC).
- Ele já havia reformulado o Real Madrid na temporada passada, e tirou o clube de uma fila de quatro anos sem títulos, conquistando o Campeonato Espanhol. Além do título, deixou para seu sucessor, Bernd Schuster, um elenco impecável e entrosado. Os ingleses apostaram no vitorioso Capello, que aceitou o desafio de recolocar a seleção inglesa entre as potências do futebol europeu. A nova jornada, tanto para o técnico quanto para o futebol inglês, começou hoje.
- Em meio à comoção pelos 50 anos da tragédia de Munique, a Inglaterra entrou em campo sedenta por vitória. Mostrou disposição e alguma organização tática nos primeiros minutos, no esquema 4-5-1. Mas a Suíça, seleção que divide o posto de sede da próxima Euro com a Áustria, mostrou firmeza e rigidez defensiva, característica marcante na Copa de 2006, onde os suíços terminaram o mundial sem sofrer gols. A equipe levou ao perigo ao gol de David James, goleiro que voltou à titularidade na seleção, em jogadas pela direita, com boas finalizações do meia Barnetta. O meio-campo inglês, pouco a pouco, ganhou consistência e criou a jogada do primeiro gol do jogo. Joe Cole escapou pela esquerda, driblou o marcador e tocou para Jenas, no meio da área, empurrar para as redes.
- Na etapa final, a Inglaterra voltou com um ritmo forte de jogo. Rooney teve pelo menos duas boas chances de ampliar o marcador. A Suíça, porém, chegou ao gol de empate. O jovem estreante Derdiyok, que entrou no lugar de Nkufo, recebeu bela assistência de Barnetta e chutou no canto esquerdo de James. O gol não desanimou os ingleses, que tomaram a dianteira no placar logo em seguida. James bateu o escanteio, Rooney desviou para Gerrard. O meia, capitão e camisa 10, avançou pela esquerda e tocou para o substituto Wright-Phillips deixar a Inglaterra na frente. A Suíça não desanimou e exerceu pressão à defesa inglesa até o último instante de partida. Mas o placar ficou no 2 a 1, um início longe de ser maravilhoso mas distante do fracasso, bem como jogam o futebol dos times dirigidos de Capello. O grande desafio do técnico é preparar um bom time para a disputa das Eliminatórias da Copa de 2010, que começa no segundo semestre.

Resultados de outros amistosos europeus desta quarta-feira:

País de Gales 3x0 Noruega
Áustria 0x3 Alemanha
Croácia 0x3 Holanda
Chipre 1x1 Ucrânia
República Tcheca 0x2 Polônia
Macedônia 1x1 Sérvia
Geórgia 1x3 Letônia
Grécia 2x1 Finlândia
Hungria 1x1 Eslováquia
Islândia 2x0 Armênia
Israel 1x0 Romênia
Itália 3x1 Portugal
Malta 0x1 Belorússia
Moldávia 1x0 Cazaquistão
Irlando do Norte 0x1 Bulgária
Espanha 1x0 França
Irlanda 0x1 Brasil
Eslovênia 1x2 Dinamarca
Turquia 0x0 Suécia