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quarta-feira, junho 28, 2006

A batalha de Nuremberg

- Portugal e Holanda protagonizaram o jogo mais dramático destas oitavas-de-final. Não, o jogo não foi para a prorrogação, nem ao menos chegou à disputa de pênaltis, mas nem por isso deixou de ser emocionante. Ambos os times chegaram invictos da fase de grupos e também das eliminatórias européias, mas Portugal chegou com um ligeiro favoritismo. O técnico holandês modificou pouco o time, apenas colocando Boulahrouz no lugar de Heitinga, e tirando Nistelrooy para colocar Kuyt. Felipão entrou com a dupla de volantes mais marcadora que tem a disposição: Maniche e Costinha. A Holanda finalizou primeiro logo no primeiro minuto, quando Van Bommel recebeu de Kuyt e bateu à direita do gol. O mesmo Van Bommel, no minuto seguinte, entrou mais forte em Cristiano Ronaldo e levou cartão amarelo. Aos 6 minutos, um lance aterrador de se ver em uma partida de futebol. Ronaldo recebeu pelo meio e sofreu entrada criminosa de Boulahrouz na coxa direita, porém, o árbitro russo Valentin Ivanov só deu o amarelo ao jogador (Ronaldo chora no banco, foto: Reuters). A partir desse lance, o árbitro começou a perder o controle da partida. A Holanda insistiu em lançamentos da defesa para o ataque e por isso pecou na criação de jogadas. Novamente o meio campo da Holanda parecia ausente no jogo, e a seleção só chegava com perigo ao gol quando partia com os atacantes Van Persie e Robben. Portugal quando teve a posse de bola, procurou se prender no campo de ataque e trocar passes curtos. Aos 22, Cristiano Ronaldo tocou para Deco na direita. O meia do Barcelona encontrou Pauleta na entrada da área e o atacante fez bom passe para Maniche que vinha de trás. O volante se livrou de um marcador e bateu para o gol, abrindo o placar. O gol foi o de número 100 de Portugal na era Felipão. Dez minutos depois do gol, o meia Cristiano Ronaldo foi substituído por Simão, devido à fortes dores na coxa direita ainda pela entrada de Boulahrouz no começo da partida. A Holanda passou a jogar melhor nos últimos 15 minutos da primeira etapa, e chegou com muito perigo com Van Persie. O atacante subiu ao ataque pela direita e passou por Valente e Carvalho, mas finalizou à direita do gol. Aos 42, Robben recebeu na área de Kuyt e sofreu literalmente uma voadora de Nuno Valente, mas nada foi marcado. Portugal respondeu aos 44 com Pauleta. Simão tocou para Figo na área, o meia se esquivou da bola, e Pauleta dominou e bateu forte para o gol, mas contou com uma bela defesa de Van der Sar. Dois minutos depois, Portugal ficaria com um a menos em campo, devido à expulsão de Costinha. O volante interceptou um lançamento da defesa holandesa com a mão, e, como já tinha um cartão amarelo, foi para o vestiário mais cedo. Para o segundo tempo, Felipão colocou Petit no lugar de Pauleta, para recompor o meio campo. O segundo tempo começou de forma emocionante, com chances para os dois lados. Aos 4 minutos Robben chegou pela direita e cruzou para a área, a bola espirrou na zaga e Cocu, na sequência, chutou forte no travessão. Portugal aproveitou a sobra e a exposta defesa da Holanda e contra-atacou com Miguel pela direita. O lateral avançou e chutou cruzado, mas Van der Sar espalmou por baixo. No minuto seguinte Robben tocou para Van Bommel, que livre pelo meio, chutou para o gol, mas Ricardo, mesmo enganado pela trajetória do chute, conseguiu defender. Portugal, quando chegou ao ataque, utilizava o lado esquerdo através das subidas de Figo. Van Basten procurou aumentar a ofensividade da Holanda, e colocou Van der Vaart na partida aos 11 minutos no lugar de Mathijsen.. Alguns momentos depois da mudança Deco sofreu falta dura de Gio, que foi punido com um cartão amarelo. Houve alvoroço depois do