Dirigente americano solta o verbo contra a Premier League

- Andei visitando alguns portais eletrônicos de jornais britânicos e americanos quando uma manchete do inglês The Guardian chamou a minha atenção: "Premiership é inferior, diz Lalas". O autor da frase é o presidente e diretor geral do Los Angeles Galaxy, clube de futebol americano que, em janeiro, contratou o jogador inglês David Beckham. O ex-galáctico ganhará cerca de 250 milhões de dólares por cinco anos de contrato (alguma semelhança com os trailers de Hollywood não é mera coincidência: banner ao lado).

Alta confiança com uma pitada de nacionalismo
- A declaração de Lalas foi uma resposta aos que disseram que Beckham, jogando nos Estados Unidos, estaria em uma "semi-aposentadoria". Ele declarou, na exclusiva ao The Guardian, que o futebol inglês só possui uma liga forte por causa do forte marketing, que, segundo ele, é puramente composto de técnicas norte-americanas. O enfurecido dirigente, que faz parte do Hall da Fama do futebol americano e que disputou as Copas de 1994 e 1998, ainda completou: "É ofensivo dizer que Beckham está indo para Hollywood quando, na verdade, está indo para disputar uma das ligas mais competitivas do mundo". "Muitas estrelas teriam que se esforçar para jogar aqui", finalizou Lalas, enfatizando a importância que ele dá ao futebol americano e o desprezo pelo futebol europeu.

Estrelas, mas não de Hollywood
- Considere essas declarações irracionais ou não, o certo é que os americanos estão confiantes sobre a Major League Soccer, criada em 1993 mas que teve início apenas três anos depois. O Los Angeles Galaxy tentou acertar com Figo no início deste mês, aproveitando a indefinição do futuro do português, que está brigado com o Al Ittihad por complicações em seu contrato com os árabes. Lalas, que arrancou elogios aos portugueses quando tentou acertar com Figo, levou o também português Abel Xavier para LA. O experiente zagueiro inclusive já estreou pela equipe no último domingo. Nesta semana, o time ainda acertou com o atacante da seleção hondurenha Carlos Pavon, 33 anos, que ajudou o Real Club Deportivo España a conquistar o torneio clausura do país neste ano. São contratações que farão alguma diferença na qualidade do futebol americano e que deixam os clubes da Major League com reconhecimento internacional, mesmo que seja por meros nomes de jogadores estrangeiros. Outros clubes também seguiram a mesma tendência e foram às compras. O Chicago Fire trouxe o astro mexicano Blanco, que atuava no América do México. O Columbus Crew contratou o bom atacante argentino Schelotto e o Red Bull New York o colombiano Ángel, que teve uma tenebrosa temporada pelo Aston Villa, da Inglaterra. A popularização do futebol quer atingir também a população norte-americana, que pouco comparece aos estádios de futebol - a não ser quando há uma bola oval em campo.
- Só o tempo e os campeonatos dirão se o soccer melhorou ou não por lá. O que eu posso afirmar para o dirigente Alexis Lalas é que quem está em decadência é o basquete de Los Angeles. O Clippers não chega aos playoffs há muito tempo e já se tornou um time apenas mediano da NBA. Já o Lakers, além de não possuir um elenco forte, pode perder o astro Kobe Bryant. ("Talvez esteja bom para os fãs, mas o futebol de lá (Inglaterra) está penando", critica Lalas, acima: AP/2005).