Três magníficos clássicos param a Europa no fim de semana

- Jogos que envolveram os maiores clubes de Alemanha, Itália e Espanha agitaram o fim de semana do futebol europeu. E não foram meras partidas de futebol entre clubes rivais, mas verdadeiros espetáculos repletos de emoção e futebol de rara qualidade.

- Na Espanha, Barcelona e Real Madrid protagonizaram uma partida de seis gols, com destaque para a atuação de Messi, que marcou três vezes. Apesar da eliminação precoce da Liga dos Campeões por ambos os times, na semana passada, Real e Barça fizeram uma bela partida de futebol. O Real começou melhor e abriu o placar logo aos 4 minutos. Higuain cruzou da esquerda, Thuram cortou mal e Ruud Van Nistelrooy fuzilou com categoria para o gol. Atuando com a mesma formação que enfrentou o Liverpool, o Barça buscou o empate minutos depois, com Lionel Messi. Depois de confusão na entrada da grande área, ele recebeu livre pelo lado direito e igualou o marcador. Porém, aos 12, Nistelrooy deixou os merengues novamente à frente no placar, convertendo o pênalti sofrido por Guti, ocasionado por Oleguer, que foi advertido com um cartão amarelo. Antes do término da primeira etapa, Ronaldinho teve tempo de tabelar com Eto'o e chutar para a boa defesa de Casillas, porém, no rebote, Messi acertou um bonito chute para empatar novamente a partida. Os catalães poderiam ter um intervalo muito mais tranquilo se Oleguer não tivesse levado o segundo amarelo e deixasse o clube com dez homens em campo. Na segunda etapa, Valdes trabalhou bem nas investidas do holandês Nistelrooy, mas nada pôde fazer na cabeçada de seu compatriota Sergio Ramos, que completou, de costas para o gol, a falta cobrada com destreza por Guti. Mesmo em desvantagem no placar e no número de jogadores em campo, o Barcelona foi em busca do empate outra vez, coincidentemente com Messi (na foto, ele é abraçado por Belletti: AFP),que estava impossível na partida. Já no fim do tempo regulamentar, o atacante argentino recebeu um belo passe de Ronaldinho e, depois de se livrar rapidamente de dois marcadores, tocou na saída de Casillas. O jogo foi marcado por fortes emoções de ambos os times e por muito equilíbrio. Porém, ficou evidente, mais uma vez, a fragilidade defensiva das duas equipes, que teimam em persistir na instabilidade de seus defensores. Especialmente nesta partida, a defesa do Barcelona cometeu erros incríveis, que comprometeram o resultado da partida. Com o empate, o Real permanece em quarto e o Barcelona, com o tropeço do Sevilla, pula para a primeira posição pelo saldo de gols.

- Bayern e Werder Bremen ficaram no empate no Allianz Arena, resultado que não foi bom pra ninguém. O Bayern jogou melhor a primeira etapa e abriu o placar aos 7 minutos de partida. Schweinsteiger dominou a bola pelo lado esquerdo e fez um belo passe da intermediária para Van Bommel. O volante holandês chamou toda a marcação para si e, com um leve toque, deixou Podolski (foto abaixo: EFE) sozinho para empurrar para as redes do goleiro Tim Wiese. O Werder Bremen só conseguiu igualar o marcador na segunda etapa, aos 21 minutos. Frings fez um lançamento longo, do campo de defesa, para Hugo Almeida, que partiu em velocidade com apenas dois marcadores à sua frente. Kahn saiu do gol e acabou sendo encoberto por um lindo toque do meia. Na sequência, Lucio e Van Buyten se atrapalharam e Rosenberg completou de cabeça, praticamente dentro da meta dos bávaros. Com o empate, o Bayern permanece um pouco distante dos líderes, ocupando a 4ª colocação, com 44 pontos. O Werder Bremen, por sua vez, perdeu a chance de se aproximar do líder Schalke 04, que empatou fora de casa com o Hannover 96, e continua na 2ª posição, com 47 pontos ganhos, três a menos que o primeiro colocado.