lance, Figo e Van Bommel se estranharam e o português deu uma cabeçada no rosto do adversário. Ivanov puniu Figo apenas com um cartão amarelo, um sinal claro de que o mesmo já havia perdido o controle do jogo, não tomando as medidas necessárias em faltas mais fortes. Na cobrança da infração Simão cobrou perigosamente pela rede do lado de fora. Aos 17 minutos, outra falta violentíssima pelos holandeses. Figo havia avançado pela esquerda e tomou uma cotovelada de Boulahrouz. Ivanov o expulsou de campo, deixando os dois times em igualdade numérica. O lateral holandês já deveria ter sido expulso pela entrada que tirou Ronaldo da partida, logo aos 6 minutos de jogo. Van Bommel saiu aos 22 minutos para dar lugar a Heitinga, com a mudança, Van Basten tirou um jogador pendurado com um cartão amarelo e tentou forçar o jogo pela direita. Aos 25 a Holanda conseguiu sair em velocidade com Robben, ele cruzou para o meio da área mas Valente afastou. O corte foi para a entrada da área e Sneijder chegou batendo de primeira, porém Ricardo Carvalho se jogou na frente do meia para impedir a finalização. Na sequência do lance Deco partiu para o ataque e ia em direção ao gol, mas Ivanov parou a partida para que Carvalho fosse atendido por causa da forte dividida no lance anterior. O juiz deu bola ao chão e esperava-se que a Holanda devolvesse a posse de bola para Portugal, mas nada disso aconteceu. Cocu tocou para Heitinga na direita do ataque e Deco entrou por trás no lateral, incendiando de novo a partida. No meio da confusão, Deco tomou um amarelo quando deveria ter sido expulso pela falta, enquanto Sneijder empurrou Petit, e também só saiu com um amarelo. A partir deste lance a torcida portuguesa passou a vaiar a Holanda, quando esta tinha a posse de bola, pela falta de Fair Play na jogada anterior. Aos 32 minutos, Deco foi expulso por retardar uma cobrança de falta da Holanda no meio-campo. O meia português ainda foi jogado ao chão por Cocu, mas o juiz advertiu apenas Deco, para o desespero de Felipão e comissão técnica, que estavam atônitos durante o dramático segundo tempo. Com um a mais novamente a Holanda chegou com Kuyt na cara do gol aos 34 minutos, mas Ricardo saiu bem e defendeu. A Holanda tinha a posse de bola, mas a falta de calma na hora de trabalhar as jogadas dificultou muito a equipe. Portugal quando conseguia ganhar a posse de bola, procurou cadenciar e diminuir o ritmo de jogo. Aos 39, Figo saiu para a entrada de Tiago. Três minutos depois, Miguel chegou livre pela direita e tocou para Simão na área, mas ele dividiu com Van der Sar, que levou a melhor. No minuto seguinte, Kuyt girou bonito depois de receber cruzamento da esquerda, mas Ricardo defendeu com segurança. Aos 49 minutos Gio foi expulso com o segundo amarelo por entrada forte em Tiago, depois de ter perdido a posse de bola no campo de defesa para o meia português. Na sequência, Tiago recebeu de Petit na área, mas bateu prensado por Sneijder. Fora de campo, uma cena inusitada: os três jogadores expulsos no segundo tempo sentados juntos e Deco e Gio batendo um papo e assitindo o final da partida.
- A vitória de Portugal foi no melhor estilo Felipão: dramática, suada e no sufoco. O triunfo selou a 11ª vitória seguida de Felipão em copas, que agora está a duas vitórias do recorde de Zagallo. Agora Portugal enfrenta a Inglaterra na quartas-de-final. Para quem não se recorda, Portugal enfrentou Holanda e Inglaterra na fase mata-mata da Eurocopa 2004, e venceu as duas partidas. Felipão novamente encara os ingleses e Sven Goran Eriksson em copas do mundo. Em 2002 ele os enfrentou na mesma fase de quartas-de-final, e como sabemos, venceu na campanha do pentacampeonato da seleção brasileira. (Maniche comemora gol na foto acima: EFE)

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