Inter vence Barcelona e é campeão do mundo pela primeira vez

- Depois de meses de espera, o Inter conquistou o inédito título do Campeonato Mundial de Clubes, fazendo do ano de 2006 o mais importante de sua história de 97 anos. A equipe se igualou ao seu rival Grêmio, campeão mundial em 1983 em cima do Hamburgo.
- Como era de se esperar, o Inter entrou em campo com uma proposta de jogo baseada em uma marcação forte, o que dificultou bastante a atuação dos meias do Barcelona, principalmente de Ronaldinho Gaúcho (foto: EFE). Mesmo tentando controlar a posse de bola no campo de ataque dos europeus, o Inter não conseguia criar chances de gol, e o Barcelona foi quem finalizou primeiro. Aos 18, Gio, aparecendo pelo meio, chutou de fora da área, Clemer espalmou e na sobra Ronaldinho quase abriu o placar. O brasileiro ainda apareceu com perigo aos 29 e aos 34 do primeiro tempo. A única boa chegada do time brasileiro foi aos 38, com Índio aparecendo de surpresa na grande área e chutando por cima da meta de Valdés. Antes do início da segunda etapa, houve duas mudanças nos dois times: Belletti - o herói do título europeu do Barça - entrou no lugar de Zambrotta e Vargas - campeão mundial com o Boca em 2003, junto com Iarley - assumiu o lugar de Alex, muito mal fisicamente. Com a entrada do volante Vargas, o meio-campo do Inter ficou mais consistente, dificultando o jogo para o Barcelona durante toda a segunda etapa. Os catalães adiantaram a sua defesa e o Inter poderia usar essa postura dos europeus como arma de contra-ataque. Aos 14, Rijkaard parece ter observado o domínio do meio de campo pelo brasileiros, e colocou Xavi no lugar de Motta. Dois minutos depois, Abel Braga também modificou sua equipe, tirando Alexandre Pato para colocar em campo Luiz Adriano, mesma mudança feita na partida contra o Al Ahly. O Inter, porém, começou a mostrar sinais de cansaço a partir dos 20 minutos e o time catalão começava a controlar as ações. Mesmo assim, antes que o Barça tomasse controle total da partida, Abel Braga fez uma mudança que mudaria a história da partida. Aos 30, Adriano Gabiru entrou na partida e, com apenas seis minutos em campo, marcou o gol do título do Internacional. Iarley ganhou de Puyol no meio-campo, avançou e tocou para o substituto de Fernandão tocar na saída de Valdés. Restando apenas 9 minutos para o fim da partida, o Barcelona se lançou totalmente ao ataque, buscando desesperadamente levar o jogo ao menos para a prorrogação. Aos 38, Deco chutou de fora da área, mas Clemer fez belíssima defesa. Aos 41, Ronaldinho teve uma grande chance em cobrança de falta da entrada área, mas o brasileiro, que disputa hoje o prêmio de melhor do mundo da Fifa, desperdiçou. O último suspiro dos europeus veio aos 48, quando Ronaldinho colocou Iniesta na grande área, porém Clemer saiu do gol e tirou a bola dali.

- Para os que acreditavam que os europeus massacrariam os sul-americanos, ficou a lição de que não basta apenas um time de estrelas para ser campeão, mas sim uma equipe consistente, unida e cheia de raça e vontade. O futebol brasileiro tem provado isso nos últimos tempos. O Inter foi campeão da Libertadores há meses atrás e mesmo perdendo peças importantes, como Bolívar, Rafael Sóbis, Tinga e Jorge Wagner, conseguiu remontar a equipe e terminar o Campeonato Brasileiro na segunda posição. Aliás, superação, essa tem sido a palavra que caracteriza bem o Internacional dos últimos anos. Depois de 2002, ano que quase marcou o rebaixamento do Inter para a segunda divisão do futebol brasileiro, o clube passou por total reformulação e foi crescendo no cenário nacional. No ano passado, a equipe ficou em segundo no polêmico campeonato nacional, mas se sagrou tetracampeã gaúcha. Entretanto, as maiores conquistas estavam reservadas mesmo para o ano de 2006: Libertadores da América e agora o título mais importante da história do clube, o Campeonato Mundial de Clubes(foto:Vipcomm/JeffersonBernardes/Divulgação).