Clássicos regionais movimentam a 17ª rodada da Premier League

- No sábado, no estádio Old Trafford, o time da casa enfrentou seu primo pobre da cidade de Manchester, o Manchester City. Apesar do favoritismo do United, que não perde a 11 jogos, nos últimos 5 confrontos entre as duas equipes no estádio, aconteceram 4 empates. O esperado derby contou com duas equipes que entraram para a partida com formações bem ofensivas: o United foi para o jogo com Saha e Rooney no comando de ataque, ajudados por Cristiano Ronaldo e Giggs, enquanto o City contou com Samaras e Corradi na frente, apoiados por Vassell e Barton. O time da casa abriu o placar logo aos 6 minutos, contando com uma "mãozinha" da zaga rival. Ronaldo cruzou da direita e Rooney, contando com a falha de Distin na interceptação, desviou para o gol. O oitavo gol do atacante inglês deixou o Manchester a frente do placar, mas no decorrer da primeira etapa o City conseguiu equilibrar as ações. O italiano Corradi funcionou como pivô em diversas jogadas ofensivas da equipe, preparando jogadas para quem vinha de trás, mas a arma da bola aérea não foi suficiente para a equipe igualar a partida no marcador. No fim do primeiro tempo, aos 45, Heinze aproveitou roubada de bola de Rooney no lado esquerdo e chutou para o meio da área. Saha (foto: BBC) se antecipou ao goleiro Weaver e ampliou o placar, marcando seu oitavo gol na atual Premier League. A jogada, de novo, contou com uma falha da zaga do City, desta vez cometida por Dunne e Trabelsi. Para a segunda etapa, o técnico do City, Stuart Pearce, colocou Ireland (que é verdadeiramente irlandês) no posto do ineficiente Reyna e tirou o goleiro Weaver, contundido, para a entrada do sueco Isaksson. A entrada do jovem meia Ireland deu novo comportamento ao City, que passou a partir com mais qualidade e velocidade para o ataque. O United, em contrapartida, respondia atacando pelos flancos e finalizando para o gol, mas contou com boas defesas do goleiro Isaksson, um dos destaques da Suécia no Mundial da Alemanha. A boa partida dos visitantes resultou em um gol, marcado aos 26. Ireland fez bela jogada pelo lado direito e tocou para o tunisiano Trabelsi dominar e chutar no ângulo esquerdo de Van der Sar. Perto do fim da partida, Pearce novamente apostou na arma da velocidade, e colocou em campo Beasley, jogador emprestado pelo PSV. Apesar da boa partida dos visitantes, quem marcaria nos minutos finais seria o United, novamente ajudado pela defesa do adversário. Rooney recebeu na área, aos 38, e chutou cruzado em direção ao gol; Dunne falhou ao tentar tirar a bola dali e Ronaldo aproveitou para mandar para o gol. O City ainda teve Corradi expulso pelo segundo cartão amarelo, ao tentar simular um pênalti na grande área. O resultado por 3 a 1 deixou o Manchester mais líder do que nunca, ainda mais quando viu o tropeço do Chelsea no clássico londrino contra o Arsenal, como veremos a seguir.

- O derby londrino entre Chelsea e Arsenal foi a única partida na Premier League no domingo, mas valeu, em emoção, pela rodada inteira. Arsene Wenger foi para o confronto com o tabu de nunca ter vencido José Mourinho, que por sua vez nunca viu sua equipe saindo de Stamford Bridge derrotada, em partidas do Campeonato Inglês. A última derrota dos blues em casa, curiosamente, foi para o Arsenal, no começo de 2004, quando Mourinho ainda era treinador do Porto. A rivalidade entre as duas equipes de Londres cresceu devido à ascensão do Chelsea nos últimos três anos, com a chegada do investidor russo Roman Abramovich. A partida começou bastante equilibrada, mas o Chelsea, durante todo o primeiro tempo, mostrou um melhor futebol, apesar da lentidão nas trocas de passes e a falta de velocidade nos contragolpes. A primeira boa investida ofensiva do jogo foi da equipe da casa, aos 18 minutos, com Lampard acertando a trave esquerda e a cabeça de Lehmann. O Arsenal, ainda sem Henry, que só volta em 2007, respondeu aos 22, com Van Persie chutando com perigo à meta de Hilario. Aos 38, Lampard bateu escanteio e Essien, depois do vôo infeliz de Lehmann, quase abriu o placar, mas Fabregas tirou a bola em cima da linha. Apesar de uma partida bastante movimentada, esperava-se mais das duas equipes, que insistiam em trocas erradas de passes e lançamentos precipitados para o ataque. Já a segunda etapa reservava muito mais emoção e o principal: gols. O Arsenal começou mais ligado, com Adebayor saindo da área e a aproximação de Fabregas e Van Persie ao ataque. Aos 18, Drogba foi derrubado na área por Senderos, mas o árbitro Alan Willey nada marcou. Na sequência do lance, Lehmann e Drogba (foto acima: BBC) trocaram empurrões e apesar da sinalização dos assistentes, Wiley deu apenas um generoso cartão amarelo para os dois jogadores. Seis minutos após a confusão, Mourinho mexeu na equipe, colocando em campo Robben no lugar de Shevchenko e Wright-Phillips no posto de Geremi, deslocando Essien para a lateral direita. A equipe da casa passou a dominar a partida e criou algumas boas chances de gol, sempre usando o lado esquerdo, ocupado por Robben. Porém, aos 33, quem chegou ao gol primeiro foi o Arsenal, através de Flamini, finalizando para o gol depois de uma boa tabela pelo lado direito, envolvendo a zaga dos blues. O Chelsea continuou a jogar melhor depois do gol, mas perdeu chance atrás de chance. O merecido gol só veio aos 39. Em jogada iniciada por Cole, roubando a bola de Hleb, Lampard recebeu perto da entrada da área e tocou para Essien (foto, junto com Makelele e Wright-Phillips: BBC) mandar um chutaço dali mesmo, no canto direito de Lehmann. O final foi extremamente dramático, com a equipe da casa mandando duas bolas na trave, uma com Essien, errando na cara do gol e outra com Lampard, aproveitando rebote do goleiro alemão e também desperdiçando de forma incrível. A bela partida terminou com um justo empate por 1 a 1, apesar de o Chelsea ter atuado melhor na maior parte do tempo. O resultado foi ruim para as duas equipes, principalmente para os anfitriões do derby, que agora estão oito pontos atrás do Manchester United. Porém, eles têm um jogo a menos que o líder e podem diminuir a diferença para cinco pontos, isto se vencerem o Newcastle em uma partida atrasada da rodada passada, neste meio de semana. O Arsenal (sexto colocado) também joga neste meio de semana e pega o Wigan fora de casa, em jogo atrasado valendo pela 2ª rodada.