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quarta-feira, maio 17, 2006

Uefa Champions League - Final

- O jogo mais esperado de toda a temporada chegou. Barcelona e Arsenal se enfrentaram no Stade de France, o mesmo em que a França foi campeã do mundo em 1998, em um jogo espetacular e emocionante, como toda a Europa já ansiosamente esperava. A final inédita para o clube inglês poderia dar ao time seu primeiro título de Champions League, enquanto pelo lado do Barcelona, o bicampeonato estava em jogo.
- A partida - Para quem esperava um Arsenal mais recuado e o Barcelona mais imponente na partida se enganou. O clube inglês iniciou o jogo com muita rapidez, sobretudo pela presença do meio campo junto à Henry, o único atacante fixo do time de Wenger. O francês teve duas boas chances logo no início de jogo, aos 2 minutos. Primeiro ele recebeu na área, se livrando de Oleguer, mas Valdes saiu bem do gol, fazendo boa defesa. Logo depois, Henry bateu de perto da entrada da área, mas novamente o goleiro espanhol apareceu bem. O Barcelona só conseguiu chegar ao gol de Lehmann aos 8 minutos, com Giuly. O atacante francês, que incrivelmente não vai ao mundial da Alemanha, passou fácil por Cole e bateu da direita do ataque catalão. Lehmann defendeu em dois tempos. Pouco a pouco, a técnica do Barcelona começou a prevalecer na partida, e o time passou a controlar as ações ofensivas do Arsenal, e a sair com qualidade ao ataque. Ronaldinho, que iniciou a partida com um posiocionamento diferente, atuando muito mais a frente do que o usual, teve dificuldades para sair da marcação do miolo de zaga do Arsenal, e Eto´o, que atuava pela faixa esquerda do campo, também não se projetava bem ao ataque. Rijkaard mudou além do posicionamento ofensivo do time, uma peça do meio campo. Ao invés de iniciar a partida com Iniesta, Van Bommel, começou jogando. Pode ter sido uma alternativa para fechar mais o meio campo. Ambos os times começaram a partida marcando muito a saída de bola, e sobretudo o Arsenal tinha muitas dificuldades para sair para o campo de ataque. Aos 18 minutos, Ronaldinho viu Eto´o se desmarcando no meio da defesa do Arsenal. O brasileiro tocou para Eto´o, que na sequência foi derrubado por Lehmann na entrada da área. A bola ainda sobrou para Giuly que completou para o gol. Porém, o árbitro norueguês Terje Hauge não validou o gol erradamente, ou seja, não dando vantagem ao lance, que havia prosseguido perfeitamente. O goleiro Lehmann ainda foi expulso, pois impediu uma chance clara de gol do Barcelona. Ronaldinho cobrou a falta, mas ela passou fraca, à direita de Almunia, que substituiu Pires para suprir a expulsão do goleiro titular. O Barcelona, daí em diante, continuou com seu jogo de toque de bola, mantendo a posse, mas não criando chances claras de gol. A principal jogada em todo o primeiro tempo foi o lançamento em profundidade de Ronaldinho para Giuly, que entrava na área com velocidade a todo momento, se infiltrando na zaga do Arsenal. O time inglês sentiu a perda de um jogador, e passou a jogar apenas nos contra-ataques, se fechando mais na defesa, e tentando sair com velocidade, principalmente com Ljungberg e Fabregas. Vale destacar ainda o bom primeiro tempo que Gilberto Silva fez. Aos 36 minutos, em uma das poucas jogadas de velocidade incisivas do Arsenal, Eboue avançou pela direita e foi derrubado perto da grande área. Henry foi para a cobrança da falta, e o francês colocou a bola na cabeça de Campbell (foto: BBC) que teve boa impulsão e cabeceou para o gol, sem chances para Valdes. O Arsenal surpreendentemente abria o placar com um a menos, jogando toda a pressão para o lado dos catalães. O gol surgiu de uma falha de cobertura nos laterais pela equipe do Barcelona, mas o fato é que naquele momento, o Arsenal mostrou total superação. Mas no fim do primeiro tempo, o Barcelona mostrou claros sinais de melhora, no que se diz à parte ofensiva. Ronaldinho passou a sair mais da área, e Eto´o a realmente agir como um centroavante. Aos 47 minutos, essa mudança de posicionamento ficou evidente. Ronaldinho tocou para Eto´o, que girando, se livrou da marcação de Campbell e bateu para o gol. Almunia fez boa defesa, e a bola ainda chegou a tocar na trave direita do gol. O segundo tempo reservava emoçoes ainda mais fortes!
