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terça-feira, maio 08, 2007

A taça da Premier League volta à casa de seu melhor anfitrião: o Manchester United

- O Manchester United entrou em campo no sábado para enfrentar seu rival local, o Manchester City, no derby da cidade. Com 5 pontos à frente do Chelsea, bastava uma vitória e um tropeço dos blues para que o título da Premier League voltasse para as mãos do United. Coisa que não acontece desde 2003, quando Beckham ainda estava por lá.
Nada de balançar as redes em casa
- E a equipe de Ferguson tinha tudo para derrotar os rivais, comandados por Stuart Pearce, também técnico da seleção sub-21 da Inglaterra. O City, atuando no City of Manchester Stadium, marcou apenas 10 gols. Isso mesmo! E a última vez que a equipe balançou as redes em casa foi no dia 1° de janeiro. Se continuar assim, a equipe baterá o recorde negativo de gols marcados em casa. O Sunderland, em 2003, e o Arsenal, em 1913, ano de seu rebaixamento, marcaram apenas 11 gols em seus domínios durante todo o Campeonato Inglês. Fácil para o Manchester? Nada disso.

Ausência de gols, abundância de violência
- Ferguson contou com a importante volta de Ferdinand à zaga e ainda escalou Alan Smith entre os titulares. Cristiano Ronaldo, eleito jogador da temporada inglesa, já começou a partida sendo, literalmente, caçado em campo. Logo aos 2, o lateral-esquerdo Ball fez falta e ainda deixou o pé no peito do português. Mas o árbitro Rob Styles nem sequer paralisou o jogo. O City marcava forte e não deixava o Manchester atuar no campo de ataque. A principal arma do time da casa era a jogada em velocidade com o atacante Vassell, atuando pelo lado direito. Mas o Manchester superou a forte pressão inicial e levou perigo ao gol de Isaksson. Aos 10, Giggs cruzou da direita, depois do desvio do escanteio, e Vidic acertou o travessão. Azar dele que o juiz viu falta sobre o zagueiro Dunne, deslocado na cabeçada do sérvio. Aos 23, foi a vez do outro zagueiro do United, Ferdinand, acertar o travessão, depois da saída de gol atrapalhada do goleiro sueco Isaksson. Mesmo já dominando a posse de bola, era o City quem finalizava mais ao gol, mesmo com a ausência do importante meia Barton, suspenso até o final da temporada pelo próprio clube. O inglês, que até já foi chamado para defender a seleção inglesa, se envolveu em uma briga com o francês Dabo, na terça-feira. Ele simplesmente desfigurou o rosto de seu companheiro de clube e tomou a devida suspensão da diretoria. Mas o United abriria o placar com Cristiano Ronaldo, decisivo como tem sido durante a temporada. Ele pedalou pra cima da zaga e foi derrubado por Ball. Sim, aquele mesmo que deixou Ronaldo estatelado no gramado, no começo do confronto. Ele mesmo cobrou a penalidade e abriu o placar para o Manchester United (na foto acima, ele celebra com vigor: BBC/GettyImages).
- Pearce modificou o City na segunda etapa, colocando o atacante Dickov e o meia Sinclair em campo. A equipe passou a ser mais presente no campo ofensivo e tentou chegar ao gol de Van der Sar como pôde. E conseguiu, de forma efetiva, através de um pênalti. Ball, o açougueiro da primeira etapa, invadiu a área e foi derrubado por Brown. Darius Vassell foi para a cobrança, mas acabou cobrando mal, rasteiro, nos pés de Van der Sar (na foto acima, a defesa do goleiro holandês: BBC/GettyImages). O retrospecto em casa é tão ruim para o City, que nem cobrando pênalti consegue balançar as redes. Com a vitória no derby, restava esperar o resultado do clássico de Londres entre Arsenal e Chelsea. O jogo no Emirates Stadium, no domingo, acabou empatado em 1 a 1, mesmo resultado da partida em Stamford Bridge, na primeira parte do campeonato. O empate significou o título para o Manchester, que agora acumula incríveis 9 títulos do Campeonato Inglês, se levarmos em conta o formato da Premier League, utilizado desde 1992. No total, são 16 conquistas, duas atrás do Liverpool.

