O avançado Pauleta diz adeus
Goleador do Paris Saint-German e de Portugal anunciou ontem sua despedida do futebol, em entrevista ao jornal francês Le Parisien
O português de 35 anos Pedro Miguel Carreiro Resendes, mais conhecido pelo apelido de Pauleta, não é nenhum craque. Não possui a mesma habilidade de seus contemporâneos famosos, a exemplo de Figo, Deco, Cristiano Ronaldo, Quaresma e Nani. Mas ele carrega, desde o começo da carreira, uma qualidade irrefutável: a facilidade para marcar gols.
Os números não mentem
Pelo Paris Saint-German (foto: DR/RTP), clube pelo qual mais jogou (2003 a 2008), Pauleta balançou as redes adversárias 109 vezes: é o maior goleador da história do time, pelo qual conquistou duas Copas da França e uma Copa da Liga. Na Ligue 1, foi o artilheiro da temporada em três oportunidades (uma pelo Bordeaux e duas pelo PSG).

E, mesmo assim, não são poucos os momentos em que a titularidade de Pauleta foi discutida. Para a sorte do próprio atacante, Nuno Gomes, seu substituto imediato, nunca correspondeu à altura a cargo do ataque. Porque Pauleta, apesar da pouca mobilidade e habilidade, dominava a grande área na terra e no céu. Além da finalização certeira, Pedro Miguel também cabeceava muito bem.
Vida pós-aposentadoria
O contrato com o Paris Saint-German terminou no fim da última temporada. O jogador recebeu propostas financeiramente interessantes de clubes da Europa, dos Estados Unidos e do Golfo Pérsico, mas preferiu deixar o esporte. O Mônaco, clube dirigido pelo brasileiro Ricardo Gomes, mostrou sério interesse em contratá-lo, no entanto Pauleta refutou a proposta por fidelidade ao PSG.
O que ele deseja agora é se dedicar à família e à escola de futebol criada por ele em Açores, onde nasceu. Mas não se desligará completamente da França. Pauleta deseja ser embaixador do PSG e olheiro do clube em Portugal e na Espanha. Na próxima semana, o jogador lançará sua biografia em Paris, que dará destaque à sua passagem pelo clube da capital francesa. “Foi o clube que me fez a proposta para o livro. Penso que é uma boa idéia e uma maneira de deixar alguma coisa aos adeptos, para lhes agradecer pelos cinco anos passados com eles”, explicou ao periódico Diário de Notícias.
Apesar do apelido despojado e cômico, curiosamente semelhante à “palerma”, o simpático e discreto Pedro Miguel Carreiro Resendes talvez seja um dos últimos centroavantes clássicos de que tivemos notícia no futebol europeu. E ele está saindo dos gramados para nunca mais voltar.