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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Chelsea bate o Arsenal de virada, em uma final de Carling Cup cheia de fortes emoções

- O estádio Millennium recebeu, possivelmente pela última vez, uma final de Copa da Liga Inglesa - ou Carling Cup, que faz menção à marca da cerveja, patrocinadora do torneio. O Millennium vem recebendo a final do torneio desde 2001, quando foram iniciadas as reformas no Wembley, que recebia as finais desde 1967. Com a conclusão próxima de seu término, o Millennium deu seu adeus às finais das copas nacionais da Inglaterra. E nada mais do que se despedir do torneio sendo o palco de uma grande partida, que reuniu os rivais Arsenal e Chelsea, protagonizando a primeira final de Copa da Liga entre times londrinos.
- O Chelsea entrou em campo com a mesma formação que usou na partida do meio de semana passado, quando empatou com o Porto fora de casa, pela Liga dos Campeões. O capitão John Terry, que havia se machucado neste jogo, se recuperou a tempo de disputar a final do torneio. Já Arsene Wenger manteve o jovem time que utilizou durante todo o torneio, apostando na qualidade da juventude do Arsenal. E a velocidade da garotada de Wenger sufocou o experiente time do Chelsea nos primeiros 20 minutos de jogo. Com Fabregas se apresentando bem ao ataque e Walcott apoiando com qualidade pela direita, o Arsenal manteve os rivais em seu campo de defesa. Julio Baptista disparou de fora da área aos 11, mas Cech fez bela defesa à direita. Após a cobrança do escanteio, a bola sobrou para Walcott, pelo lado esquerdo. Ele tocou para Diaby, que, depois de se livrar facilmente da marcação, devolveu maravilhosamente para Walcott, já dentro da grande área. A jovem promessa inglesa teve tempo de dominar e tocar na saída de Cech (foto acima, Walcott bate o goleiro tcheco: BBC). A superioridade do Arsenal era evidente e o Chelsea sabia que teria grandes dificuldades em bater os rivais. O meio-campo do time de Jose Mourinho era praticamente inexistente e o time não conseguia atacar com a qualidade de seus meias. Aos 20, porém, ela apareceu, para o azar dos gunners. Ballack dominou no meio-campo e fez belo lançamento para Drogba, que estava em posição irregular. Como o assistente daquele lado nada assinalou, o marfinense teve toda a tranquilidade e a calma do mundo para tocar na saída de Almunia, igualando o marcador e mudando um pouco a cara do jogo. Claramente, os meninos do Arsenal sentiram o gol de empate do Chelsea. O time passou a afunilar demais a partida pelo meio e a errar muitos passes quando partia para o ataque. O Chelsea, com toda a experiência de um time que joga há muito tempo junto, soube aproveitar os erros do rival e equilibrou a partida. A equipe ainda soube tirar proveito das constantes descidas do lateral-direito Hoyte. O clube passou a utilizar mais o lado abandonado pelo lateral do Arsenal, com as descidas de Bridge, Lampard e Shevchenko, que apesar de não ter jogado um bom primeiro tempo, procurou ajudar na transição da defesa para o ataque.
- Mourinho foi ousado para o segundo tempo, tirando o volante Makelele e colocando o atacante Robben, voltando ao esquema 4-3-3, o que mais deu certo na equipe desde a chegada do treinador a Londres. Mesmo assim, quem chegou primeiro foi o Arsenal. Aos 3, Fabregas cobrou falta rapidamente do meio-campo com a bola rolando, que o juiz Howard Webb não viu. A bola chegou até Diaby, que já na grande área chutou para a boa defesa de Cech. O Arsenal voltou mais ligado na segunda etapa, mas o Chelsea também retornou bem, agora com uma arma que o rival utilizou durante a primeira etapa: a velocidade, através de Robben, que passou a atuar pelo lado direito. Aos 12 minutos, depois de escanteio do lado direito, Terry, ao tentar cabecear a bola, foi nocauteado por um chute no rosto de Diaby (foto acima: BBC), que claramente não teve intenção de acertar o jogador. O zagueiro caiu desacordado e teve que sair de campo imobilizado e com o auxílio de máscaras para respirar. Apesar da aterrorizante cena, nada de mais grave ocorreu ao capitão do Chelsea, e ontem mesmo ele recebeu alta do Hospital Universitário de Gales, para o alívio de Jose Mourinho e Steve Mclaren, que assitiu ao lance das tribunas do estádio. O jogo foi paralisado por cerca de 7 minutos, mas os clubes voltaram com o mesmo ímpeto de antes. Aos 22, Drogba recebeu pela direita e finalizou nas mãos de Almunia. Seis minutos depois foi a vez de Lampard, aparecendo bem pela primeira vez na partida, chutando no travessão. O Arsenal sofreu pressão do Chelsea durante boa parte da segunda etapa e o gol dos blues parecia apenas questão de tempo. A seis minutos do fim, Robben aproveitou bola perdida por Denilson na intermediária e fez um belo cruzamento para Drogba virar a partida a favor do Chelsea. Foi o 3° gol do jogador na competição e o 28° na temporada, de longe a melhor marca de sua carreira. Os jovens do Arsenal, como os meias do Chelsea no primeiro tempo, parecem nem ao menos ter voltado depois da paralisação de 7 minutos no início do segundo tempo. Fabregas desapareceu da partida, Denilson, além de ser débil na marcação, errava muitos passes e Diaby não conseguia aparecer bem ao ataque como na primeira etapa, ação que possibilitou o primeiro gol do Arsenal. Já nos longos 12 minutos de acréscimo, jogadores de ambas as equipes protagonizaram uma lamentável cena de pancadaria, coisa rara no futebol inglês. A briga foi causada por uma dividida nada pacífica entre Toure e Mikel. Howard Webb fez bem em expulsar os dois jogadores, além de Adebayor. Lampard e Fabregas saíram "ilesos", apenas com um amarelinho cada um. Ainda no primeiro tempo, outro fato incomum no futebol da terra da Rainha. Ao menos por duas vezes, o meia Fabregas foi impedido de cobrar escanteios por objetos jogados pelos torcedores do Chelsea. No fim, o Chelsea conquistou seu quarto título de Copa da Liga (foto, Lampard ergue o caneco na ausência de Terry: BBC), o segundo sob o comando de Mourinho. A equipe teve ainda o gostinho de manter o tabu de não perder para o Arsenal. Contando com a final de ontem, já são 9 partidas sem derrota para os gunners, 7 com Mourinho como treinador. A última derrota foi em 2004, em Stamford Bridge, exatamente a última vez que o Chelsea foi derrotado diante de sua torcida. O Arsenal pode ter perdido o título, mas mesmo assim tem muito o que comemorar. A competição provou a capacidade das jovens promessas da equipe, que daqui a algum tempo certamente serão titulares absolutos. Diaby, Walcott, Aliadiere (estava ameaçado de sair do clube, mas reencontrou o caminho do gol, marcando quatro na competição), Denilson e outros jogadores são fruto do belo trabalho de Arsene Wenger, que sabe, como poucos, lidar com as categorias de base. Ele já ajudou a revelar grandes craques do futebol mundial, como Weah, no Monaco da década de 90, além de Henry, que despontou na equipe do Arsenal há quase 8 anos, graças ao técnico. Da geração de hoje, Fabregas (19 anos), que é titular desde a saída de Vieira em 2005, é o símbolo do novo Arsenal que floresceu nesta Copa da Liga.

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