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terça-feira, janeiro 20, 2009

Os guardiões

A honrosa posição de goleiro ganhou um ranking pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, que considerou os melhores da história desde 1987

Quando criança, ser goleiro é sinônimo de não saber jogar futebol como os colegas. Os desajeitados sempre são deslocados para uma posição em campo que não parece ser tão importante quanto as outras: pois a tarefa principal do goleiro é evitar gols. O futebol evoluiu, os goleiros também, e nos jogos que presenciamos ou vemos pela TV o goleiro aparece como uma figura imponente, o guardião das redes, o protetor da equipe. Não é necessário ser um gigante de dois metros para ser um bom goleiro. O que importa é ter habilidade com as mãos ("ou com os pés", diria Fernando Henrique, do Fluminense), saber repor a bola com inteligência e ter características de liderança na defesa.

Sempre fui fascinado por goleiros. A começar pelo uniforme, com cores, tons, linhas e formato diferente de seus companheiros. As luvas, os gestos, a comemoração solitária pelo gol que ele nem mesmo pôde ver com nitidez, mas percebeu pelo nebuloso balançar das redes ao longe e pela euforia da torcida. Taffarel, 10º colocado no ranking, foi um goleiro clássico. Exemplar dentro e fora de campo. O homem do tetracampeonato, três Copas do Mundo como titular, principal responsável pelo único título europeu de um time turco: a Copa da Uefa, vencida pelo Galatasaray sobre o Arsenal, em 2000. Cláudio André Mergen Taffarel foi um gigante de apenas 1,83 (não muito maior do que eu), o goleiro que mais disputou jogos pelo Brasil (101) e que embalou tantas alegrias dos brasileiros. A imagem, não se engane, é de Taffarel: ele ainda jogava no Parma, temporada 91/92 do Campeonato Italiano. Ganhei de um amigo, há anos atrás, a coleção quase completa de cards da Serie A daquela temporada. E lá estão vários brasileiros, como Branco, com a camisa do Genoa, Dunga, na Fiorentina, e também Taffarel, ainda com cabelo, no Parma.

E o que dizer dos três primeiros da lista?: 1) Gianluigi Buffon, 2) Petr Schmeichel e 3) Iker Casillas. Buffon merece estar no topo. O goleiro mais importante da última década, sem dúvidas. Schmeichel, o goleiro mais importante da década passada. E Casillas, o símbolo de um dos maiores clubes do mundo, o Real Madrid, e peça fundamental na conquista da Eurocopa pela Espanha, no ano passado.

Mas o meu preferido está escondido na 40º posição: Marcos. Como fiel palmeirense, seria um pecado não citar o maior goleiro da história do clube neste texto. Ele é o goleiro do penta, o goleiro da Libertadores de 1999, o goleiro que parou Marcelinho Carioca. É, também, o goleiro que fui ao fundo do poço em 2003, disputou a segunda divisão e ajudou a reerguer o Palmeiras nos anos seguintes. Marcos não é Santo, mas é um dos maiores seres humanos que já tive a oportunidade de assistir em um jogo de futebol.

4 Comentários:

Blogger Vinicius Grissi disse...

A lista é interessante apesar de eu não concordar por completo. Taffarel foi um goleiro excepcional, sem dúvidas. Abriu as portas para os brasileiros na Europa. Marcos também é e foi fantástico. Os torcedores do Palmeiras devem muito a ele.

20/1/09 11:20  
Blogger Arthur Virgílio disse...

Todos os goleiros citados no texto tem muita coisa em comum. São autênticos e vibrantes quando tem que ser e nos momentos decisivos mostram a frieza dos grandes campeões.

20/1/09 11:28  
Blogger Ricky_cord disse...

Nunca achei Taffarel um grande guarda-redes. Aliás, nessa altura achava que o Brasil tinha grandes jogadores menos na baliza. Mas recordo-me de ser dos poucos goleiros brasileiros a jogar na Europa nessa altura

21/1/09 18:31  
Blogger André Augusto disse...

Schmeichel é o top, pra mim. Buffon, Cech, Dida...dava pra discorrer horas só citando.

22/1/09 03:51  

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