- A Internazionale bateu o Milan pela segunda vez na temporada e caminha para o 15° título da Serie A de forma invicta. Apesar de sustentar a liderança da competição há várias rodadas, a Inter foi dominada pelo Milan na primeira etapa, que soube impôr forte marcação ao desfalcado meio-campo da equipe rival - a Inter ,mais uma vez, não contou com os machucados Cambiasso e Vieira. A líder da competição atuou com dois meias, Figo e Stankovic, diferentemente da formação usada na eliminação da Liga dos Campeões diante do Valencia, quando apenas o sérvio começou jogando. O Milan aproveitou a débil saída de bola da Inter e permaneceu com a bola no ataque a maior parte do tempo, envolvendo a defesa adversária com muita movimentação, invertendo a partida e usando principalmente o lado esquerdo, ocupado por Seedorf e Kaká, que vez ou outra se apresentava naquele lado. Aos 18 minutos, Grosso saiu contundido de campo e Mancini foi obrigado a colocar Maxwell em campo, queimando uma subsituição precocemente. Pirlo também se destacou bastante na primeira etapa, marcando bem e aparecendo de supresa no ataque, como fez aos 22. O volante da seleção italiana recebeu na entrada da área e chutou para a boa defesa de Julio Cesar, depois de desvio da defesa rival em escanteio do lado direito. No minuto seguinte, a Inter respondeu com Crespo, que perdeu uma grande chance depois de um erro grotesco de Jankulovski, ao tentar afastar a bola da grande área. A Inter apresentou uma pequena melhora depois dos 25 minutos e começou a chegar com mais objetividade ao gol de Dida, sempre pelo lado esquerdo. Aos 30, Ibrahimovic invadiu a área e foi derrubado por Bonera. O árbitro Nicola Rizzoli não viu o pênalti claro e ainda acabou mostrando um cartão amarelo para o sueco. Aos 37, Crespo perdeu nova chance incrível de gol, cabeceando para fora um cruzamento primoroso de seu compatriota Burdisso. Pelo lado esquerdo, Figo foi o autor de uma espetacular jogada, aos 39 minutos de partida. O português ganhou na dividida com Oddo, passou por dois marcadores e bateu cruzado, à esquerda de Dida. A Inter teve chances que não poderia ter desperdiçado. No entanto, Ronaldo, que enfrentou sua ex-equipe defendendo as cores do Milan pela primeira vez, mostrou como se faz. O atacante recebeu livre pelo lado direito, saiu da marcação de Maxwell e bateu firme, rasteiro, no canto direito de Julio Cesar. Na etapa derradeira, Mancini foi obrigado a tirar outro jogador por contusão. Foi a vez de Dacourt deixar o gramado para dar lugar a Samuel, movendo Burdisso para o meio-campo. O técnico da Internazionale ainda fez sua última mudança aos 9 minutos, ato que mudou radicalmente o panorama do derby. No minuto seguinte, o atacante argentino aproveitou a falha de Dida ao tentar corta o cruzamento de Ibrahimovic e marcou o gol de empate, incendiando os torcedores interistas, que eram maioria no Giuseppe Meazza, já que o mando de campo pertencia à equipe de Ibrahimovic e cia. O sueco estava endiabrado na segunda etapa. Se movimentava pelos dois lados do campo, confundindo a defesa rossonera e dando um show de habilidade e destreza com a bola nos pés. Aos 12, Julio Cruz tentou imitar seu companheiro de ataque e quase marcou um gol antológico. Maxwell fez um bom cruzamento do lado esquerdo e Cruz, de costas para a meta de Dida, arriscou tocar de calcanhar, mas acabou desperdiçando por poucos centímetros. Atacando com muita profundidade e velocidade, a Inter conquistou o merecido gol da virada aos 30 minutos. O autor do importante gol não poderia ser outro: Zlatan Ibrahimovic (foto acima: Sports.it). O ousado, incisivo e avassalador atacante da seleção sueca marcou depois de dividida entre Cruz e Jankulovski, em que o argentino levou e melhor e fez a assistência para o gol da virada. No fim da partida, ele por pouco não marcou um belíssimo gol, mas parou em Dida, depois de ter se livrado de três marcadores na grande área adversária. A vitória consagra a temporada da Inter na Serie A e praticamente assegura o título à squadra, que há 35 partidas não sabe o que é perder na competição.