- Iniesta entrou no lugar de Edmílson, mostrando a preoucupação de Rijkaard com a organização do meio campo. O Barcelona inicialmente apostou em jogadas pelas laterais, e, com Ronaldinho mais solto pela esquerda, Eto´o passou a crescer no jogo. Aos 7 minutos, Iniesta fez boa jogada, batendo da entrada da área, para a boa defesa de Lehmann. Larsson entrou aos 15 minutos no lugar de Van Bommel. Agora, Ronaldinho efetivamente assumia controle do meio campo, liberando Larsson, Eto´o e Giuly para o ataque em massa. O Arsenal ainda estava vivo na partida, e em jogada de contra-ataque, assustou a zaga do Barcelona. Aos 17 minutos em jogada iniciada por Fabregas na esquerda, Hleb recebeu perto da grande área e bateu para o gol, mas a bola passou à esquerda de Valdes. Arsenal cresceu a partir daí, e aos 21, o time londrino chegou perto de ampliar o placar. Oleguer saiu jogando mal, perto da grande área do Barcelona. Ljungberg velozmente aproveitou a falha do espanhol e entrou e bateu perigosamente para o gol de Valdes, que fez ótima defesa. O meio campo do Arsenal passou a aproveitar a apatia do Barcelona no ataque, e a avançar mais, principalmente com Ljungberg, Fabregas e Henry. E em seguida o Arsenal chegou com perigo. Aos 24 minutos, Hleb tocou para Henry, que entrou na área marcado por um zagueiro, e bateu, mas Valdes se posicionou bem e segurou. Belletti entrou no lugar de Oleguer, essa modificação mostrou a intenção de Rijkaard de explorar o lado esquerdo da defesa do Arsenal do recém recuperado de contusão Ashley Cole. Arsene Wenger respondeu, colocando Flamini para fechar este lado do campo. Quando justamente o Arsenal estava melhor na partida, o ataque do Barcelona apareceu. Em bom passe de Iniesta para dentro da área, Larsson ajeitou bonito para Eto´o, que livremente bateu na saída de Almunia, empatando a partida, e fazendo explodir o grito de gol da boca dos barcelonistas no estádio. O gol além de ter sido o de empate do Barcelona, ainda acabou com uma marca histórica do Arsenal. O time londrino não tomava gols há exatos 995 minutos, uma marca histórica que havia batido o recorde anterior, que pertencia ao Ajax. No chuvoso e movimentado segundo tempo, ainda havia tempo para mais um suspiro de emoção. O Arsenal, que atuou por boa parte do tempo com um a menos, já mostrava sinais claros de cansaço, principalmente por parte dos jogadores do meio campo. Entretanto, o Barcelona queria a vitória e ela veio aos 35 minutos. Larsson dominou a bola no lado direito do ataque, viu a passagem de Belletti (foto: BBC) pela direita da área. O sueco efetuou um maravilhoso passe nas costas de Cole, e o brasileiro, livre, dominou e bateu entre as pernas de Almunia, virando o jogo de forma espetacular. Belletti não foi convocado para a Copa do Mundo da Alemanha, mas com certeza nunca será esquecido por nenhum torcedor barcelonista por sua atuação neste 17 de maio. No final de jogo, o Arsenal com Reyes em campo, pouco conseguiu fazer para reverter a situação, e o Barcelona ainda conseguiu armar bons ataques. Vitória justa e título justo para o melhor time do mundo.
- A festa - Com o apito final, o Barcelona se consagrou bicampeão da Champions League. O primeiro título foi conquistado em 1992, na última edição da antiga versão da Liga dos Campeões, chamada então de Copa dos Campeões. Aquele maravilhoso time foi comandado por nada mais nada menos que Johan Cruyff, campeão como jogador e treinador do torneio. Com o bi, Frank Rijkaard também alcançou esta marca, entrando para o seleto grupo de campeões da Liga tanto como jogadores quanto como técnicos, composto também por Carlo Ancelotti e muitos outros. O título deste ano ficaria em boas mãos de qualquer jeito, mas o certo é que a derrota de virada do Arsenal doeu no coração dos gunners e a vitória do Barça fez do torcedor barcelonista o mais feliz do mundo. A festa foi grande no Stade de France, que foi o palco perfeito para esta decisão de Uefa Champions League. Torneio que há cerca de 50 anos também teve sua final realizada em Paris.

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