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domingo, maio 25, 2008

Gigante Guga

Nunca me esqueci do primeiro título do Guga em Roland Garros. Estava na segunda série e, na hora do almoço, me sentei em frente à TV para assistir ao Globo Esporte. A reportagem que fechou aquela edição do programa mostrava um jovem tenista brasileiro, que vestia uma camisa absurdamente colorida e que segurava um troféu prateado, reluzente, com aparência de importante. Era o primeiro título de Guga em Roland Garros, o torneio Grand Slam de tênis mais charmoso do mundo.

E não me sentei em frente à TV por acaso. Deveria escrever um texto sobre alguma reportagem de jornal, trabalho valendo nota na matéria de Português. Claro, escrevi sobre Guga, aquele menino loiro, de cabelos grandes, sustentados por uma enorme faixa azul que ocupava toda a fronte; de corpo franzino, magro, alto, mas que inspirava rara confiança. Guga era o maior. Guga é o maior. Se despediu hoje das quadras de areia no mesmo lugar que o apresentou ao mundo: a quadra central do torneio, Phillipe Chartier. Foi o dono daquele lugar outras duas vezes. Dono do mundo por 43 semanas. Dono de paralelas mortais e smashes indefensáveis, de uma garra inconfundível e de um espírito de luta inspirador.

Lutou como pôde contra a dor e teve uma despedida forçada pelo desconforto físico. Mas Guga nunca perdeu; era vencedor mesmo nas piores derrotas. Hoje, o placar mostrou 3 sets a 0 para o francês Paul-Henri Mathieu: eliminação na primeira rodada de Roland Garros. Para mim (e para outros muitos fãs da raquete), Guga venceu, começou vencedor e terminou vencedor (foto: AP). Sets, games, break points, forehands e aces ganham títulos, e isso Guga conseguiu com maestria. Mas a estatística não considera entrega, devoção e amor incondicional ao esporte. Invencível Guga, Gigante Guga.

5 Comentários:

Blogger Leandrus disse...

Justíssima homenagem. Sou meio emotivo com esporte e confesso que meus olhos se encheram de lágrimas quando Guga levantou este troféu da foto. Vai ser difícil ter alguém como ele no tênis brasileiro de novo.

Ateh!

25/5/08 22:46  
Blogger André Augusto disse...

Além de ele ser tudo isso, ele é humilde, simples carismático.

Um cara anormal, mas que se porta como um comum. Isso todos deviam prezar para as suas vidas.

Dentro da quadra, um monstro. Fora dela, exemplo.

Mto sucesso pro Guga nessa nova fase.

Belo texto, parceiro!
Abs!

25/5/08 23:37  
Blogger Ricky_cord disse...

Sempre apreciei Guga. Para além de um excelente tenista parecia ser humilde e simpático ao contrário de certas outras estrelas que por aí andam.

26/5/08 09:32  
Blogger Vinicius Grissi disse...

Uma pena que os incompetentes dirigentes brasileiros não souberam aproveitar este tenista fantástico que o Brasil teve.

Começa agora uma nova era, de renovação. E sem dúvidas, a cada 10 novos bons tenistas que surgirem no país, 8 deles começaram a jogar graças à Guga.

Toda homenagem à ele é pouca, sem dúvida.

26/5/08 12:14  
Blogger Arthur Virgílio disse...

Perfeito texto. Emocionante como a despedida de Guga. Também homenagiei meu conterrâneo no meu blog.

26/5/08 14:51  

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