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sexta-feira, junho 06, 2008

Grupo D - Euro 2008

Grécia - Uma vez zebra...
Sempre zebra. Será? A Grécia apareceu para o mundo ao conquistar a Euro sobre Portugal, na casa dos lusitanos. Subiu da 35ª posição para a 14ª posição no Ranking da FIFA e ganhou reconhecimento internacional pela primeira vez. Mas, após o surpreendente título europeu, o futebol grego não se firmou no cenário mundial, e acabou ficando fora da Copa da Alemanha em 2006. Sorteados os grupos qualificatórios para a Euro 2008, a Grécia caiu em um grupo relativamente tranquilo, com apenas Turquia e Noruega como concorrentes. Terminou em primeiro, com apenas uma derrota (uma doída goleada sofrida em casa para a Turquia, por 4 a 1), e agora promete voltar a Euro com grande estilo. Dos convocados pelo técnico alemão Otto Rehhagel (desde 2001 no comando), 10 estiveram na campanha de 2004 e oito desses remanescentes foram titulares. O elenco é mais experiente e apresenta mais novidades, especialmente no ataque. Dos gregos ninguém pode duvidar.
Virtudes - O grande trunfo da Grécia está no banco de reservas: o experiente e vencedor técnico Otto Rehhagel. Antes de assumir a seleção grega, ele fez história no futebol alemão. Rehhagel é o único homem a ter no currículo mais de 1000 jogos como jogador e técnico na Bundesliga. E ele tem a disposição uma seleção grega melhor que a de 2004. Na zaga, Dellas (AEK) e Kyrgiakos (Eintracht Frankfurt) compõem o sistema preferido do treinador, que gosta de escalar dois homens fortes na defesa e liberar as laterais. Nas alas: Seitaridis (Atlético Madrid) na direita, e Torosidis (Olympiacos) na esquerda, apoiadores de muita força. Rehhagel gosta de um meio-campo experiente e que dê consistência defensiva ao time. Os volantes são os mesmos de 2004, com exceção do capitão daquela campanha, o agora aposentado Zagorakis: Basinas (Mallorca), o novo capitão e Katsouranis (Benfica). Mais adiantados, aparecem Karagounis (Benfica) e o bom organizador Giannakopoulos (Bolton). O homem-gol da Grécia em 2004 foi Charisteas (Nuremberg), atacante de qualidade discutível. Amanatidis (Eintracht Frankfurt) e Gekas (Bayer Leverkusen, artilheiro da Bundesliga em 2007, constituem opções mais interessantes. Mas a principal virtude da Grécia é o louvável espírito de equipe, alimentado pelo técnico Otto Rehhagel e abraçado por todo o elenco.
Fraquezas - Rússia e Espanha estão novamente junto com a Grécia na fase de grupos da Euro. Em 2004, as três seleções disputaram vaga na chave que continha também Portugal. Gregos e portugueses passaram para a segunda fase. Nesta Euro, a outra adversária da Grécia é a Suécia. Os adversários são fortes e a Grécia precisará da mesma inspiração que a fez campeã do torneio para passar de estágio. A seleção grega agora é muito mais observada do que antes, e já não possui o fator surpresa a seu favor.
Destaque individual - A Grécia não tem nenhum grande jogador, pois a grande qualidade do time é a força do elenco. Mas o experiente Stelios Giannakopoulos (foto: GettyImages/UEFA), de 33 anos, se sobressai pela rara qualidade técnica e capacidade de organização de jogo que possui. No Bolton, ele é quem geralmente inicia as jogadas de ataque e equilibra o meio-campo da equipe, seja distribuindo bolas aos laterais, seja carregando a posse de bola com cadência, para trabalhar as jogadas com mais tranquilidade. Ele é um meia que atua pelo meio e que aparece com qualidade pela direita; chuta bem de média distância e costuma marcar gols. Mas a última temporada na Inglaterra não foi das melhores. Sofreu três lesões, que não o deixaram atuar com regularidade. Mesmo assim, foi fundamental na parte final do campeonato, ajudando o Bolton a permanecer na divisão de elite do futebol inglês. E ele é peça fundamental para fazer da Grécia a 'zebra das zebras'.

