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segunda-feira, julho 03, 2006

Portugal vence a Inglaterra nos pênaltis e a França bate o Brasil


- No primeiro jogo das quartas-de-final deste sábado, Portugal enfrentou a Inglaterra, e só conseguiu a passagem para as semifinais depois de ter vencido nas cobranças de pênalti por 3 a 1. O jogo foi equilibrado, Portugal, sem o meia Deco suspenso, teve muitas dificuldades em atacar, mas chegava bem ao ataque pelas pontas, com Figo e Cristiano Ronaldo. Pela necessidade de se marcar o talentoso meio-campo inglês, Maniche pouco se apresentou no campo de ataque e dedicou-se à marcação. A Inglaterra fez um bom primeiro tempo, até superior que os portugueses, no entanto, não conseguiu encaixar bons ataques. No segundo tempo, a partida continuou restrita à toques de passe no meio de campo, mas os times voltaram um pouco mais determinados a não deixar o placar em 0 a 0. Rooney foi expulso aos 18 minutos, depois de uma pisada criminosa em Carvalho, entre as pernas do jogador português. Mesmo depois da expulsão, Portugal não conseguir chegar com muito perigo ao gol da Inglaterra, até pela falta de pontaria dos jogadores que entraram na segunda etapa: Hugo Viana e Postiga. O jogo parecia caminhar mesmo para os pênaltis, e foi o que aconteceu. O goleiro português Ricardo foi o grande herói nas cobranças de pênalti, tendo defendido três, feito inédito para um goleiro em copas do mundo. Cristiano Ronaldo bateu a última penalidade, que valeu a classificação para as semifinais. Felipão reclama com o árbitro argentino Horacio Elizondo (foto:
- O dia 1° de julho nunca mais será esquecido pelos torcedores brasileiros, o dia da vergonha, o dia da tristeza, enfim, o dia da eliminação do Brasil da Copa do Mundo 2006 pelos franceses. Já parece rotina, em 86 e 98 já havíamos sentido o gosto da derrota para a França, e este jogo podeia ser o jogo da revanche. Mas não foi isso que aconteceu. Vimos um Brasil apático, preguiçoso, desinteressado na partida. Nem parecia que nossa seleção estava em uma partida decisiva de copa do mundo. Nos primeiros 15 minutos de jogo, tivemos a impressão de que o Brasil iria vencer e sobretudo convencer com um bom futebol. Pura ilusão. A França pouco a pouco conseguiu equilibrar a posse de bola e usar muito bem os lados do campo, estratégia pouco usada por nossa seleção neste mundial. Parreira colocou um time diferente em campo, com Juninho Pernambucano no lugar de Adriano, essa era a mudança que grande parte da imprensa pedia, mas Parreira mudou o plano tático da nossa seleção sem nem sequer ter treinado esta formação. Se já não bastasse a total desorganização do meio de campo brasileiro, os nossos meias, outra vez, jogaram muito mal individualmente. Ronaldinho começou como atacante, mas pouco apareceu e participou das ações ofensivas. Kaká, que foi o grande destaque dos dois primeiros jogos, foi o pior em campo, errou muitos passes e chegou a atrapalhar as ações ofensivas, desacelerando ataques rápidos e prendendo muito a bola no meio campo. Gilberto Silva, que começou no lugar de Émersom, machucado, fez até uma partida regular, mas nem ele nem Zé Roberto conseguiram parar Vieira e Zidane, que infernizaram e tomaram conta do meio campo. Makelele foi soberano na parte defensiva e protegeu muito bem a sua defesa. Ribery e Malouda atuaram bem pelas alas e o lateral direito Sagnol também, aproveitando a débil marcação dos nossos laterais. O segundo tempo começou e Parreira não mexeu no time. A seleção brasileira iniciou o segundo tempo como terminou a etapa anterior: sendo dominada pela França. Zidane simplesmente esteve impecável em campo e fez o que quis na partida, inclusive deu um belo chapéu em Ronaldo. Depois do espetacular lance, Zidane cobrou falta da esquerda do ataque da França. Henry aproveitou que Roberto Carlos arrumava seu meião na entrada da área, e apareceu livre na frente do gol, marcando de primeira aos 12 minutos (foto: BBC). Um lance ridículo de nosso lateral-esquerdo, reflexo da fase negra em que vive. Quatro minutos depois do gol, Ribery passou por Lúcio pela esquerda e cruzou para o meio da área, quase marcando o segundo da França, depois de desvio de Juan. Parreira só tomou modificou o time aos 18 minutos, tirando Juninho e colocando Adriano. Uma mudança que mostra a falta de bom-senso do treinador, que teimosamente não usou Robinho, um jogador que poderia incediar a partida como tem feito desde o primeiro jogo. A mudança não surtiu efeito nenhum no time e a França continuou a dominar e a jogar até com certa facilidade. Cicinho entrou no lugar de Cafu aos 31 minutos, uma mudança tardia e desesperada que de nada adiantaria. Raymond Domenech também mexeu, mas manteve a postura ofensiva da seleção, tirando Ribery para colocar Govou, e aos 40 Henry para a entrada de Saha. Robinho só entrou aos 33 no lugar de Kaká. A seleção brasileira teve muitas dificuldades em atacar, e ainda sofreu com os contra-ataques rápidos da França. O jogo terminou com um resultado justíssimo pelo belo jogo que a França fez. Zidane, o homem do jogo eleito pela Fifa, celebra a vitória (foto: BBC)
- O Brasil chegou ao mundial com um time franco-favorito ao título, mas desde a primeira partida não correspondeu com sequer um minuto de bom futebol. Muitos compararam ou disseram que este time era melhor que o de 82, mas a única semelhança é que em ambas as campanhas o Brasil foi eliminado no quinto jogo. O período de preparação para o mundial não foi dois melhores, com uma série de amistosos contra seleções de pouca expressão e treinos pouco proveitosos, onde a comissão técnica não preparou jogadas ensaiadas ou coisas do tipo. Do mundial podemos destacar apenas três jogadores dentre os titulares, todos da defesa: Dida, que se livrou da pressão e atuou bem quando foi necessário, Lúcio, agora recordista de minutos sem fazer uma falta: 384, superando Gamarra; ele certamente será considerado um dos melhores zagueiros do mundial e Juan, que se destacou por ser muito regular e seguro durante as partidas. A defesa, que antes do mundial era o setor que mais nos preocupava, foi maravilhosamente bem, diferente do nosso ataque que acabou decepcionando. Há muito o que se repensar sobre o futebol brasileiro e sobretudo sobre quem o comanda. Parreira teve três anos e meio de trabalho e conseguiu fazer deste belo elenco um fracasso. Além da falta de liderança do treinador, a seleção ainda contou com Zagallo, uma lendária e importante personalidade da nossa seleção, que pouco ajudou e que já mostra há algum tempo nenhuma condição de trabalhar em uma comissão técnica deste nível. Alguns jogadores do elenco, os considerados intocáveis pelo comando, também deixaram a desejar neste mundial, e pareciam estar mais preocupados em bater seus recordes pessoais (Cafu, Ronaldo) a jogar um futebol sério e voltado para a conquista do hexa. Agora o nosso futebol certamente passará por uma nova fase, mas não tenho confiança alguma que a CBF mude para melhor, não se a administração e a eterna troca de influências perdurar por mais algum tempo...

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