Milagreira, mas humana
A seleção turca chegou a esta semifinal diante da Alemanha com uma bagagem físico-emocional quase insuportável: para se classificar às quartas, bateu a República Checa de virada, por 3 a 2; depois, venceu a Croácia nos pênaltis, depois de sofrer um gol aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação e empatar no minuto seguinte. Quase metade do elenco sem condições disciplinares ou físicas para a semifinal. Uma Turquia inacreditável, que fez milagre após milagre nessa Euro. Perdeu para a Alemanha, mas mostrou um futebol novamente louvável.
Pressionou os tricampeões europeus em boa parte do primeiro tempo e abriu o placar através de Boral. A Alemanha, com a força de sempre, empatou mesmo sem jogar bem, com Schweinsteiger. Jogo equilibrado, mas a Turquia era ligeiramente melhor: marcou a saída de bola alemã de maneira eficiente e aproveitou os espaços no lado direito do ataque; tocou a bola com tranquilidade no campo ofensivo quando tinha a oportunidade para isso e conseguia voltar inteira para a defesa nos momentos em que a Alemanha pressionava. Mas a Alemanha é uma das seleções de mais tradição do continente. Virou o placar com Klose, aos 34, que aproveitou a saída precipitada de Rustu Recber e testou para o gol.
Mesmo tomando a virada, os turcos não se abateram. Deixaram o cansaço físico e mental de lado, ignoraram a força da camisa alemã e o relógio e se mandaram para o ataque, com toda a disposição do mundo. E o merecido empate veio: Sabri fez uma grande jogada pela direita, deixou Lahm no chão, avançou e tocou para Semih Senturk se antecipar a Lehmann e igualar o jogo. A torcida turca foi à loucura, vendo a possibilidade de uma final européia no domingo... Philipp Lahm (foto: Getty Images), porém, demoliu as esperanças de prorrogação adversárias e, em uma espetacular jogada solo, colocou a Alemanha na final. A final é dos alemães, mas os aplausos são para os turcos. Grande time, grande comando técnico, liderado pelo empolgante treinador Fatih Terim, e um espírito esportivo que entra para a história do futebol.
3 Comentários:
Pelo que (não) fez neste jogo, seja contra quem for, espero que a Alemanha saia derrotada da final de domingo. Para bem da beleza que o espectáculo do futebol tem que continuar a ter.
É....mas não tem jeito. Acho que essa taça vai pra Berlim mesmo. Se o futebol punisse quem joga feio, a Itália não seria tetra...
Abraço!
Seja quem passar hoje, Espanha ou Rússia, vai pegar uma pedreira na final.
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