Espanha - Agora vai! Ou não?
A 'fúria', como é conhecida a seleção espanhola, já há muito tempo recebe o intragável rótulo de amarelã. Sempre possui time excelentes, um bom comando técnico, mas nunca mostra, em campo, tudo aquilo que é dela esperado. Desta vez não é diferente: o time espanhol que disputa a Euro é fantástico, do goleiro ao atacante. Na última edição da competição européia, o time foi um fiasco, eliminado na primeira fase. E na Copa de 2006 perdeu para a França, de virada, nas oitavas-de-final. O falastrão técnico Luis Aragonés, que sai do comando da Espanha após a Euro, deixou grandes jogadores de fora dos 23, como os experientes atacantes Raúl e Morientes e outros nomes conhecidos como Baraja, Vicente, Reyes, Guti e Joaquin. Aragonés apelou para a renovação do elenco. E a Espanha espera que essa conduta leve a seleção ao bi da Euro.
Virtudes - Espanha uma equipe rica em jogadores criativos e habilidosos. Na lateral-direita, Sergio Ramos (Real Madrid) se destaca pela força, dedicação e pelos costumeiros gols de cabeça. A zaga é segura, conta com os regulares Pablo Ibañez (Atlético Madrid), Marchena (Valencia) e Puyol (Barcelona). Mas o porto-seguro da defesa é o goleiro Casilla Os bons destaques individuais fazem das (Real Madrid), capitão do time e um dos melhores do mundo. O meio-campo é repleto de grandes talentos: na proteção à zaga, os consistentes Xavi (Barcelona), Xabi Alonso (Liverpool), possíveis titulares, Albelda (Valencia) e o brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna (Villareal), que fez uma grande temporada no campeonato nacional; na criação de jogadas, aparecem como destaques os velozes e habilidosos Fabregas (Arsenal), Iniesta (Barcelona) e David Silva (Valencia). O ataque vai órfão dos experientes Raúl e Morientes, mas terá os eficientes Fernando Torres (Liverpool) e David Villa (Valencia).
Fraquezas - A Espanha tem talentos indiscutíveis, mas um elenco que não inspira muita confiança, principalmente no meio-campo. Apesar de não jogar um futebol de muita qualidade, venceu todos os quatro amistosos que fez esse ano, incluindo vitórias contra Itália e França, ambas por 1 a 0. Há muitos destaques individuais, mas pouca consistência e padrão de jogo, coisa que Aragonés não conseguiu dar a Espanha em todo o qualificatório, onde a equipe terminou em primeiro de seu grupo. O desempenho da fúria na Euro é uma verdadeira incógnita.
Destaque individual - A melhor coisa que aconteceu na carreira de Fernando Torres (foto: AFP) foi a sua transferência para o Liverpool. Em sua temporada de estréia, marcou 24 gols na Premier League, se tornando o debutante estrangeiro com mais gols na história do futebol britânico. Com apenas 24 anos, já tem mais de 40 jogos com a camisa da Espanha e tornou-se o principal jogador do time. Junto com Fabregas e Xavi, pode fazer da seleção espanhola um time realmente competitivo na Euro.

Rússia - De volta ao ringue
Guus Hiddink chegou ao comando da Rússia com um currículo internacional altamente respeitável: foi multicampeão com o PSV Eindhoven, levou Holanda e Coréia a semifinais de Copa e recolocou a Austrália num mundial depois de 32 anos, liderando o time até às oitavas. Uma carreira fantástica. E a Rússia o contratou para voltar às competições de grande porte, após o fracasso nas Eliminatórias para a Copa de 2006. A seleção russa precisava de um estrangeiro com experiência no comando. Hiddink colocou o time nos trilhos e classificou a Rússia para a Euro 2008, mesmo estando em um grupo difícil: Inglaterra, Croácia e Israel eram concorrentes diretos por vaga. E o time joga no melhor estilo Hiddink: consistente na defesa e rápido na frente. É assim que a Rússia pretende passar da primeira fase e aparecer com força na fase final.
Virtudes - Um técnico inteligente, que sabe utilizar as peças que tem com sensatez, e um elenco equilibrado. Os grandalhões irmãos Berezutski (CSKA), Vasili e Aleksei, forma uma zaga excelente, que permitiu apenas sete gols no classificatório. Ignashevich (CSKA) e Anyukov (Zenit) também são ótimas e seguras opções. No meio, o destaque são os meias ofensivos, que atuam muito bem nas alas: Bystrov (Spartak Moscou) na direita e Zhirkov (CSKA) na esquerda. Arshavin (Zenit) é o craque do meio-campo e capitão da equipe, um dos principais responsáveis por levar o Zenit ao título da Copa da Uefa. O ataque conta com dois notáveis destaques: Pavlyuchenko (Spartak Moscou) e o artilheiro da Copa da Uefa pelo Zenit, Pogrebnyak. A Rússia tem boas condições de fazer frente a Suécia, Espanha e Grécia na fase de grupos.
Fraquezas - Hiddink vem fazendo um ótimo trabalho de renovação na seleção russa desde que entrou. Dos 23 que vão disputar a Euro, apenas um joga fora do futebol russo, o volante Saenko, que atua no Nuremberg, da Alemanha. A falta de experiência de parte do elenco pode pesar, apesar de que os times russos têm mostrado força nas competições européias. Para passar da primeira fase, a Rússia realmente deverá jogar seu melhor futebol contra seus concorrentes.
Destaque individual - Andrei Arshavin (foto: Sport Express), de 27 anos, é um jogador atípico do futebol russo. Possui um toque de bola diferente, tranquilidade de grandes meias europeus e sabe atuar como um perfeito segundo atacante, chegando de trás com cadência e colocando o centroavante em condições de finalizar livre de marcação. Quem acompanhou o Zenit São Petersburgo na Copa da Uefa sabe da qualidade desse jogador. Arshavin joga um futebol simples, mas muito técnico, objetivo, mas bonito de se apreciar. Hiddink e a Rússia precisam dele inspirado nesta Euro.

