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domingo, maio 20, 2007

Drogba garante ao Chelsea o tetra da FA Cup

O retorno de um gigante
- A final reuniu Manchester e Chelsea, primeiro e segundo colocados da Premier League. Fato que acontece apenas pela terceira vez na história do futebol inglês. O United chegou para aumentar ainda mais seus números positivos na competição: ganhar o 12° título, Ferguson se sagrar como maior campeão do torneio, com 6 conquistas e Giggs para alcançar o mesmo recorde do treinador. O Chelsea entrou em campo buscando ganhar mais uma copa nacional e terminar a temporada com certo brilho. A equipe foi a última a ser campeã no Wembley, em 2000. Depois daquela final, as finais das copas britânicas se mudaram temporariamente para o estádio Millennium. O Wembley era previsto para voltar a funcionar em 2003, mas atrasos na reforma adiaram a volta do belo e histórico palco de futebol à ativa para o fim desta temporada. Apesar de já ter sido reaberto, com uma "partida-teste" entre as seleções sub-21 da Inglaterra e Itália, a final da FA Cup, ou Copa da Inglaterra, é o primeiro jogo oficial do estádio depois da longa reforma (na foto abaixo, o novo Wembley, um primor da arquitetura moderna: BBC).

A tática azul prevalece
- O Chelsea entrou em campo com desfalques consideráveis: Ballack, Shevchenko e Ricardo Carvalho, todos por contusão. Já o Manchester jogou sem Gary Neville e Saha, ambos também machucados. Os primeiros minutos de jogo foram marcados por muita cadência, com as equipes rodando a bola no meio-campo, principalmente o Manchester, e arriscando pouco no ataque. O time de Ferguson tinha a posse de bola no campo ofensivo, mas sofreu com a forte marcação do Chelsea, que até se arriscava a sair pelos flancos. Aos 22, a primeira chance efetiva de gol na partida. Drogba recebeu pelo meio, encontrou espaço e chutou de fora da área, errando por pouco o gol de Van der Sar. A equipe não mostrou lá muito brilho, mas jogava muito bem dentro da sua proposta tática: esperar o Manchester no campo de defesa, adiantar a marcação no meio-campo, induzindo o Manchester ao lançamento em impedimento de Scholes, como aconteceu por duas vezes com Rooney, e tentar sair com alguma velocidade, ponto não explorado nos primeiros trinta minutos.

Despertador atrasado
- Se os primeiros trinta minutos foram de muita cadência e lentidão, os 15 minutos finais do primeiro tempo foram de pura agitação, principalmente pelo Chelsea. Aos 30, Paulo Ferreira passou pela direita por Heinze e fez bom passe para Lampard. Mas o meia finalizou nas mãos do goleiro. Ronaldo respondeu para o Manchester cinco minutos depois, dominando bola lançada por Scholes, porém chutando sem direção. Enquanto o Manchester, quando tinha a posse de bola, dependia apenas do lançamento centralizado de Scholes, o Chelsea conseguia variar pelos lados do campo com mais rapidez. Bridge passou para Lampard e o inglês chutou com perigo, por cima do gol de Van der Sar. Aos 40, Rooney recebeu o terceiro lançamento de Scholes, mas, como das três vezes anteriores, dominou em impedimento.

Um Ronaldo discreto, um Rooney audacioso
- O Manchester tinha enormes dificuldades em quebrar o bloqueio do Chelsea por uma razão: falta de movimentação. Ronaldo seria o homem para mudar esse panorama. Ele foi o termômetro da equipe durante toda a temporada. O United até arriscou variar mais no fim do primeiro tempo, com as boas participações de Giggs, o próprio Rooney e Scholes, que se adiantava para o campo ofensivo para tentar o lançamento. Mas Ronaldo pouco ajudou. E também pouco faria de interessante na segunda etapa. Já Rooney, o outro talismã da equipe, fez diferente. Do lado do Chelsea, Mourinho tirou Joe Cole e colocou Robben, que ainda está em recuperação. Logo aos 2, foi o Manchester quem atacou primeiro na segunda etapa. Rooney recebeu pelo meio e chutou forte. Cech defendeu e, no rebote, Giggs, mesmo em impedimento, finalizou para o gol, parando novamente no goleiro adversário. Agora era o Chelsea quem tentava trabalhar a bola no campo de ataque e o Manchester quem procurava sair em velocidade, principalmente pelo lado esquerdo. Aos 11, Scholes fez um belo lançamento para Giggs pegar de primeira, errando a meta rival por pouco. O lado direito do Chelsea mostrava insegurança defensiva e era por ali que o Manchester criava as melhores chances do jogo. Drogba respondeu para o Chelsea aos 15, cobrando falta na trave direita com muita inteligência. Instantes depois, Rooney contra-atacou pela esquerda, invadiu a área, passou por Essien, que novamente foi sacrificado atuando na zaga, mas acabou sendo desarmado por Cech. O fim do tempo normal chegava ao fim e as equipes até tentaram, sem muita disposição, o gol da vitória. O Manchester teve boas chances com Cristiano Ronaldo e Vidic, porém o 0 a 0 levou o jogo para o tempo extra.
Um homem de decisão
- A prorrogação começou melhor para o Manchester, que aproveitou o cansaço visível do adversário e mantinha a bola no ataque. Aos 14 da etapa inicial, Rooney cruzou rasteiro da direita, Giggs não finalizou como queria e Cech segurou a bola já dentro da meta. O árbitro Steve Bennett deu prosseguimento à partida, não vendo que o goleiro havia sofrido falta de Giggs. A bola entrou, mas o gol não valeria. Robben, sem nenhuma condição de continuar na partida, saiu para a entrada de Ashley Cole no início da etapa final do tempo extra. Aos 5, Rooney tentou passa por Cech novamente, mas o goleiro tomou a bola do atacante com rara destreza. O Chelsea responderia com Kalou. Ele recebeu de Drogba, avançou e chutou colocado, à direita do gol. A equipe azul enfim mostrou que estava na partida, enquanto o Manchester já pensava na disputa de pênaltis. Porém o Chelsea não ficaria apenas na tentativa. Decidiria a partida minutos depois. Drogba recebeu de Mikel na entrada da área. Ele tabelou com Lampard, que devolveu a bola para o marfinense com um toque genial. Drogba saiu na cara de Van der Sar e desviou para as redes (na foto acima, Drogba decide a partida: BBC). O único jogador regular do Chelsea na temporada, artilheiro da Premier League, foi também o mais decisivo nas conquistas da equipe. Na Copa da Liga, marcou os dois gols que deram ao Chelsea o título da competição. E ontem, foi decisivo quando o Chelsea mais precisou. O clube não conquistou o tetra de forma brilhante, assim como foi a temporada, mas se saiu muito bem nos momentos decisivos (na foto acima, Terry levanta a taça ao lado de Lampard e Makelele). Graças a Drogba. Já o Manchester não teve esse espírito de decisão. Aconteceu nas semifinais da Liga dos Campeões diante do Milan. Aconteceu ontem na final da FA Cup diante do Chelsea. Faltou algo para que a temporada fosse mais brilhante ainda. Faltou Cristiano Ronaldo no fim da campanha.

2 Comentários:

Blogger Rakal D' Addio disse...

Bom jogo. E que venha a Premier League de 2007/08.

21/5/07 09:46  
Blogger André Augusto disse...

Foi um jogo bem disputado, marcação forte...mas era visível a falta de pernas do Chelsea na prorrogação...mas o faro de gol de Drogba fez a diferença!

Abraço!

22/5/07 22:07  

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