Uma gloriosa campanha. Um poderoso time. Um incrível Ronaldo
- Alguns diziam que a versão 2006-2007 do Manchester United igularia o feito da tríplice coroa daquele da temporada 1998-1999. Isso não aconteceu, é verdade, pois o Manchester foi massacrado pelo Milan nas semifinais da Liga dos Campeões. Mas o título da FA Cup, ou Copa da Inglaterra, ainda é uma meta para esta temporada. A final será contra o Chelsea, já derrotado no Campeonato Inglês e que busca vencer outra taça nesta temporada, além da Carling Cup, ou Copa da Liga Inglesa. Mas o feito principal do Manchester neste ano foi ter vencido a Premiership de forma tão brilhante. Depois de ter perdido a hegemonia nos últimos três anos para o Arsenal (campeão invicto em 2004) e para o Chelsea (bicampeão em 2005 e 2006) os red devils voltaram a apresentar um futebol grandioso, imponente e, principalmente, com postura de campeão. O time apresentou qualidade em todas as posições. Van der Sar enfim deu tranquilidade a Ferguson no gol, coisa que não havia em Old Trafford desde a saída de Schmeichel, no fim da década passada. A zaga contou com a ótima presença de Vidic, que chegou no começo do ano passado e se firmou como titular absoluto nesta temporada, além de Ferdinand, zagueiro de qualidades indiscutíveis. As laterais foram bem servidas por Evra, Heinze, Gary Neville e O'Shea, o último, que de tão polivalente que é, foi usado até no gol, em uma ocasião em que Van der Sar saiu machucado de campo e o Manchester não tinha mais substituições disponíveis, em partida contra o Tottenham. No meio-campo, Scholes voltou a jogar com regularidade e, sobretudo, com muita eficiência. Apoiado pela belíssima contratação de Michael Carrick (na foto acima, ele é apresentado ao clube, ao lado de Sir Alex Ferguson: BBC), a quinta contratação mais cara da história do clube, ele ajudou a formar um meio-campo sólido, marcador e ao mesmo tempo com qualidade ofensiva, coisa que o Manchester não tinha até esta temporada. Pelas meias, Giggs e Ronaldo atuaram fantasticamente bem, abastecendo o melhor ataque da competição. Ataque este que não se abateu com a saída de Nistelrooy para o Real Madrid e contou com um Wayne Rooney em mais uma temporada inspirada e com coadjuvantes cruciais, como Saha, Larsson e Solskjaer.
- Mesmo com um time desses, havia alguém que brilhava mais. Esse era Cristiano Ronaldo. Conhecido apenas por suas firulas com a bola no pé e colocado em xeque depois da polêmica da Copa do Mundo passada, quando se envolveu na expulsão de Rooney, nas quartas-de-final, o português passou a ser o homem mais importante de Ferguson. Atuando de maneira muito mais objetiva e marcando gols, ele liderou a equipe para a conquista do título inglês. Além da conquista pelo clube, ele ainda levou os prêmios de melhor jogador da temporada e de melhor jogador jovem da temporada. Honras mais do que merecidas.
- Depois da "Revolução Russa em Londres", a "ditadura" de Abramovich entrou em declínio, é verdade. O Chelsea foi assolado por várias contusões nesta temporada, principalmente na zaga, e não teve um meio-campo tão consistente como nas duas últimas campanhas vitoriosas. Ainda assim, sai desta temporada com um título e com reais chances de conquistar outra taça. Os blues enfrentam o Manchester amanhã, em partida atrasada da 34ª rodada do Inglês, e vão procurar tirar uma casquinha da taça adversária. Mas nada pode manchar a irrefutável campanha do Manchester.
- E a próxima temporada promete. O Arsenal formou uma boa base de jovens jogadores, que estarão muito mais maduros no próximo ano. O Chelsea vai querer retomar sua hegemonia e prestígio, assim como José Mourinho. O Liverpool, mais uma vez, teve um espetacular fim de temporada e chegará forte para, realmente, disputar o título inglês. Já o Manchester terá a missão de manter o poderio retomado neste ano. Quem tem a crescer com isso são os fãs do futebol, que terão a oportunidade de assistir a uma Premier League ainda melhor.

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