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quarta-feira, julho 08, 2009

A lucidez faz o título

Em jogo previsivelmente tenso, a sobriedade do Cruzeiro prevaleceu sobre a afã do Estudiantes

De recesso da faculdade e recém-saído (por desejo meu) do estágio, tempo de sobra para descanso, filmes e futebol. E como não tenho paciência para acompanhar os movimentos do mercado da bola diariamente, vou de final de Libertadores mesmo.

La Plata, papéis vermelhos picados e a névoa provocada pelos rojões: profecia de sufoco para o Cruzeiro. Mas o primeiro tempo não foi bem assim. Salvo um lance de destreza na cobrança de falta de Verón, no qual Fábio desviou bonito, o Estudiantes jogou com a bola nos pés nos primeiros quinze, vinte minutos (estava finalizando o parágrafo quando lembrei: o goleiro ainda faria outra bela intervenção aos 18'). E só isso, com a bola nos pés e alguns lançamentos mal sucedidos a Boselli e Fernández.

O Cruzeiro jogou sagazmente, utilizando o incrível Ramires na saída de bola altamente qualificada, em ambos os lados do campo. A bola circulou melhor à esquerda, com Gerson Magrão se impondo diante de Cellay e Kleber se encavalando no meio de Desábato e Schiavi, dois beques que inspiram poquíssima confiança. A equipe mineira jogou bem até os 35, no entanto, não exigiu defesas de Andújar. O Estudiantes retomou a confiança nos derradeiros dez minutos e só não marcou pela incompetência de Fernández, que, no território da grande área, mostrou um espírito de indecisão e hesitação incrível, em duas oportunidades de gol que não devem ser desperdiçadas em uma final como essa. Ainda houve tempo para Fábio segurar outro grande chute de Verón. O relógio já acusa 23h10. Segundo tempo a caminho.

00h02. Uau, que jogo! E um Cruzeiro mais sereno do que este é impossível. Jogou com a segurança que os times brasileiros não costumam ter em território argentino. Fábio (EFE/Globoesporte.com) foi sensacional novamente, com duas aparições essenciais no início da segunda parte da partida e saindo da meta com rara segurança. Wagner, Kléber, Ramires, Wellington Paulista? Jogaram bem, especialmente no segundo tempo, no qual o Cruzeiro foi preciso no ataque; porém, o melhor brasileiro, depois do goleiro, foi Gerson Magrão, este, lateral que jogou com bravura, vontade e apresentou boa técnica. Foi no lado dele, o esquerdo, de onde surgiram as melhores ocasiões ofensivas do conjunto mineiro. Ao Estudiantes, sobrou vontade e insistência, mas faltou criatividade. E ela, certamente, não encontra-se em Verón que, apesar de ser um dos volantes mais dinâmicos que a Argentina já teve, apresenta-se levemente desajeitado à frente, com seu par de meias à meia-perna.

Depois do insucesso dos argentinos em La Plata, a festa, é provável, deverá ser brasileira-mineira no saltitante estádio Mineirão.

Arre, como eu sou ruim pra título! Terminei o texto às 00h12 e só consegui achar um às 00h18. 00h20, aliás.

4 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Texto sensacional. Muito bom, parabéns!!!

9/7/09 23:24  
Blogger Felipe Moraes disse...

Opa, valeu Patric!

9/7/09 23:28  
Blogger Vinicius Grissi disse...

O Cruzeiro está maduro o suficiente para buscar o título. É um time que não está se abalando com as pressões. Foi assim no Morumbi, no Olímpico e agora na argentina. Se, de fato, vencer, o título ficará em ótimas mãos.

10/7/09 11:21  
Blogger Zêro Blue disse...

Antes de mais nada, se o título demorou pra ser gestado e vir à luz, valeu, porque ficou ótimo.

Belo texto que dá um retrato nítido de uma partida difícil, dura e de deixar os torcedores com os nervos à flor da pele, como deve mesmo ser uma final de Libertadores.

Vamos continuar o segundo tempo dessa batalha e temos tudo para ficar com a taça.

Abraços Felipe

Saudações Celestes

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10/7/09 13:14  

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