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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Craque de vidro

- Era para ser um jogo qualquer entre Milan e Livorno, pertencente à 16ª rodada, que aconteceu somente ontem por causa da disputa do Mundial de Clubes pelo clube rossonero. Mas não foi. O empate de 1 a 1 não causou surpresa alguma, até pelo futebol absolutamente dependente de Kaká do Milan, ausente da partida de ontem, como Pato e Seedorf (machucou-se no aquecimento). A quarta-feira não foi desafortunada somente para o rubro-negro, mas principalmente para um rubro-negro.
- Ronaldo, que reencontrou o bom futebol e o equilíbrio pessoal em Milão, entrara em campo aos 11 minutos da etapa derradeira, quando o Livorno se encontrava à frente no placar, graças ao chute indefensável do aniversariante do dia, Pulzetti. Ancelotti viu sua equipe com sérios problemas ofensivos e também mandou para campo, além do 'Fenômeno', o regularmente sortudo Inzaghi, nos lugares de Gilardino e de Paloschi (o "Patoschi"). Ronaldo participava apenas de sua quinta partida na temporada, devido a seguidas lesões musculares, que o vinham acompanhando desde o fim do último verão.
- Não ficou mais do que dois minutos de pé. Ele se movimentava na ponta direita da pequena área, quando um cruzamento da direita de Oddo, que enfim acertara o pé, ia em sua direção. Ronaldo saltou e imediatamente foi ao chão, em pesadas e, visivelmente, dolorosas lágrimas (foto: AP/Gazzetta Dello Sport). Lágrimas que sentiam o rompimento do tendão patelar do joelho esquerdo (exatamente a mesma contusão sofrida em 2000, só que no joelho direito). Lágrimas que reconheciam a gravidade do momento, talvez o último de sua carreira.
- A atenção dos jogadores, porém, não foi para o número 99. Vidigal estava na marcação de Ronaldo, exatamente atrás do atacante, e colocou as duas mãos na bola. Um lance ridículo e desnecessário, que resultou, claro, em pênalti, muito bem assinalado pelo juiz Christian Brighi. Só depois da confirmação da infração, é que todos, inclusive os responsáveis pela transmissão via TV do jogo, se voltaram para Ronaldo. Ele foi levado, de maca e com um cobertor sobre o joelho esquerdo, para fora de campo. Pirlo cobrou o pênalti e igualou o marcador. O fim do segundo tempo ainda estava bastante distante. Mas o clima de jogo acabara ali.
- Depois da segunda lesão grave sofrida no joelho direito, há sete anos, em mim sempre ficou a sensação de que outro infortúnio daquele poderia acontecer. Sempre quis acreditar que não. Mas a fragilidade muscular do atacante e o condicionamento físico sempre desestabilizado, deixava a impressão de que a carreira de Ronie, no Milan, não iria muito além de três temporadas. Na segunda, aconteceu o que muita gente temia.
- Ronaldo entrou no lugar de Gilardino, aos 11 da etapa final. E saiu aos 14, para dar lugar a Serginho. Estes dados podem ser os últimos de Ronaldo enquanto atacante de futebol. Ele viajou hoje a Paris, para ser operado pelo médico Gérard Saillant, que já o tratou outras duas vezes. O período de recuperação é de no mínimo 9 meses. Ronaldo tem 31 anos e um contrato com o Milan até junho. O ponto final da carreira do maior artilheiro de todas as Copas do Mundo pode ter sido escrito ontem.
- Fragilidade é uma palavra que define de maneira muito incisiva a carreira de Ronaldo. Superação também. Esta última não pode ser esquecida.

3 Comentários:

Blogger Vinicius Grissi disse...

Repito o que escrevi no meu blog, e em todos os outros que postaram sobre o assunto: uma pena, principalmente porque Ronaldo está entre os melhores jogadores que vi jogar. Um verdadeiro gênio da bola. Fenômeno.

15/2/08 00:31  
Blogger André Augusto disse...

Infelizmente, acho que desta vez, ele não volta legal. Mas esse episódio não pode manchar uma careria tão brilhante. Ronaldo ainda é fenômeno!

Abs!

17/2/08 01:22  
Blogger Ricky_cord disse...

Ronaldo tem sido perseguido pelo azar. Espero que consiga recuperar e voltar a jogar.

18/2/08 13:48  

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