Google

terça-feira, agosto 28, 2007

Puerta falece devido a complicações médicas

- O futebol mundial está de luto. O jogador Antonio Puerta, do Sevilla, faleceu neste fim de manhã no Hospital Virgen del Rocío, onde estava internado em estado grave desde sábado. O Sevilla atuava em casa contra o Getafe, na abertura do Campeonato Espanhol. O jovem lateral-esquerdo espanhol, 22 anos, desfaleceu em campo aos 35 minutos de jogo, para o desespero de todos os presentes no estádio Sánchez Pizjuán (na foto abaixo, seus companheiros tentam reanimá-lo: EFE). Depois de sair andando do campo, ele perdeu os sentidos novamente no vestiário e foi reanimado com a ajuda de um desfibrilador. A agonia continuou no caminho para o hospital. Ele sofreu 5 paradas cardiorrespiratórias e foi internado em um estado instável no Virgen del Rocío. Nesta manhã, a situação clínica do jogador piorou. Devido às longas e sucessivas paradas cardíacas, Puerta teve disfunção multiorgânica e complicações cerebrais. Ele não resistiu aos danos cerebrais e faleceu nesta manhã.
- O Sevilla já planejava pedir a suspensão da partida hoje contra o AEK, pela Liga dos Campeões, devido à saúde do jogador. Com a morte de Puerta, o jogo foi remarcado para a próxima segunda-feira. O confronto contra o Osasuna, no próximo domingo, também foi suspenso. A Liga de Futebol Profissional (LFP) transmitiu pêsames à família, ao Sevilla e aos torcedores. Em respeito ao jogador, antes do início das partidas da segunda rodada, será respeitado um minuto de silêncio.
- Antonio Puerta começou a sua carreira no Sevilla (Puerta também era torcedor do clube: Roberto Pardo/MARCA). Foram cinco títulos conquistados (duas Copas da Uefa, Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa e Copa do Rei) em uma carreira promissora. O lateral-esquerdo era considerado umas das boas revelações do Sevilla, e já havia sido chamado para a seleção espanhola, em agosto do ano passado. Ele entrou para a equipe profissional do Sevilla na temporada 2005-2006. Na semifinal da Copa da Uefa da mesma temporada, ele deixou a sua marca contra o Schalke 04, abrindo caminho para o primeiro título continental do clube.

Tragédias em campo
- A morte de Antonio Puerta não foi a primeira (e infelizmente talvez não seja a última) de um jogador de futebol em pleno gramado. Em 2003, o meia Marc-Vivien Foé, o melhor jogador de Camarões na época, desmaiou e morreu em campo, em uma partida da Copa das Confederações contra a Colômbia. No ano seguinte, mais dois casos. Serginho, zagueiro do São Caetano, sofreu uma parada cardíaca no Morumbi, contra o São Paulo, e morreu uma hora depois do incidente. O húngaro Miklos Féher, do Benfica, também morreu de maneira semelhante, no Campeonato Português.
- Após os graves incidentes, o futebol mundial deu mais atenção ao cuidado com a saúde dos jogadores. No Brasil, inclusive, foi feita uma determinação para os estádios. Todos devem ter em campo uma ambulância com desfibrilador, além de profissionais médicos a postos para uma atendimento rápido, porém eficaz. E a medida até deu certo no país. Foram descobertos problemas cardíacos em muitos jogadores e o tratamento pôde ser antecipado. Washington, artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2004, ficou parado por um bom tempo por problemas de coração. Ele recebeu tratamento e voltou ao futebol para ser o maior goleador em uma edição do campeonato nacional. Fabrício Carvalho, ex-São Caetano e atual jogador do Goiás, passou por uma situação parecida e conseguiu voltar ao futebol. No Fluminense, o goleiro Lugão, que defendia o Volta Redonda, chegou a ser internado por uma inflamação no coração, há dois anos. Não foi preciso deixar o futebol e ele voltou a jogar. De lá pra cá, muitos casos foram descobertos a tempo, porém nem sempre o atleta consegue retornar ao esporte. O atacante Capitão, do Bahia, teve que encerrar a sua carreira no começo do ano passado, por complicações no músculo do coração.
- Pode parecer impossível prever tragédias como essas. Mas o avanço da medicina atual permite um acompanhamento e uma avaliação profunda de um ser humano, especialmente um atleta. Os clubes e entidades esportivas têm o dever de possuir uma estrutura médica de qualidade, que analise a saúde do atleta a todo momento. A presença de acompanhamento psicológico e nutricional também é fundamental para a manutenção da saúde dos esportistas. Antes da preocupação com o desempenho, deve existir o cuidado com a saúde.

3 Comentários:

Blogger André Augusto disse...

Infelizmente, mais uma morte no futebol. Não pareceu negligência do Sevilla, mas uma fatalidade. O problema é querer "caçar bruxas" atrás de culpados. Desde as mortes de Feher e Foé, muitas medidas vem sendo tomadas.

28/8/07 13:47  
Anonymous Anônimo disse...

Ótimo texto. Péssimo tema - mas que deve ser amplamente discutido.
Muito bom, Lahm. Pena que só se discuta tal assunto quando as fatalidades aparecem. =/

28/8/07 13:56  
Blogger Gerson Sicca disse...

Deve haver um motivo pra tantas mortes absurdas como essas. Talvez esteja havendo um excesso na preparação dos jogadores. Sei lá.
Ótimo texto

28/8/07 23:19  

Postar um comentário

<< Home