Suécia - Falta algo
Lars Lagerback tem feito um trabalho bastante regular na seleção sueca. Desde 2000, o ano em que chegou ao comando da equipe, levou a Suécia a todas as competições importantes possíveis: três Eurocopas e duas Copas do Mundo (dividiu o comando da seleção até 2004 com Tommy Söderberg, o antigo técnico). Um feito inédito de um técnico da seleção sueca, cinco classificações consecutivas. Mas a Suécia sempre é coadjuvante nas competições que disputa, faz parte daquele chamado 'segundo escalão' do futebol europeu. O atual time sueco manteve a mesma base daquele que foi ao mundial 2006: 17 jogadores estiveram na Alemanha, quando a Suécia caiu diante dos donos da casa nas oitavas-de-final. Mais do que regularidade, a seleção amarelo-azul necessita de força contra as equipes maiores. No grupo D, a Suécia deve brigar com a Espanha pela liderança. E não pode vacilar contra Grécia e Rússia.
Virtudes - Um time experiente, com jogadores de bagagem internacional e acostumados a atuar em jogos pela seleção. O poder da Suécia reside no compacto, seguro e competente meio-campo, que permaneceu imutável desde a Copa de 2006: na proteção à zaga estão Tobias Linderoth (Galatasaray), Sebastian Larsson (Birmingham) e Niclas Alexandersson (Goteborg). Os destaques na organização de jogadas são Kim Kallstrom (Lyon) e Fredrik Ljungberg (West Ham). O ataque titular deve ser formado por Henrik Larsson (Helsingborg), que retorna à seleção, e o sempre perigoso Zlatan Ibrahimovic (Internazionale). Rosenberg (Werder Bremen), Elmander (Toulouse) e Allback (Copenhagen) constituem boas opções no banco. A Suécia pode fazer bonito nessa Euro e ao menos repetir a campanha de estréia em 1992, quando chegou à semifinal. Aquele time de 16 anos atrás formou a base da Suécia que terminou em terceiro na Copa de 1994.
Fraquezas - A Suécia se classificou para a Euro ao terminar em segundo no qualificatório. Ficou dois pontos atrás da Espanha, que será novamente adversária na chave de grupos da competição. E a Suécia, pelo elenco e pela consistência apresentada na eliminatória, deve disputar diretamente com a Espanha a liderança do grupo. Resta saber se conseguirá mostrar algo mais nesta Euro, coisa que tem faltado para que a equipe faça, de verdade, uma campanha respeitável.
Destaque individual - Zlatan Ibrahimovic é considerado um dos melhores atacantes da Europa. É goleador e dotado de rara habilidade e velocidade. Na Itália, tem sido o melhor jogador da Internazionale, responsável por fazer os gols do tricampeonato dos nerazzurri. Em 2008, atuou pouco, sofreu com contusões, mas deve chegar a Euro em sua melhor forma. Pela Suécia, no entanto, não tem jogado com regularidade. O principal problema da seleção tem sido a falta de qualidade do ataque, que tem falhado quando não deveria. Ibrahimovic precisa resgatar a boa forma do IbrahimovInter e comandar o ataque sueco na Euro.

1 Comentários:

Blogger Arthur Virgílio disse...

Acho o grupo mais fácil da EURO. Porém, o mais dificil de prever os classificados. Não seria surpresa a Espanha fiar de fora. Vi o amistoso contra os Estados Unidos e a Fúria não está bem. Depende muito de Fabregas

7/6/08 14:11  

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